Empresa ajuda a pagar resgates de ransomware com bitcoin

Empresa DigitalMint ajuda vítimas de ransomware a pagar resgates através de criptomoedas como bitcoin (BTC) e monero (XMR)

Bruno Ignacio
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• Atualizado há 11 meses
Grupo escondeu malware em logotipo do Windows (imagem ilustrativa: Darwin Laganzon/Pixabay)
Ransomware cresce em 2021 (imagem: Darwin Laganzon/Pixabay)

O ransomware se tornou um dos tipos de crimes cibernéticos que mais cresce em 2021. Muitas vezes, as empresas vítimas chegam à conclusão que pagar o resgate exigido pelos hackers é o caminho de menor prejuízo, quando todas as demais opções se esgotaram. Por isso, a DigitalMint oferece um serviço que ajuda a efetuar essas transações o mais rápido possível, geralmente realizadas através de criptomoedas como bitcoin (BTC) e Monero (XMR).

De acordo com a Cybersecurity Ventures, plataforma de análise de segurança digital, uma companhia é vítima de um ataque de ransomware a cada 11 segundos em 2021. Nesse tipo de crime cibernético, hackers “sequestram” o sistema da vítima (geralmente empresas) e exigem pagamentos para devolver seu controle.

Um dos casos mais recentes e famosos é da empresa americana de oleodutos Colonial Pipeline, que teve seu sistema paralisado por hackers e foi obrigada a pagar mais de US$ 4 milhões aos criminosos para solucionar um problema de falta de combustível que se estendeu por toda a costa leste dos Estados Unidos.

DigitalMint ajuda a pagar resgates de ransomware

Muitas empresas nunca negociaram criptomoedas e não tem pessoal qualificado para realizar todos os trâmites legais e financeiros de maneira ágil para efetuar o pagamento aos criminosos. É ai que a DigitalMint entra, mediando a situação quando a companhia já não tem mais nenhuma opção a não ser concordar com as exigências dos hackers.

“Muitas dessas empresas se não se prepararam para uma tentativa de extorsão e não têm ideia do que precisam fazer”, disse Rick Holland, diretor de segurança da Digital Shadows, uma empresa de inteligência contra ameaças cibernéticas, à CNBC.

“As seguradoras às vezes dão orientações sobre como pagar e recomendam empresas com as quais trabalhar”, disse Holland. “Os extorsionários darão instruções sobre como configurar carteiras de bitcoin e onde obter bitcoin.”

Assim, a DigitalMint chega como uma “salva-vidas” quando não há mais opções. A empresa americana funciona como uma exchange de criptomoedas e vem oferecendo serviços de consultoria e mediação para vítimas de ataques de ransomware. “Estamos no final de todo o processo”, disse Marc Grens, cofundador e presidente da companhia.

“Somos os especialistas contratados depois que os consultores forenses, a empresa e as partes interessadas determinaram que esgotaram todas as suas opções e que pagar o resgate é a melhor maneira de seguir em frente do ponto de vista financeiro. É quando eles procuram empresas como a nossa para ajudá-los a adquirir criptomoedas a qualquer hora do dia ou da noite”, disse Grens à CNBC.

Em um curto período de 30 a 60 minutos a partir do contato inicial, a DigitalMint consegue fazer o pagamento do resgate do sistema da vítima. Isso inclui examinar o hacker para ter certeza de que não está vinculado a um país sancionado pelos EUA e realizar todos os trâmites legais e financeiros para se comprar as criptomoedas necessárias.

Maioria dos pagamentos é feito com bitcoin

Enquanto é muito fácil adquirir esses ativos digitais através de qualquer exchange quando a transação representa um valor baixo, muitas vezes esses pedidos de resgate podem chegar à casa dos milhões de dólares. Sendo assim, ainda mais com a crescente pressão regulatória do governo americano, comprar tantas criptomoedas de uma vez pode não ser tão simples, principalmente quando a empresa em questão nunca teve contato com esse setor.

De acordo com a DigitalMint, entre 90% e 95% dos resgates são pagos em bitcoin, mas a Monero vem se tornando uma exigência cada vez mais popular entre os criminosos. Trata-se de um token focado em privacidade, dificultando também o rastreio da transação e das carteiras digitais envolvidas. Por isso, países como a Coreia do Sul já baniram essa e outras moedas digitais com a mesma proposta.

A DigitalMint afirma ter facilitado mais de US$ 100 milhões transacionados em acordos de ransomware desde janeiro de 2020. O valor médio dos pagamentos é de US$ 800.000. A empresa também estima que esse tipo de crime já tenha levado quase US$ 1 bilhão desde o começo do ano passado.

Com informações: CNBC

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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