Exclusivo: Amazon vai lançar serviço próprio de entregas no Brasil

Amazon Logistics será concorrente para Correios, Loggi e outras transportadoras no Brasil, começando por SP, Rio, BH e Brasília

Felipe Ventura
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• Atualizado há 1 ano e 1 mês

A Amazon está prestes a lançar um concorrente para os Correios, Loggi e outras empresas de logística: segundo apurou o Tecnoblog, ela prepara a chegada do serviço próprio Amazon Logistics, e possui um programa para recrutar pequenas empresas de entregadores em quatro grandes cidades do país. Ela também abriu mais armazéns para acelerar as entregas em diversas regiões.

Amazon prepara serviço de logística no Brasil (Imagem: Divulgação)
Amazon prepara serviço de logística no Brasil (Imagem: Divulgação)

O programa DSP (Delivery Service Partner) quer criar uma rede de pequenas empresas de entrega independentes, que cuidem do envio de encomendas em nome da Amazon. Ela está buscando provedores de serviços de entrega em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília.

Dessa forma, a Amazon poderá depender menos de outras transportadoras, mas sem substituí-las completamente. Hoje, ela utiliza os serviços dos Correios, Total Express, Sequoia, Loggi, Jadlog, Shippify, OnTime, Diálogo, Dominalog e TLOG (Venkon). Um artigo de suporte para o Brasil já menciona a Amazon Logistics.

Isso se parece com o que é feito nos EUA: no ano passado, a Amazon deixou claro que concorre com “serviços de transporte e logística”; mas não deixou de contratar parceiros como UPS, FedEx, DHL e U.S. Postal Service.

O Mercado Livre vem seguindo uma estratégia semelhante: o Mercado Envios reduziu sua dependência em relação aos Correios, por onde passaram 20% de suas entregas em 2019 — três anos antes, eram 90%. Ela confirmou interesse em adquirir a estatal; a Amazon também deve participar do processo de privatização.

Como será o Amazon Logistics no Brasil

Van de entrega (Imagem: Divulgação/Amazon)
Van de entrega (Imagem: Divulgação/Amazon)

Segundo a Amazon, cada empresário no programa DSP terá custos iniciais de aproximadamente R$ 45 mil, mais o capital de giro, para iniciar os negócios. Isso corresponde à “abertura de pessoa jurídica e alvarás, serviços profissionais como honorários de contador e advogado, compra de suprimentos (como laptops), custos de recrutamento (como anúncios de empregos, exames toxicológicos e treinamento dos motoristas), além de viagem para treinamento do proprietário se necessário”.

A Amazon estima uma receita mensal de R$ 150 mil a R$ 350 mil, com lucros girando entre R$ 12 mil e R$ 22 mil, para proprietários que operarem com 20 a 40 vans de entrega. Ela garante que não é necessário ter experiência em logística, prometendo suporte e treinamento para seus parceiros.

Site da Amazon Logistics no Brasil (Imagem: Reprodução)
Site da Amazon Logistics no Brasil (Imagem: Reprodução)

Por enquanto, a Amazon só aceita inscrições de candidatos que foram convidados por e-mail, mas isso deve se expandir no futuro. Ela avisa que “este é um programa altamente competitivo com um número limitado de vagas disponíveis”; e explica que analisará diversos aspectos de cada candidato, incluindo histórico de trabalho, educação e dados financeiros.

Após receber a inscrição, a Amazon dará um retorno em 4 a 8 semanas e fará uma entrevista inicial com os candidatos selecionados. Eles poderão ser convidados para uma estação de entrega local, a fim de vivenciar como é gerenciar uma empresa de logística.

Ela ainda não menciona o Amazon Flex, serviço com entregadores autônomos já presente nos EUA, mas esse poderia ser o próximo passo no Brasil.

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Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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