Pelo meio ambiente, Epson vai deixar de vender impressoras a laser

Epson pretende encerrar a comercialização de impressoras a laser até 2026; tecnologia oferece impressões rápidas, mas é nociva ao meio ambiente

Bruno Gall De Blasi
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Epson vai parar de vender impressoras a laser até 2026 (Imagem: Divulgação)
Epson vai parar de vender impressoras a laser até 2026 (Imagem: Divulgação)

As impressoras a laser são as queridinhas dos escritórios. Mesmo assim, a Epson quer virar esta página: a fabricante japonesa vai deixar de comercializar equipamentos com a tecnologia para ajudar a preservar o meio ambiente. No lugar, a companhia passará a utilizar aparelhos com tanque de tinta.

A medida foi anunciada pela fabricante no dia 23, ao revelar novos produtos para escritórios. No comunicado, a companhia informou que o lançamento representava “uma mudança significativa na estratégia” e que apoiava o compromisso da marca com a sustentabilidade. E revelou a decisão em seguida:

“O lançamento coincide com a decisão da empresa de fazer a transição total para jato de tinta e encerrar suas vendas e distribuição globais de impressoras a laser até 2026”, afirmaram.

Claro, isto não foi uma decisão repentina. A empresa informou que este movimento ocorreu um ano após o investimento de 100 bilhões de ienes em inovação sustentável. A companhia também tentou garantir mais eficiência às impressoras a laser, mas não conseguiu oferecer uma solução tangível.

Por que a Epson vai dar adeus às impressoras a laser?

A Epson anunciou o seu novo objetivo recentemente, mas esse assunto já está em pauta há bastante tempo. Em 2019, a fabricante chegou a explicar que as impressoras com jatos de tinta são mais ecológicas. Afinal, as alternativas a laser consomem mais energia durante o processo de aquecimento para fazer as impressões.

Segundo o artigo, os equipamentos que utilizam tinta produzem até 85% menos dióxido de carbono em relação aos modelos a laser. Além disso, a recarga de insumos gera muito menos lixo ao optar pela primeira opção.

“Em termos de geração de resíduos, as impressoras jato de tinta Epson vêm com menos componentes que precisam ser substituídos, tornando sua operação mais conveniente, pois requer apenas a troca de tinta e caixa de tinta residual versus toner, tambor, revelador, fusores e mais componentes para modelos a laser”, explicaram. “Este não é um pequeno detalhe, pois – com até 59% menos peças de reposição em comparação com as impressoras a laser – resulta em uma redução significativa do impacto no meio ambiente durante a vida útil de uma impressora.”

Impresora tanque de tinta (Foto: Bruno Ticianelli/Pexels)
Impresora tanque de tinta (Foto: Bruno Ticianelli/Pexels)

Mas e o que vai acontecer com os escritórios?

As impressoras com tanque de tinta foram a melhor ideia da indústria até aqui. Em abril de 2020, durante a pandemia, comprei uma Canon G3111 e não me arrependo da compra, pois, de lá para cá, eu só precisei encher o tanque uma vez. E olha que eu estava participando de um projeto de pesquisa e prestando processo seletivo para programas de mestrado em 2020 e 2021.

O problema é que essas impressoras não são muito rápidas, o que pode ser um problema para empresas um grande número de funcionários. Nesse ponto, os equipamentos a laser são inquestionavelmente melhores. Por outro lado, são máquinas que esquentam muito durante o uso, impactando diretamente a conta de luz, além de outros problemas.

Mas a Epson já está pensando neste público. No dia 23, a empresa anunciou a linha WorkForce Enterprise AM, que promete imprimir de 40 até 60 folhas por minuto. A companhia, no entanto, não informou quando começará a vender os novos produtos no Brasil.

Com informações: Epson (1 e 2)

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Bruno Gall De Blasi

Bruno Gall De Blasi

Ex-autor

Bruno Gall De Blasi é jornalista e cobre tecnologia desde 2016. Sua paixão pelo assunto começou ainda na infância, quando descobriu "acidentalmente" que "FORMAT C:" apagava tudo. Antes de seguir carreira em comunicação, fez Ensino Médio Técnico em Mecatrônica com o sonho de virar engenheiro. Escreveu para o TechTudo e iHelpBR. No Tecnoblog, atuou como autor entre 2020 e 2023.

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