Este mês, o Facebook prometeu remover conteúdo violento mais rápido após uma polêmica nos EUA. Então, nesta segunda-feira (24), um usuário na Tailândia fez duas transmissões ao vivo na rede social matando a filha de onze meses — e os vídeos ficaram disponíveis por quase 24 horas.
Segundo a Reuters, o primeiro vídeo foi visto 112 mil vezes, enquanto o segundo vídeo teve 258 mil visualizações. O governo da Tailândia contatou o Facebook na terça-feira à tarde para solicitar a remoção dos vídeos, depois de receber um pedido da polícia. Eles foram, então, retirados do ar.
Normalmente, o Facebook não busca conteúdos violentos ou inapropriados; a empresa espera até que alguém os denuncie antes de agir. Mas para o Live, eles dizem ter uma equipe de moderadores humanos que monitoram vídeos ao vivo se eles atingirem certo limite de visualizações. Parece que nem isso adiantou.
Wuttalan Wongtalay, 20, enforcou a filha no terraço de um hotel deserto na cidade tailandesa de Phuket, e fez livestreaming pelo Facebook. Ele depois se enforcou; o suicídio não foi transmitido ao vivo. O policial responsável pelo caso diz à Reuters que Wuttisan “estava tendo paranoia sobre sua esposa o deixar e não o amar”.
É um caso semelhante ao ocorrido em Cleveland (EUA) este mês. Steve Stephens, de 37 anos, publicou um vídeo no Facebook atirando aleatoriamente em um idoso e matando-o no domingo de Páscoa. Ele estava irritado com a namorada, disse que tinha surtado e que iria “matar tantas pessoas quanto pudesse”. Stephens atirou em si próprio após uma perseguição policial, e faleceu.
Depois disso, o Facebook prometeu melhorar a forma como seus usuários denunciam vídeos, para que isso possa ser feito “tão facilmente e rapidamente quanto possível”. Infelizmente, isso ainda não foi implementado: para denunciar conteúdo, ainda é preciso seguir múltiplos passos e pop-ups.
A rede social já foi usada antes para transmitir atos hediondos, como uma criança sendo baleada, um adolescente com necessidades especiais sendo torturado, e agressões sexuais. Esta semana, um tribunal na Suécia ordenou a prisão de três homens que estupraram uma mulher e fizeram livestreaming.
O Facebook tem ambições de se tornar um YouTube, de olho na receita publicitária de vídeos, mas precisa urgentemente criar um ambiente menos tóxico para eles.