Devido ao que chamou de “contexto macroeconômico”, o Mercado Livre decidiu repassar novas tarifas para vendedores de seu marketplace. As principais mudanças envolvem as opções de parcelamento dos anúncios do Mercado Livre Premium, que passam a depender do valor do produto divulgado, e a taxa cobrada pela oferta de frete grátis em produtos de até 30 kg.

Usuário navega pelo site do Mercado Livre (Imagem: Mercado Livre/ Divulgação)

Mercado Livre vai mudar parcelas para anunciantes

O Mercado Livre alega que, diante do “contexto macroeconômico”, vai atualizar sua política para vendedores com o objetivo de melhorar seus serviços no Brasil. Em nota ao Tecnoblog, o marketplace afirma:

As informações sobre os ajustes, que serão válidos a partir de 6 de janeiro de 2022, foram disponibilizadas aos vendedores antecipadamente, para que tenham tempo de organizar seus negócios.

A primeira delas é sobre o parcelamento de anúncios do Premium, opção que leva o vendedor a ter maior visibilidade ao divulgar um produto no site, inclusive com a opção de pagamento pela carteira digital do Mercado Pago. Mesmo que o modelo de publicidade para parceiros seja gratuito, a varejista cobra uma taxa por divulgação.

Os vendedores terão de parcelar anúncios Premium para vendas de até R$ 299 em nove vezes sem juros, a depender do valor do produto. Pregões de R$ 300 a R$ 1.499 só poderão ser parcelados em até dez vezes sem juros.

O Mercado Livre, contudo, afirma que vai manter o limite de 12 parcelas sem juros para vendas acima de R$ 1.500. Mas, para negociações abaixo desse valor, a varejista conta que vai disponibilizar a opção de parcelar em 12 vezes, mas com juros — a empresa diz que são “significantemente menores do que os [juros] convencionais”.

No sistema do Mercado Livre, quanto maior o preço do produto ou valor da venda, maior a quantidade de parcelas sem juros oferecidas no anúncio.

Confira como fica a tabela de parcelamento da varejista com a mudança:

Preço do produto ou valor da vendaNº máximo de parcelas sem juros
de R$ 0 a R$ 9,991
de R$ 10 a R$ 14,992
de R$ 15 a R$ 19,993
de R$ 20 a R$ 24,994
de R$ 25 a R$ 29,995
de R$ 30 a R$ 209,996
de R$ 210 a R$ 239,997
de R$ 240 a R$ 269,998
de R$ 270 a R$ 299,999
de R$ 300 a R$ 1.499,9910
mais de R$ 1.50012

Taxa de frete grátis vai ter aumento médio de 3%

O frete grátis para vendedores do Mercado Livre também vai aumentar a partir do dia 6 de janeiro. O marketplace vai aumentar em 3% a cobrança média na entrega gratuita para todas as modalidades de produtos com até 30 quilos.

O desconto dado pela varejista pode chegar a 50%, a depender da reputação do vendedor, que pode ser verde, amarela, laranja ou vermelha. No caso das duas reputações mais baixas (laranja e vermelha), não existe desconto. Na amarela, esse valor é 40%.

Outra mudança será em relação a data em que o vendedor receberá o dinheiro ao usar o Mercado Envios. Se o parceiro tem sua reputação calculada e vende produtos novos, os recebidos vão ficar disponíveis na conta do vendedor cinco dias após a entrega. No caso de produtos velhos ou parceiros sem reputação, esse prazo será de nove dias.

Também a partir do dia 1º de fevereiro, as contas de pessoa jurídica (PJ) de vendedores deixarão de gerar renda. Contudo, o Mercado Livre afirma que vai oferecer opções de rendimento para parceiros PJ por meio do Mercado Pago.

Uma última atualização diz respeito ao subsídio das entregas por Mercado Livre Flex — modo de entrega que está no guarda-chuva do programa Mercado Envios. Essa alíquota será menor, caindo de 40% para 10%, a partir de 6 de janeiro.

Essa diminuição no subsídio não vale para produtos novos a partir de R$ 79. Mas a varejista alerta que, se a reputação do vendedor for amarela, laranja ou vermelha, ela vai deixar de cobrir os custos da entrega grátis.

Segundo o Mercado Livre, mais de 900 mil famílias têm sua fonte direta de renda com vendas na plataforma, enquanto mais de 500 mil pequenos e médios negócios são beneficiados pelo marketplace.

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Escrito por

Pedro Knoth

Pedro Knoth

Ex-autor

Pedro Knoth é jornalista e cursa pós-graduação em jornalismo investigativo pelo IDP, de Brasília. Foi autor no Tecnoblog cobrindo assuntos relacionados à legislação, empresas de tecnologia, dados e finanças entre 2021 e 2022. É usuário ávido de iPhone e Mac, e também estuda Python.