Nubank estreia na B3 com BDRs valendo quase R$ 11 e ação com alta de 7%
Banco, considerado o mais valioso da América Latina após IPO em Nova York, estreou na bolsa de valores brasileira vendendo os BDRs por quase R$ 11
Banco, considerado o mais valioso da América Latina após IPO em Nova York, estreou na bolsa de valores brasileira vendendo os BDRs por quase R$ 11
Um dia após estrear na bolsa de valores de Nova York (NYSE), o Nubank abriu seu IPO na B3, bolsa de valores do Brasil. Por aqui, a companhia vai negociar os chamados BDRs, que representam um sexto de uma ação ordinária vendida na NYSE. Na manhã desta sexta-feira (10), com o início do pregão brasileiro, o valor do “pedacinho” começou em R$ 10,94, mas já está em R$ 10,87. Por enquanto, os títulos do Nubank no Brasil registram alta de cerca de 5%.
O segundo capítulo do IPO (Oferta Pública Inicial, em inglês) do Nubank ocorreu nesta sexta-feira (10). Os cofundadores do banco, o CEO David Vélez, Cristina Junqueira e Edward Wible tocaram o sino eletrônico da B3 e inauguraram a abertura de capital no Brasil.
O Nubank estreou na B3 com o ticker NUBR33. Desde quinta-feira (9), quando o Nubank abriu capital da NYSE, o BDR teve seu preço determinado pelo banco: R$ 8,36. O código da Nu Holdings — controladora do banco — na NYSE é NU.
No entanto, como o Nubank fez uma dupla listagem — abriu capital em dois índices diferentes — o BDR ainda não podia ser vendido ou comprado no dia 9. O que aconteceu foi que, até a manhã de hoje, os papéis da companhia foram negociados em forma de leilão, com investidores declarando sua intenção de compra e venda de ativos.
Com a abertura da B3, o BDR do Nubank começou a ser negociado por R$ 10,87. A ação do roxinho na bolsa de valores brasileira até o momento registra alta de 7,27%. Enquanto isso, no exterior, os papéis da Nu Holdings têm leve valorização de 8,71%.
Clientes do Nubank podem comprar um “pedacinho” do banco por meio de opções de investimento ou pelo NuSócios, que dá o BDR de graça. Quem adquiriu o recibo por fora do programa pode vendê-lo, enquanto usuários que o receberam gratuitamente têm que permanecer com o papel até o fim do prazo de 12 meses estabelecido pela fintech, podendo vendê-lo posteriormente.
O “pedacinho” é uma forma de tornar clientes em acionistas, e é a estratégica do NuSócios para cadastrar mais usuários na NuInvest, firma de investimentos do banco.
Segundo números dados pela cofundadora do Nubank, Cristina Junqueira, 850 mil brasileiros compraram BDRs do roxinho, enquanto 7,5 milhões aceitaram a fração de ação pelo NuSócios.
Na abertura do IPO na B3, David Vélez exaltou o fato de o Nubank ter feito uma abertura dupla de capital nos Estados Unidos e no Brasil. O executivo citou Walt Disney e disse: “nós gostamos de fazer o impossível, porque é onde tem menos concorrência”. Estavam presentes no evento, além dos cofundadores, sócios, investidores-âncora, como a firma de investimento Sequoia, e funcionários do Nubank.
O Nubank tinha reduzido o valor de arrecadação do IPO em 20% pelas condições adversas do preço de mercado das ações de empresas de tecnologia, mas, mesmo assim, esperava arrecadar US$ 2,6 bilhões em capital. De acordo com a Reuters, esse valor foi ultrapassado em oito vezes.
Pela previsão do Nubank, o montante colocaria o IPO como a quarta maior abertura de capital da bolsa de Nova York nos últimos seis meses, posicionando a fintech brasileira apenas atrás de gigantes de tecnologia, como DiDi e Rivian, e da fabricante de componentes eletrônicos Global Foundries.
Após o fechamento da bolsa de valores de Nova York, o Nubank passou a valer US$ 52 bilhões, se tornando a terceira maior empresa de capital aberto do Brasil — somente atrás de Petrobrás e a Vale.
Também com a abertura de capital, o Nubank se tornou o banco mais valioso da América Latina, ultrapassando o Itaú, que vale US$ 37,7 bilhões, e o Bradesco, com valor de mercado de US$ 33,3 bilhões — segundo dados da Economatica.