O Facebook foi penalizado por conta do escândalo envolvendo a Cambridge Analytica, que teve acesso aos perfis de 87 milhões de pessoas. A rede social recebeu a pena máxima no Reino Unido, que prevê o pagamento de 500 mil libras esterlinas (equivalente a R$ 2,5 milhões).
A decisão foi tomada após o Escritório do Comissário de Informação (ICO) avaliar que o Facebook não ofereceu as proteções de privacidade adequadas em sua plataforma, permitindo que informações pessoais fossem usadas de forma inadequada.
“O Facebook não forneceu a proteção necessária para cumprir as leis de proteção de dados”, disse a comissária de Informação do Reino Unido, Elizabeth Denham, em conferência com jornalistas.
Em seu relatório, o ICO também lembrou que a empresa de Mark Zuckerberg não informou os usuários da maneira correta ao descobrir que os dados coletados por Aleksandr Kogan tinham sido repassados para terceiros.
O órgão também analisa a condenação de Alexander Nix, ex-CEO da Cambrige Analytica.
Ainda que esteja no maior patamar permitido pela legislação britânica, a multa não deverá fazer com que o Facebook tenha prejuízo. Segundo o colunista do New York Times, Kevin Roose, o valor equivale a sete minutos da receita da empresa no primeiro trimestre de 2018.
https://twitter.com/kevinroose/status/1016802284141993984
As consequências poderiam ter sido mais graves se o processo tivesse se iniciado após o GDPR entrar em vigor. Segundo o Guardian, a empresa poderia ser multada em até 4% de seu volume global de negócios, o que totalizaria US$ 1,9 bilhão, de acordo com o último balanço.
O Facebook ainda deverá recorrer para tentar alterar a decisão da autoridade britânica. “Temos trabalhado em conjunto com o ICO em sua investigação da Cambridge Analytica, assim como temos feito com as autoridades dos Estados Unidos e de outros países”, disse Erin Egan, diretor de privacidade do Facebook. “Estamos revisando o relatório e responderemos à ICO em breve”.
Mesmo que tiver sucesso, o Facebook não deverá encerrar o assunto tão cedo. A empresa também é investigada pela Comissão Federal do Comércio (FTC). O órgão americano quer saber se houve a violação de um acordo de 2011, quando a companhia se comprometeu a pedir a autorização dos usuários para compartilhar informações com terceiros.