Google decide aposentar cache de páginas na busca

Recurso para acessar páginas que estavam fora do ar chega ao fim. Ferramenta também servia para consultar alterações e acessar sites bloqueados.

Giovanni Santa Rosa
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Google (Imagem: Vitor Páduo/Tecnoblog
Cache do Google foi criado para acessar páginas que estavam fora do ar (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

O Google não vai mais disponibilizar links para o cache das páginas nos resultados de busca. O recurso foi sendo abandonado ao longo dos anos e já tinha desaparecido para alguns usuários nos últimos meses. Agora, o fim foi confirmado por Danny Sullivan, relações públicas da pesquisa do Google.

Sullivan explicou a decisão em sua conta no X (antigo Twitter). “[O cache] era destinado a ajudar as pessoas a acessar páginas lá no passado, quando você não podia depender do carregamento de um site. Hoje em dia, as coisas melhoraram muito”, comentou. “Então, nós decidimos aposentá-lo.”

A ferramenta cache salvava sites da web em servidores do próprio Google. Assim, se o servidor estivesse com problemas, por exemplo, era possível acessar aquela versão. Nem sempre ela estava atualizada ou funcionava corretamente, mas em muitos casos, ajudava a conseguir a informação desejada.

Antigamente, os resultados de busca do Google tinham um link dizendo “Em cache” logo ao lado da URL. Com o tempo, ele foi movido para a seção “Sobre Este Resultado”. Nos últimos meses, alguns usuários perceberam que o botão desapareceu.

Print do cache do Google para o site do Tecnoblog em 2018
Versão em cache da página inicial do tecnoblog em 2 de março de 2018 (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

Ainda é possível acessar o cache de uma página com um truque. No Google, basta fazer uma busca por “cache:” e o endereço do site desejado. Porém, este operador de pesquisa também vai deixar de funcionar em breve, segundo Sullivan.

O fim nem chega a ser uma surpresa. Em 2021, Martin Splitt, que também trabalha na equipe de relações públicas da pesquisa do Google, disse que o cache era um “recurso legado sem manutenção”.

Cache contornava bloqueio e mostrava histórico

O cache também tinha outras utilidades, como comenta o Verge. Profissionais de SEO (otimização para motores de busca) usavam o recurso para saber como o Google estava “enxergando” suas páginas e as de concorrentes.

A ferramenta também ajudava a consultar versões antigas de páginas alteradas ou removidas. Além disso, ela ainda servia para acessar sites que estavam bloqueados em algumas regiões do mundo, sem precisar de VPN.

Wayback Machine também salva sites

Com o fim do cache, uma alternativa para acessar versões salvas de sites é o Wayback Machine, mantido pelo Internet Archive. O serviço mostra um histórico de versões salvas de um site ao longo do tempo.

Busca pelo Tecnoblog no Wayback Machine. Página de resultados tem calendário das versões salvas e gráfico de quantas vezes o site foi salvo ao longo dos anos
Wayback Machine tem até visualização de calendário para acessar histórico de uma página web (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

Sullivan, inclusive, diz torcer para que o Google passe a colaborar com o projeto, já que ele seria um bom substituto do cache. “Eu acho que seria bastante adequado para os objetivos de alfabetização informacional [da seção] Sobre Este Resultado”, comentou ele no X. Mesmo assim, ele não promete nada.

Com informações: The Verge, Search Engine Land

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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