Google abre projeto open-source do Chrome para mais empresas
Mais um desenvolvedor externo está em posição de liderança no projeto Chromium; Microsoft é uma das principais aliadas
Mais um desenvolvedor externo está em posição de liderança no projeto Chromium; Microsoft é uma das principais aliadas
O Google está abrindo o projeto Chromium – base do navegador Chrome – para mais empresas de tecnologia. O software de código aberto já é utilizado por grandes concorrentes, como a Microsoft, Samsung e Brave. Mas a subsidiária da Alphabet quer expandir ainda mais o controle para “melhorar a navegação web no futuro”.
Em março, o Google admitiu que o desenvolvedor Manuel Rego Casanovas, da empresa Igalia, ocupasse um cargo de liderança no projeto Chromium. O processo reforça a mudança da dinâmica anterior, na qual apenas os engenheiros do Google aprovavam ou não a implementação de novos recursos. Casanovas é o terceiro líder externo a integrar a equipe, e o primeiro em um novo sistema de nomeação.
De acordo com Alex Russell, desenvolvedor sênior que encabeça o grupo de padrões da web do Chrome, a ideia é que mais profissionais de fora do Google façam parte da iniciativa no próximo ano.
Além de contar com participações externas na equipe, o projeto passa a aceitar também recursos de outras empresas, ainda que o Google opte por não adicioná-los ao Chrome. Desse modo, a gigante da tecnologia pretende garantir a visão de participação que permite a outros desenvolvedores alcançarem objetivos específicos, de acordo com as metas de suas empresas de origem.
Vale ressaltar que nem todos os recursos da web precisam ser instalados em softwares que operam com a base Chromium – o presidente-executivo do Brave, Brendan Eich, afirma que o navegador desativa recursos quando os considera fora do padrão ou julga que eles possam representar riscos à privacidade dos usuários.
Durante a conferência BlinkOn realizada no início desta semana, o engenheiro do Chrome Danyao Wang chamou a atenção para os benefícios à respeito da expansão da abertura do Chromium:
É muito legal ver tantas pessoas e grupos com prioridades diferentes se reunindo e encontrando soluções que não apenas atendam às suas agendas individuais, mas também promovam o objetivo comum de melhorar a web.
As iniciativas do Google são opostas à visão de outra grande empresa do setor – a Apple. Enquanto a dona do Chrome expande as fronteiras para alcançar mais empresas e construir novos recursos, a Apple mantém limites mais rigorosos em seus apps afirmando temer pela segurança destes.
Em resposta, o Google argumenta que devido à tecnologia de sandbox, os apps da web são mais seguros do que aplicativos nativos, e que limitar a interatividade avançada de apps nativos prejudica a web a longo prazo.
As principais empresas que contribuem com o Chromium são a Microsoft, Intel, Igalia, Samsung, Opera e LG. O Google afirma que entre centenas de novos colaboradores que chegaram à plataforma, 90 vieram do Google, e muito mais vieram de fora. A dona do Edge, que ingressou no projeto em dezembro de 2018, corresponde a 35% dos contribuintes não-Google em 2020 – e seus desenvolvedores foram responsáveis por 4.443 alterações no projeto.
Com informações: CNET