Google abre projeto open-source do Chrome para mais empresas

Mais um desenvolvedor externo está em posição de liderança no projeto Chromium; Microsoft é uma das principais aliadas

Ana Marques
• Atualizado há 2 anos e 11 meses
Google Chrome (Imagem: Nathana Rebouças/Unsplash)
Google Chrome (Imagem: Nathana Rebouças/Unsplash)

O Google está abrindo o projeto Chromium – base do navegador Chrome – para mais empresas de tecnologia. O software de código aberto já é utilizado por grandes concorrentes, como a Microsoft, Samsung e Brave. Mas a subsidiária da Alphabet quer expandir ainda mais o controle para “melhorar a navegação web no futuro”.

Em março, o Google admitiu que o desenvolvedor Manuel Rego Casanovas, da empresa Igalia, ocupasse um cargo de liderança no projeto Chromium. O processo reforça a mudança da dinâmica anterior, na qual apenas os engenheiros do Google aprovavam ou não a implementação de novos recursos. Casanovas é o terceiro líder externo a integrar a equipe, e o primeiro em um novo sistema de nomeação.

De acordo com Alex Russell, desenvolvedor sênior que encabeça o grupo de padrões da web do Chrome, a ideia é que mais profissionais de fora do Google façam parte da iniciativa no próximo ano.

Além de contar com participações externas na equipe, o projeto passa a aceitar também recursos de outras empresas, ainda que o Google opte por não adicioná-los ao Chrome. Desse modo, a gigante da tecnologia pretende garantir a visão de participação que permite a outros desenvolvedores alcançarem objetivos específicos, de acordo com as metas de suas empresas de origem.

Chromium

Chromium (Imagem: Divulgação/Google)

Vale ressaltar que nem todos os recursos da web precisam ser instalados em softwares que operam com a base Chromium – o presidente-executivo do Brave, Brendan Eich, afirma que o navegador desativa recursos quando os considera fora do padrão ou julga que eles possam representar riscos à privacidade dos usuários.

Durante a conferência BlinkOn realizada no início desta semana, o engenheiro do Chrome Danyao Wang chamou a atenção para os benefícios à respeito da expansão da abertura do Chromium:

É muito legal ver tantas pessoas e grupos com prioridades diferentes se reunindo e encontrando soluções que não apenas atendam às suas agendas individuais, mas também promovam o objetivo comum de melhorar a web.

Código-aberto e segurança

As iniciativas do Google são opostas à visão de outra grande empresa do setor – a Apple. Enquanto a dona do Chrome expande as fronteiras para alcançar mais empresas e construir novos recursos, a Apple mantém limites mais rigorosos em seus apps afirmando temer pela segurança destes.

Em resposta, o Google  argumenta que devido à tecnologia de sandbox, os apps da web são mais seguros do que aplicativos nativos, e que limitar a interatividade avançada de apps nativos prejudica a web a longo prazo.

As principais empresas que contribuem com o Chromium são a Microsoft, Intel, Igalia, Samsung, Opera e LG. O Google afirma que entre centenas de novos colaboradores que chegaram à plataforma, 90 vieram do Google, e muito mais vieram de fora. A dona do Edge, que ingressou no projeto em dezembro de 2018, corresponde a 35% dos contribuintes não-Google em 2020 – e seus desenvolvedores foram responsáveis por 4.443 alterações no projeto.

Com informações: CNET

Leia | O que é o W3C? [World Wide Web Consortium]

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Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.