Petrobras começa a montar Pégaso, novo supercomputador com 678 TB de RAM

Supercomputador da Petrobras deve entrar em operação até o fim de 2022; Pégaso será usado em projetos de exploração e produção da estatal

Bruno Gall De Blasi

Petrobras está se preparando para inaugurar um novo supercomputador: o Pégaso. Nesta quarta-feira (13), a estatal anunciou a montagem do dispositivo com 678 TB de RAM (!) para ajudar no processamento de dados nos projetos de Exploração e Produção (E&P) de petróleo e gás natural. O computador ainda supera o poder do Dragão e do Atlas, que também pertencem à empresa brasileira.

O Pégaso dá sequência aos últimos investimentos da estatal brasileira em computação de alto desempenho (HPC). Segundo a companhia, a ficha técnica engloba especificações de respeito, como a memória RAM de 678 TB para abrir quatro abas do Google Chrome e as 2.016 unidades gráficas de processamento (GPU). Em relação à conectividade, o dispositivo também terá um link de 400 Gb/s.

O dispositivo promete uma capacidade de processamento de 21 Petaflops. Nas palavras da estatal, tudo isso equivale à soma de seis milhões de celulares ou 150 mil notebooks operando em conjunto. Além disso, a potência do futuro supercomputador é quase o acúmulo do Dragão (14 Petaflops) e do Atlas (8,9 Petaflops).

Petrobras quer 80 Petaflops até o fim de 2022

A Petrobras tem investido bastante em computação de alto desempenho nos últimos anos. Para se ter ideia, em junho de 2021 com 200 TB de RAM, a companhia iniciou as operações do Dragão. Naquela época, a estatal esperava chegar ao fim do ano passado com cerca de 40 petaflops de capacidade, sem contar o uso de nuvem.

O resultado foi alcançado. Em 2019, a companhia acumulou uma capacidade de processamento total de 10,2 Petaflops com HPC. O valor duplicou na virada de ano, quando a companhia alcançou 22,2 Petaflops. Em 2021, o número subiu para 42 Petaflops. 

A estimativa é de que o número continue a crescer: em 2022, a empresa espera alcançar a marca de 80 Petaflops. 

Supercomputador Pégaso ajudará no processamento de dados de projetos da Petrobras (Imagem: Reprodução)
Supercomputador Pégaso ajudará no processamento de dados de projetos da Petrobras (Imagem: Reprodução)

Supercomputadores são usados para analisar dados

Mas para que tanto tudo isso? Segundo a companhia, os supercomputadores ajudam no processamento de dados geofísicos e geológicos em projetos de E&P. Assim, a estatal consegue reduzir os riscos geológicos e operacionais, assim como o tempo entre a descoberta de um campo e o início da produção.

“Ampliar a capacidade de processamento de dados permite à Petrobras gerar imagens da subsuperfície cada vez mais nítidas das áreas mapeadas para exploração de petróleo e gás natural, e reduzir o tempo de processamento dessas informações”, explicaram. “Isso contribui para otimizar a produção, aumentar o fator de recuperação das reservas atuais e maximizar a eficiência dos projetos exploratórios da companhia.”

O esforço também atende aos programas estratégicos da estatal brasileira. É o caso do EXP100, que busca alcançar o uso integral de uso de dados e conhecimento nos projetos exploratórios. Já o PROD1000 pretende reduzir os prazos para o início da produção de um campo.

Pégaso será operado a partir de dezembro, prevê estatal

Mas a construção não será simples. Para começar, a estatal teve que carregar 30 toneladas de componentes para Vargem Grande, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde o Pégaso será montado. A operação contou com 32 caminhões.

Além disso, haja espaço: “quando todas as estruturas (racks) que abrigam os componentes estiverem prontas, formarão uma fila com comprimento total de 35 metros”, afirmaram. 

O processo de montagem deve durar até três meses. Mas a previsão é de que o computador esteja à todo vapor até dezembro. “O Pégaso foi projetado e será implantado considerando-se também o critério de eficiência energética”, ressaltaram.

Leia | O que é um supercomputador? [Características e usos]

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Bruno Gall De Blasi

Bruno Gall De Blasi

Ex-autor

Bruno Gall De Blasi é jornalista e cobre tecnologia desde 2016. Sua paixão pelo assunto começou ainda na infância, quando descobriu "acidentalmente" que "FORMAT C:" apagava tudo. Antes de seguir carreira em comunicação, fez Ensino Médio Técnico em Mecatrônica com o sonho de virar engenheiro. Escreveu para o TechTudo e iHelpBR. No Tecnoblog, atuou como autor entre 2020 e 2023.