Grimes usa tecnologia NFT para vender US$ 6 milhões em arte digital

Grimes, cantora pop canadense, leiloou uma série de 10 obras digitais como tokens não fungíveis (NFTs) e arrecadou US$ 6 milhões

Bruno Ignacio
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• Atualizado há 1 ano e 1 mês
“Gods in Hi-Res", arte digital em NFT criada por Grimes (Imagem: Divulgação)
“Gods in Hi-Res", arte digital em NFT criada por Grimes (Imagem: Divulgação)

A cantora pop Grimes também entrou no mercado de NFTs (non-fungible tokens) com um conjunto de obras de arte digitais que foram à leilão neste último domingo (28). Entre algumas peças únicas e outras com milhares de cópias disponíveis, a artista canadense vendeu cerca de US$ 6 milhões com os tokens não fungíveis.

Foram à leilão uma série de 10 obras de arte digitais criptografadas como NFTs. O trabalho mais caro vendido foi uma peça única, sem cópias adicionais, chamada de “Death of the Old”, cujo valor final leiloado foi de US$ 389 mil. Trata-se de um vídeo cerca de um minuto com anjos querubins voando pelo cenário enquanto a câmera se aproxima de uma cruz luminosa sob uma música original da Grimes.

Porém, os milhões não foram feitos com obras únicas, mas sim com NFTs limitadas a poucas milhares de cópias. As obras chamadas de “Terra” e “Marte” também são pequenos vídeos apresentando os planetas em questão com um enorme anjo segurando uma arma, acompanhadas novamente de músicas originais da artista. Cada uma das quase 700 unidades adquiridas foi vendida pelo preço de US$ 7.500, totalizando aproximadamente US$ 5,2 milhões.

As obras fazem parte da coleção “WarNymph” de Grimes, feita em colaboração com seu irmão Mac Boucher. A artista estreou a série de arte digital em 2019 e inicialmente usou o “estilo alternativo” para promover seu álbum Miss Anthropocene. Contudo, com o anúncio de sua gravidez e com as mudanças no mercado de arte, a cantora adaptou os conceitos e tecnologia por trás da coleção para um conjunto de NFTs, cujas vendas totais já lhe renderam US$ 6 milhões.

NFTs agregam valor e exclusividade à arte digital

Esse novo tipo de ativo digital pode ser absolutamente qualquer trabalho original que o autor queira garantir sua exclusividade ao codificar o arquivo em uma rede blockchain. Isso inclui códigos, jogos, itens modelados em 3D, mas é particularmente popular no jovem e crescente mercado de arte digital.

Desta maneira, uma criação virtual será registrada e criptografada para ser absolutamente única, agregando valor assim como obras de arte físicas e limitadas. Ou seja, a lógica é a mesma do mercado de arte tradicional. Podemos ver fotos, vídeos e até imprimir a Mona Lisa de Leonardo da Vinci, mas somente a original é que possui de fato valor. A diferença é que hoje isso está se digitalizando, e as redes blockchain e tokens não fungíveis garantem essa verificação de autenticidade.

Um único NFT foi vendido por US$ 6,6 milhões

A Grimes não é a primeira artista a entrar no ramo dos tokens não fungíveis. O colecionador de arte de Miami, Pablo Rodriguez-Fraile, vendeu um vídeo de 10 segundos como NFT por US$ 6,6 milhões na semana passada. O artista por trás da obra digital se chama Beeple, pseudônimo de Mike Winkelmann. Ele também autenticou sua criação por uma rede blockchain ainda em 2020, quando a vendeu originalmente para Rodriguez por “apenas” US$ 67 mil na época.

Com informações: Reuters, The Verge

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Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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