Gaia será o próximo supercomputador da Petrobras com 7,7 petaflops

Computador da Petrobras vai ajudar a desenvolver pesquisas e novas tecnologias em geofísica; Gaia será instalado no Cenpes

Bruno Gall De Blasi

Petrobras vai inaugurar o seu novo supercomputador em breve. A estatal anunciou, nesta quarta-feira (18), a construção do Gaia, que vai oferecer uma capacidade de 7,7 petaflops. O novo equipamento, que será instalado no Rio de Janeiro (RJ), vai ajudar a aperfeiçoar as tecnologias e as pesquisas da estatal.

Com o nome da deusa mitológica que representa a Terra e o poder da criação, o novo supercomputador é fruto de um investimento de R$ 76 milhões para incrementar a capacidade de computação da companhia.

Segundo a estatal, o Gaia terá uma capacidade de processamento de 7,7 petaflops. Esse poder equivale a 1,5 milhão de celulares ou 40 mil laptops funcionando ao mesmo tempo.

Já o consumo de energia será de 574 KW. Nos cálculos da Petrobras, esta quantidade equivale a uma cidade com 2.400 habitantes, como Embaúba (SP).

A estatal não ofereceu outros detalhes técnicos do Gaia, como a quantidade de RAM e GPUs. O equipamento, no entanto, será instalado no Cenpes, centro de pesquisas localizado na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro (RJ).

Supercomputador Pégaso (imagem: divulgação/Petrobras)
Supercomputador Pégaso (imagem: divulgação/Petrobras)

Gaia será utilizado para pesquisas e novas tecnologias

O novo supercomputador vai ser inaugurado em breve, ainda no primeiro trimestre de 2023. Mesmo assim, a Petrobras já separou a lista de atividades que será executada na máquina.

“O Gaia será utilizado para desenvolver novas tecnologias em geofísica, com foco especial na geração de imagens e modelos de subsuperfície”, afirmou Fernando Borges, diretor de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras.

“A precisão gerada pelo estudo geofísico dos modelos desenvolvidos com estas novas tecnologias aumenta a probabilidade de sucesso na hora de escolher uma área e prever o comportamento da rocha durante a perfuração de um poço”, concluiu.

O diretor de Transformação Digital, Paulo Palaia, ressalta que o computador também será dedicado ao desenvolvimento de novos algoritmos para imageamento. Este empenho vai focar em duas técnicas:

  • Least Squares Imaging (Imageamento por Quadrados Mínimos): construção e melhoria de imagens com modelos matemáticos para revelar detalhes que não são visíveis no procedimento tradicional;
  • FWI Elástico (Inversão Elástica do Campo de Onda Completo): reconstrução de propriedades físicas das camadas de rochas para desenvolver modelos mais precisos do que os já existentes.

A evolução será levada às pesquisas sobre geofísica para aprimorar as ferramentas de processamento de imagens sísmicas. Tudo isso ajudará a produzir imagens tridimensionais do interior da terra ao garantir acesso à reproduções em alta definição das camadas de rochas em subsuperfície.

Esse empenho ajudará a empresa em análises tanto sobre os campos de pré-sal quanto a respeito das novas fronteiras exploratórias, como a Margem Equatorial. O esforço vai garantir resultados mais precisos para reduzir os custos do setor de E&P.

Afinal, a perfuração e completação de cada poço no pré-sal custa entre US$ 70 milhões a US$ 100 milhões. Em outras palavras: quanto menos risco à operação, melhor.

Gaia será instalado no Cenpes, o centro de pesquisas da Petrobras (Imagem: Geraldo Falcão / Agência Petrobras)
Gaia será instalado no Cenpes, o centro de pesquisas da Petrobras (Imagem: Geraldo Falcão / Agência Petrobras)

Petrobras aumenta a sua capacidade de computação

Este é mais um supercomputador desenvolvido pela Petrobras. Em dezembro, por exemplo, a estatal entregou o Pégaso, um equipamento com 2.016 GPUs Nvidia A100, 678 TB de RAM e capacidade de processamento de 21 petaflops.

O Pégaso, vale lembrar, está na primeira colocação da América Latina na lista TOP500 de computação de alto desempenho (HPC).

Em 2021, foi a vez do Dragão, que iniciou suas operações para ajudar nos projetos estratégicos de E&P. Novamente, estamos falando de uma máquina com um poder de fogo altíssimo, especialmente graças à RAM de 200 TB para abrir cinco abas do Google Chrome sem suar.

Em 2020, a Petrobras chegou a oferecer seus equipamentos para apoiar as pesquisas sobre a COVID-19.

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Bruno Gall De Blasi

Bruno Gall De Blasi

Ex-autor

Bruno Gall De Blasi é jornalista e cobre tecnologia desde 2016. Sua paixão pelo assunto começou ainda na infância, quando descobriu "acidentalmente" que "FORMAT C:" apagava tudo. Antes de seguir carreira em comunicação, fez Ensino Médio Técnico em Mecatrônica com o sonho de virar engenheiro. Escreveu para o TechTudo e iHelpBR. No Tecnoblog, atuou como autor entre 2020 e 2023.