Facebook gasta US$ 10 bilhões para criar metaverso e atrair jovens adultos
Para enfrentar TikTok, Facebook fará mudanças para destacar vídeos e Reels, além de investir pesado em ambiente de realidade virtual
Para enfrentar TikTok, Facebook fará mudanças para destacar vídeos e Reels, além de investir pesado em ambiente de realidade virtual
O Facebook aposta que o futuro da internet é um ambiente digital chamado metaverso. Construí-lo, porém, não será tarefa fácil nem barata: falando para investidores, o CEO Mark Zuckerberg disse que os planos incluem gastar US$ 10 bilhões. E essa é só uma parte dos próximos passos da empresa, que quer reconquistar os jovens adultos.
Na chamada para divulgar os resultados financeiros, o executivo também revelou que os próximos balanços financeiros terão uma divisão entre a família de apps (Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp) e a divisão Reality Labs, que inclui a marca Oculus e os investimentos em realidade virtual e realidade aumentada.
A construção desse futuro tecnológico terá um custo bem alto, e os lucros da companhia serão reduzidos em US$ 10 bilhões. A ideia é que a novidade se pague no longo prazo. O Facebook tem como objetivo levar seu metaverso a um bilhão de pessoas, o que fará com que a plataforma movimente centenas de bilhões de dólares por meio do comércio digital.
O Facebook coloca suas fichas no metaverso, mas enquanto ele não está pronto, fará algumas mudanças em seus principais produtos para tentar segurar os jovens adultos — mesmo que isso signifique afastar as populações de mais idade.
Zuckerberg disse que o Reels será uma parte mais central do Instagram e que o recurso é tão importante para a empresa quanto os Stories. Além disso, Instagram e Facebook vão aderir mais aos vídeos para agradar os jovens.
O público entre 18 e 29 anos tem migrado para redes concorrentes e preferido outras opções para se comunicar — como o TikTok, apontado pelo CEO como um dos concorrentes mais efetivos que a empresa já teve, e o iMessage.
Essa é uma questão importante para o Facebook também internamente. Como mostra uma reportagem do Verge com base nos Facebook Papers — documentos vazados pela ex-funcionária Frances Haugen — a companhia teve uma queda de 13% entre usuários adolescentes nos EUA em 2019 e projetava uma diminuição ainda maior, de 45%, nos dois anos seguintes.
O problema não é novo e vem desde 2012, mas a intensidade aumentou recentemente. A percepção de jovens adultos é de que o Facebook é um lugar para pessoas na casa dos 40 ou 50 anos de idade e que a rede está cheia de conteúdo chato, enganoso e negativo.
A idade média da base de usuários da rede estaria, portanto, envelhecendo. O Facebook já tem mais de 2 bilhões de usuários ativos diariamente, mas essa tendência pode ameaçar o crescimento da empresa.