Facebook recupera usuários ativos, mas receita fica abaixo do esperado

Empresa de Mark Zuckerberg recupera usuários, mas tem queda no lucro e receita abaixo do esperado; CEO insiste em metaverso

Pedro Knoth
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Mark Zuckerberg, CEO do Facebook (Imagem: Reprodução)
Mark Zuckerberg, CEO do Facebook (Imagem: Reprodução)

Após perder usuários em toda a sua família de aplicativos — Instagram, WhatsApp e Facebook —, a Meta se levantou do tombo do último resultado trimestral e informou a acionistas que recuperou clientes. No entanto, outros dados financeiros deixaram a desejar: a receita da companhia foi de US$ 27,9 bilhões, um aumento de 7%. É a primeira vez na história da empresa de Mark Zuckerberg, desde que se tornou pública, em que o faturamento cresce em um dígito.

Ao revelar seu resultado financeiro em fevereiro, a Meta mostrou que perdeu usuários e assustou seus investidores. Na época, as ações da companhia despencaram 26%. Nesta quarta-feira (27), elas subiram 18%.

Mas há sinais de retomada para a Meta: ela conseguiu trazer de volta parte dos usuários perdidos. A base de DAUs (usuários ativos diários, em português) cresceu de 1,93 bilhão para 1,96 bilhão.

Contudo, a receita da empresa ficou abaixo do esperado. A expectativa era de um faturamento de US$ 28,2 bilhões, enquanto a Meta anunciou US$ 27,9 bilhões. As despesas operacionais, por sua vez, subiram 31% no 1º trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período de 2021.

A família de aplicativos da Meta ainda é o carro chefe da receita, correspondendo a 97,5% do faturamento no trimestre. O restante dos US$ 695 milhões vieram da divisão de realidade virtual, o Reality Labs.

Zuckerberg diz que prioridade é financiar metaverso

Mark Zuckerberg disse a acionistas que o principal foco da Meta para 2022 será o crescimento consolidado. O objetivo é fazer com que a família de aplicativos aumente a margem de lucro para financiar projetos do Reality Labs. A divisão é responsável por criações no metaverso, como o Horizon.

A companhia continua investindo bastante no Reels, do Instagram, e planeja lançar neste ano um modelo de ponta do headset de realidade virtual Meta Quest 2. O produto tem o nome provisório de Project Cambria.

O CEO da Meta também avaliou que o trimestre foi bastante desafiador, e disse que a guerra na Ucrânia impactou na receita da empresa. O Facebook foi banido da Rússia e, em março, a plataforma proibiu mídias estatais do país de criarem anúncios na rede social.

Com os desafios, a receita captada por Instagram, WhatsApp e Facebook caiu de US$ 13,4 bilhões para US$ 11,4 bilhões no comparativo anual. Apesar da obsessão de Zuckerberg pelo metaverso — o que levou a empresa a mudar de nome —, o Reality Labs custou US$ 3 bilhões aos cofres da Meta no trimestre.

Mark Zuckerberg no anúncio da Meta (imagem: Reprodução/Facebook)
Mark Zuckerberg no anúncio da Meta (imagem: Reprodução/Facebook)

A estimativa da Meta é de gerar entre US$ 28 bilhões e US$ 30 bilhões em receita no 2º trimestre. Ainda não é ideal, mas a companhia de Zuckerberg cita dificuldades com a guerra na Ucrânia como um dos principais motivos. Por fim, a empresa teve lucro de UU$ 7,4 bilhões, uma queda de 21% no comparativo anual.

Ao citar desafios macroeconômicos, o Facebook não está sozinho: outras empresas de tecnologia mencionaram o cenário mundial para justificarem resultados abaixo do esperado. O faturamento do YouTube com anúncios cresceu somente 14% nos primeiros três meses deste ano, bem abaixo dos 25% esperados pelos analistas.

Com informações: CNBC, Reuters

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Pedro Knoth

Pedro Knoth

Ex-autor

Pedro Knoth é jornalista e cursa pós-graduação em jornalismo investigativo pelo IDP, de Brasília. Foi autor no Tecnoblog cobrindo assuntos relacionados à legislação, empresas de tecnologia, dados e finanças entre 2021 e 2022. É usuário ávido de iPhone e Mac, e também estuda Python.

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