Google não vai mais penalizar sites de notícias com paywall
Buscador está acabando com a política do primeiro clique grátis
Já aconteceu de você clicar em uma notícia no Google e conseguir acessá-la sem se preocupar com o paywall? Essa prática já não deve mais funcionar. À Bloomberg, o buscador anunciou que vai acabar com a política do primeiro clique grátis (FCF, na sigla em inglês), que dava acesso a um artigo mesmo se o leitor não fosse assinante.
Hoje, a maioria dos grandes jornais têm paywall – ou seja, você pode ler alguns artigos gratuitamente por mês e depois precisa pagar uma assinatura para acessar outras notícias ou artigos de opinião. No entanto, se o clique viesse do Google, era comum conseguir ler o post sem precisar pagar.
A política do primeiro clique grátis foi criada pelo buscador para aumentar a retenção dos leitores nos sites. Quem aceitasse dar acesso gratuito ganharia melhor posicionamento nas buscas. Por muito tempo, pareceu funcionar para ambos os lados, até que as editoras viram o faturamento cair.
Agora, outros termos estão sendo combinados entre o Google e os sites de notícia. Primeiro: os artigos não terão mais a indexação prejudicada, mesmo se houver paywall. Além disso, vão ser estudadas novas formas de atrair assinantes, como jeitos mais amigáveis de fazer o cadastro, novos métodos para atingir leitores e melhores formas de pagamento.
Por exemplo, o Engadget conta que o Google planeja deixar você assinar os jornais com a sua conta, inclusive usando o cartão de crédito já cadastrado. Com maior praticidade, espera-se que reduzir os passos para a assinatura (talvez com um só clique) deva atrair mais gente.
Essa é uma briga antiga: até 2009, qualquer artigo de jornal que você encontrasse no Google poderia ser lido gratuitamente. Depois, o buscador limitou o número de acessos gratuitos para cinco por dia e, em 2015, reduziu para três.
Recentemente, o Google vem sendo pressionado por diversas organizações para acabar com o FCF. A News Corp, dona do jornal americano Wall Street Journal, chegou a desativar o acesso gratuito mas seu posicionamento foi extremamente prejudicado.
Em um post, eles contam que passaram a receber 38% menos tráfego do buscador e 89% no Google News, comparado com o ano anterior. Com a nova medida, Robert Thomson, CEO da News Corp ficou feliz. Ele se comprometeu a criar novos modelos de assinatura que são mais viáveis para os consumidores.
Responsável por 10 bilhões de cliques para os sites de editoras todos os meses, o Google também se mostrou contente. “Nós reconhecemos que a transição ao [meio] digital para as editoras não tem sido fácil. A situação econômica é clara: se elas não estão bem-sucedidas, nós não conseguimos ser bem-sucedidos”, declarou Philipp Schindler, chefe de negócios do Google ao WSJ.
Com informações: The Verge, The Next Web.
Leia | Como remover compartilhamento no Google Drive e torná-lo privado