Google não vai mais penalizar sites de notícias com paywall

Buscador está acabando com a política do primeiro clique grátis

Jean Prado
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• Atualizado há 2 semanas

Já aconteceu de você clicar em uma notícia no Google e conseguir acessá-la sem se preocupar com o paywall? Essa prática já não deve mais funcionar. À Bloomberg, o buscador anunciou que vai acabar com a política do primeiro clique grátis (FCF, na sigla em inglês), que dava acesso a um artigo mesmo se o leitor não fosse assinante.

Hoje, a maioria dos grandes jornais têm paywall – ou seja, você pode ler alguns artigos gratuitamente por mês e depois precisa pagar uma assinatura para acessar outras notícias ou artigos de opinião. No entanto, se o clique viesse do Google, era comum conseguir ler o post sem precisar pagar.

A política do primeiro clique grátis foi criada pelo buscador para aumentar a retenção dos leitores nos sites. Quem aceitasse dar acesso gratuito ganharia melhor posicionamento nas buscas. Por muito tempo, pareceu funcionar para ambos os lados, até que as editoras viram o faturamento cair.

Agora, outros termos estão sendo combinados entre o Google e os sites de notícia. Primeiro: os artigos não terão mais a indexação prejudicada, mesmo se houver paywall. Além disso, vão ser estudadas novas formas de atrair assinantes, como jeitos mais amigáveis de fazer o cadastro, novos métodos para atingir leitores e melhores formas de pagamento.

Por exemplo, o Engadget conta que o Google planeja deixar você assinar os jornais com a sua conta, inclusive usando o cartão de crédito já cadastrado. Com maior praticidade, espera-se que reduzir os passos para a assinatura (talvez com um só clique) deva atrair mais gente.

Essa é uma briga antiga: até 2009, qualquer artigo de jornal que você encontrasse no Google poderia ser lido gratuitamente. Depois, o buscador limitou o número de acessos gratuitos para cinco por dia e, em 2015, reduziu para três.

Recentemente, o Google vem sendo pressionado por diversas organizações para acabar com o FCF. A News Corp, dona do jornal americano Wall Street Journal, chegou a desativar o acesso gratuito mas seu posicionamento foi extremamente prejudicado.

Em um post, eles contam que passaram a receber 38% menos tráfego do buscador e 89% no Google News, comparado com o ano anterior. Com a nova medida, Robert Thomson, CEO da News Corp ficou feliz. Ele se comprometeu a criar novos modelos de assinatura que são mais viáveis para os consumidores.

Responsável por 10 bilhões de cliques para os sites de editoras todos os meses, o Google também se mostrou contente. “Nós reconhecemos que a transição ao [meio] digital para as editoras não tem sido fácil. A situação econômica é clara: se elas não estão bem-sucedidas, nós não conseguimos ser bem-sucedidos”, declarou Philipp Schindler, chefe de negócios do Google ao WSJ.

Com informações: The Verge, The Next Web.

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Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

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