Microsoft proíbe funcionários de usar Slack e desencoraja Google Docs

Slack não preenche requisitos de proteção de propriedade intelectual da Microsoft, diz comunicado interno

Paulo Higa
• Atualizado há 2 anos e 11 meses
Foto por Andrea/Flickr

O Slack terá que se contentar com uma cliente a menos: a Microsoft. A empresa de Redmond baniu a maioria das versões do aplicativo corporativo de mensagens, alegando que ele não preenche os requisitos de proteção de propriedade intelectual da companhia. Além disso, o Google Docs e o Amazon AWS foram incluídos em uma lista de serviços “desencorajados”.

A proibição foi descoberta pelo GeekWire em um documento interno da Microsoft. Funcionários não poderão utilizar a versão gratuita do Slack para se comunicarem, nem as versões Padrão (R$ 15 por usuário por mês) e Plus (R$ 28,20 por usuário por mês). A única exceção fica para o Slack Enterprise Grid — que só é vendido sob medida e não tem preço divulgado.

Diz o comunicado interno:

As versões Slack Free, Slack Padrão e Slack Plus não fornecem os controles necessários para proteger adequadamente a propriedade intelectual (IP) da Microsoft. Usuários existentes dessas soluções devem migrar o histórico de conversas e os arquivos relacionados aos negócios da Microsoft para o Microsoft Teams, que oferece os mesmos recursos e integrações dos apps, chamadas e reuniões do Office 365. (…) A versão Slack Enterprise Grid atende aos requisitos de segurança da Microsoft; no entanto, encorajamos o uso do Microsoft Teams em vez de um software concorrente.

O Microsoft Teams foi lançado em 2016 como um concorrente do Slack, permitindo que equipes se comuniquem por texto, compartilhem arquivos e façam reuniões em vídeo. O serviço não emplacou tão rapidamente e, no ano passado, a Microsoft decidiu lançar uma versão gratuita com menos restrições que o Slack Free, como a possibilidade de enviar e buscar mensagens ilimitadas (são 10 mil no Slack) e compartilhar 10 GB de dados (contra 5 GB do rival).

Mas o Slack não é o único proibido: o Grammarly, ferramenta de verificação de ortografia e gramática, não pode ser utilizado dentro dos escritórios da Microsoft, porque seus plugins podem acessar conteúdo sensível em e-mails e documentos. Os softwares de segurança da Kaspersky, que andou brigando na justiça com a dona do Windows, também estão banidos.

Na lista de serviços desencorajados, mas não totalmente proibidos, entram o Google Docs; o PagerDuty, sistema de monitoramento de incidentes; e o serviço de nuvem Amazon Web Services. Até a versão cloud do GitHub, adquirido pela Microsoft por US$ 7,5 bilhões, não é indicada para códigos confidenciais. Todos esses serviços só poderão ser usados caso haja uma boa justificativa.

Faz sentido.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.