Hackers apagam ameaça de extorsão à Apple e imagens de MacBook vazado

Grupo teria capturado documentos sigilosos de produtos da Apple e pedido resgate de US$ 50 milhões para não divulgá-los

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 anos e 10 meses
MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
MacBook Pro (2020) com Apple M1 (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

A semana passada marcou o anúncio dos iMacs coloridos e do novo iPad Pro, mas, nos bastidores, talvez a Apple estivesse lidando com uma preocupação: um grupo hacker chamado REvil exigia que a companhia pagasse US$ 50 milhões para dados sigilosos capturados por um ransomware não serem liberados publicamente. Porém, de uma hora para outra, as ameaças sumiram.

O REvil é um grupo que se dedica justamente a extorquir organizações para devolver a elas dados capturados por meio de ransomwares. Via de regra, a ação desse tipo de malware envolve “sequestrar” sistemas ou arquivos e só liberá-los após o pagamento de um resgate. Mas, neste caso, a ameaça dos invasores seguiu uma lógica um pouco diferente: os dados seriam divulgados na internet se o montante exigido não fosse pago.

Mas a Apple não foi vítima de um ransomware, não de modo direto. O REvil afirma ter invadido servidores da Quanta Computer, companhia de Taiwan que fabrica notebooks para várias companhias, como Dell, HP, Lenovo e… Apple.

Essa ação teria resultado na captura de esquemas e outros detalhes de projetos de produtos da Apple, além de informações pessoais de funcionários e clientes, de acordo com os invasores. Diante disso, o grupo exigiu da Quanta um resgate de US$ 50 milhões que deveriam ser pagos até 27 de abril.

O Bleeping Computer relata que alguns esquemas e diagramas de componentes de um MacBook aparentemente não lançado chegaram a ser divulgados na dark web como prova da invasão, embora não houvesse indícios que confirmassem que esses documentos tinham relação com um produto ainda inédito.

De todo modo, a Quanta se negou a negociar. O REvil decidiu então ameaçar a Apple. O valor exigido era o mesmo: US$ 50 milhões para os supostos dados sigilosos não serem vazados. A única diferença é que a companhia teria até 1º de maio para fazer o pagamento.

O que aconteceu na sequência é um mistério. O MacRumors descobriu que as páginas da dark web com as ameaças à Apple e as imagens do MacBook vazadas como amostra simplesmente desapareceram, sem explicação.

Não se sabe se a Apple pagou o resgaste ou tomou alguma outra providência, pois a companhia não comenta o assunto.

Também existe a possibilidade de o REvil ter blefado e, de alguma forma, a Apple ter percebido isso. No entanto, o grupo tem um histórico de cumprir as suas ameaças e continua extorquindo outras companhias. Esses detalhes sugerem que esta história ainda pode render alguns capítulos.

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Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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