Essential Phone é o smartphone criado com apoio do pai do Android

Felipe Ventura
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• Atualizado há 5 meses

Andy Rubin, conhecido como o pai do Android, deixou o Google em 2014 e vem trabalhando desde então para lançar um novo smartphone. Ele foi enfim anunciado, e veio acompanhado por um alto-falante inteligente para sua casa: conheça o Essential Phone e o Essential Home.

O destaque do Essential Phone fica para a tela: ela tem cantos arredondados e bordas bem finas, e possui um formato irregular para dividir espaço com a câmera frontal. Resta ver como os apps vão se adaptar a isso. São 5,71 polegadas com resolução 2560 x 1312 e painel CGS/LTPS. A proporção 19:10 o torna mais alongado, semelhante ao Galaxy S8 e o LG G6.

Por dentro, encontramos um processador Qualcomm 835, 4 GB de RAM e 128 GB de armazenamento. A bateria de 3.040 mAh tem suporte a carregamento rápido via USB-C.

Quanto à câmera, temos um sistema duplo na traseira: um sensor comum de 13 megapixels, e outro monocromático também de 13MP para captar mais luz. A lente f/1,85 se combina ao autofoco híbrido (laser, detecção de fase e contraste).

Também na traseira, temos outro diferencial do Essential Phone: um conector magnético, chamado Click, para encaixar acessórios. Ele fica ao lado da câmera e é compatível com a Essential Phone Dock, base para recarregar a bateria sem usar USB-C; e com uma câmera de 360 graus.

O corpo do Essential Phone é feito de titânio e cerâmica resistente a quedas; são 7,8 mm de espessura e 185 g. O leitor de digitais fica na traseira. Não há entrada de 3,5 mm para fone de ouvido, mas o aparelho vem com um adaptador incluso.

O Essential Phone custa US$ 699, ou US$ 749 com o módulo de câmera 360.

Enquanto isso, o Essential Home será um concorrente para o Amazon Echo e o Google Home. Trata-se de um alto-falante inteligente que responde a seus comandos de voz. Ele permite controlar músicas, fazer perguntas, definir timers, controlar as luzes de sua casa inteligente, entre outros.

Seu diferencial é o Ambient OS, sistema operacional com um foco maior em privacidade: ele vai evitar a nuvem sempre que possível, controlando dispositivos da casa pela sua rede doméstica sempre que possível, e armazenando seus dados localmente.

O Ambient OS também promete entender o layout físico da sua casa, seus ocupantes e os vários serviços e dispositivos disponíveis. Isso seria usado para criar combinações, como piscar as luzes do cômodo em que você está quando um timer disparar.

Por enquanto, não há preço nem data de lançamento previstos para o Essential Home.

Para ser sincero, eu não boto muita fé nesses dois produtos. O mercado de smartphones está muito consolidado, então duvido que o Essential Phone consiga um espaço relevante com seu preço atual. E acho difícil avançar no segmento de speakers inteligentes porque isso exige apoio de desenvolvedores (para se integrar a serviços de terceiros, ou à sua casa inteligente) e inteligência artificial para lidar com seus dados, algo que uma empresa maior — como Google, Apple ou Microsoft — teria mais facilidade em fazer.

Claro, a Essential pode ser apenas um bom alvo de aquisição. Para Andy Rubin, não seria a primeira vez: ele cofundou a Danger em 2000, criadora de um celular (T-Mobile Sidekick) que se tornou bastante popular entre jovens nos EUA. Ela foi adquirida pela Microsoft em 2008 (e resultou no fracassado celular Kin). Rubin fundou o Android em 2003, e a empresa foi adquirida pelo Google dois anos depois — o resto é história.

Com informações: The Verge.

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Felipe Ventura

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Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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