Google espera que, com Stadia, franquias de banda larga aumentem

Google Stadia recomenda 35 Mb/s para streaming de jogos em 4K; isso pode estourar rápido a franquia mensal de internet nos EUA

Felipe Ventura
• Atualizado há 3 anos
Google Stadia - controle

O Google Stadia fará streaming de jogos de console para PCs, celulares e Chromecast: o serviço recomenda uma conexão de pelo menos 10 Mb/s para resolução HD e 35 Mb/s para transmissão em 4K. Alguns cálculos mostram que isso poderia estourar facilmente a franquia mensal de 1 TB na banda larga fixa dos EUA; operadoras no Brasil mencionam limites de consumo de até 500 GB. No entanto, a empresa não parece estar preocupada.

Phil Harrison, chefe do Google Stadia, acredita que as operadoras vão reagir à demanda por mais dados, da mesma forma que fizeram à medida que o streaming de música e de vídeos se popularizou. Além disso, o executivo lembra que poucos países têm franquias na internet fixa — o Brasil ainda decide se vai implementá-las.

“Os provedores têm um forte histórico de estarem à frente das tendências para consumidores”, disse Harrison ao GameSpot, em uma mesa redonda com a imprensa britânica.

“E se você observar o histórico dos limites de dados nesses poucos mercados — o número de países com franquia na internet fixa é relativamente pequeno — a tendência com o tempo, quando o streaming e o download de músicas se tornaram populares, especialmente nos primórdios quando isso não era necessariamente legal, os limites de dados aumentaram”, explicou Harrison. “Com a evolução do streaming de TV e filmes, os limites de dados aumentaram e esperamos que isso continue.”

Google Stadia

Google Stadia pode ser desafio para franquia de 1 TB

O Google promete streaming de jogos em 4K a 60 quadros por segundo através de uma conexão de 35 Mb/s. O PC Gamer calcula que isso consome cerca de 15,75 GB por hora. Operadoras nos EUA, como a Comcast, têm franquia mensal de 1 TB. Ou seja, o limite acabaria após 65 horas de jogo — pressupondo que a internet não fosse usada para mais nada.

Harrison diz que esses cálculos deixam de considerar algo importante: “se você pegar 35 Mb/s, não é sempre 35 Mb/s porque usamos compressão. Haverá algumas vezes quando na verdade ele usará significativamente menos dados que isso, então não é correto multiplicar 35 Mb/s pelo número de segundos que você joga”.

Como lembra o Ars Technica, a Netflix recomenda uma conexão de 25 Mb/s para streaming em 4K, mas seus vídeos geralmente são transmitidos a cerca de 15 Mb/s. A largura de banda extra serve para acomodar suas outras necessidades de internet.

No entanto, Harrison reconhece que o Stadia vai consumir muitos dados. O serviço “dará aos jogadores informações sobre quantos dados eles estão usando, e como mudar a resolução caso queiram”, explica o executivo.

Operadoras no Brasil mencionam franquia de até 500 GB

Nos EUA, a Comcast aplica um limite mensal de 1 TB em grande parte do país, cobrando US$ 10 para cada 50 GB adicionais, ou US$ 50 por mês para dados ilimitados. AT&T, Cox e outros provedores impõem limites semelhantes.

No Brasil, as franquias na banda larga fixa ainda não estão valendo, mas podem ser encontradas nos contratos das grandes operadoras. A NET menciona limite mensal entre 20 GB e 500 GB, dependendo da velocidade contratada. No caso da Vivo, são entre 170 GB e 300 GB de dados; e na Oi, isso varia de 70 GB a 500 GB.

NET e Claro pediram no início do ano para a Anatel liberar as franquias na internet fixa. No ano passado, Christian Gebara assumiu a presidência da Vivo; ele defende limites na banda larga. A agência de telecomunicações adiou para 2019 uma posição definitiva sobre o assunto, que ficará a cargo do presidente Leonardo Euler de Morais.

Com informações: GameSpot.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.