Liberty Linux é uma distribuição da SUSE voltada aos “órfãos” do CentOS
SUSE Liberty Linux vem para conquistar adeptos do CentOS, distribuição para servidores que foi descontinuada no final de 2021
SUSE Liberty Linux vem para conquistar adeptos do CentOS, distribuição para servidores que foi descontinuada no final de 2021
No finalzinho de 2021, a Red Hat “matou” o CentOS Linux e colocou o CentOS Stream como substituto. Essa mudança deixou muita gente contrariada. Enxergando aí uma oportunidade, algumas organizações criaram projetos alternativos, por assim dizer. A distribuição Liberty Linux, da SUSE, é o exemplo mais recente.
Se a SUSE já tem distribuições Linux para uso corporativo (o foco do CentOS), não faz sentido, na primeira olhada, apostar em um novo projeto do tipo. Mas, analisando o contexto, percebemos que a iniciativa pode fazer sentido, sim.
Lançado oficialmente em 2004, o CentOS (Community Enterprise Linux Operating System) tinha como base códigos oriundos do Red Hat Enterprise Linux (RHEL), razão pela qual mantinha ampla compatibilidade com este.
Ao longo dos anos, o projeto se mostrou seguro, robusto, estável e adaptável a numerosas aplicações, principalmente no âmbito da internet. Não por acaso, existe uma enormidade de sites e serviços online hospedados em servidores com CentOS.
O alcance do projeto certamente foi decisivo para a Red Hat (hoje, uma empresa da IBM) assumir o CentOS em 2014. Mas, em dezembro de 2020, veio a má notícia: a companhia decidiu descontinuar o CentOS e oferecer duas alternativas: o CentOS Stream ou a migração para uma das soluções pagas da Red Hat.
Insistir com o CentOS pode ser arriscado pela falta de suporte. A versão 8 da distribuição — a última, lançada em 2019 — teve seu ciclo de vida útil finalizado em 31 de dezembro de 2021.
Como o CentOS Stream segue uma dinâmica diferente, outra saída tem sido a busca por projetos derivados, a exemplo do Rocky Linux (criado por Greg Kurtzer, cofundador do CentOS), ou por uma distribuição com características que a tornam uma alternativa viável.
É aqui que o Liberty Linux ganha forma. A distribuição ainda não está disponível de modo oficial, mas, em seu anúncio a respeito, a SUSE explica que o projeto oferece ferramentas de gerenciamento que, além do SUSE Linux Enterprise Server e do OpenSUSE, é compatível com ambientes RHEL e CentOS.
Na prática, isso significa que a migração do CentOS para o Liberty Linux não deve ser problemática ou exigir uma grande curva de adaptação dos administradores, por exemplo.
É de se esperar que, quando lançado oficialmente, o Liberty Linux tenha recursos equivalentes aos do RHEL 8.5, incluindo compatibilidade com pacotes EPEL, mas traga uma versão mais atual do kernel. Além disso, as atualizações subsequentes devem acompanhar o ciclo de lançamentos da Red Hat, não os da SUSE.
Uma versão gratuita também é esperada, mas, como estamos falando de uma distribuição para uso em servidores, os clientes provavelmente serão incentivados a contar com um plano de suporte empresarial — pago, é claro.
Ainda não há informações sobre a disponibilidade da distribuição, mas organizações interessadas podem solicitar acesso a uma versão demo no site da SUSE.
Com informações: The Register.
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