Após pressão das gravadoras, Spotify colocará limites para usuários do plano gratuito
Há anos, circulam rumores de que as gravadoras vêm pressionando o Spotify a colocar limites para não-assinantes. Desta vez, parece que o serviço de streaming vai ceder.
Fontes dizem ao Financial Times e ao The Verge que o Spotify vai restringir, por um período de tempo, os maiores lançamentos de álbuns aos usuários pagantes.
Isso significa que, se você não for assinante, não poderá escutar alguns dos álbuns novos pelo serviço nas primeiras semanas (ou meses) de seu lançamento. Ou você paga pela assinatura, ou usa uma alternativa gratuita (YouTube), ou recorre à pirataria.
Com a limitação, os artistas (e as gravadoras) poderão receber mais dinheiro cada vez que suas músicas forem tocadas. O valor é proporcional à receita gerada por usuário, e assinantes geram muito mais dinheiro (90% do total) que pesosas ouvindo e vendo propagandas no plano gratuito.
Esta cláusula valerá para as grandes gravadoras – Universal, Sony e Warner -, que detêm boa parte das 30 milhões de músicas oferecidas pelo serviço. Em troca, elas cobrarão taxas de royalties menores.
O Spotify está preocupado em fechar acordos de licenciamento porque quer estrear na bolsa de valores, segundo o FT. As gravadoras têm o mesmo interesse, já que são acionistas minoritárias e ganhariam dinheiro com isso. Mesmo com 50 milhões de assinantes, o serviço nunca teve lucro, em parte devido aos royalties caros.
Por anos, Daniel Ek – fundador da Spotify – vem defendendo o modelo “freemium” como o caminho para a música na era digital. Para ele, a modalidade gratuita é uma forma de atrair usuários e depois convertê-los para assinantes. E ele sempre foi vocalmente contra restrições à versão gratuita; mas parece que isso mudou.
Como nota o The Verge, os grandes lançamentos de Rihanna, Drake, Beyoncé, Kanye West e Frank Ocean chegaram primeiro nos concorrentes Apple Music ou Tidal – e alguns ainda continuam exclusivos a esses serviços de streaming. Esses são artistas com milhões de fãs e um grande impacto no mundo da música, que talvez se interessem pelo Spotify com os novos termos.
Os acordos com as gravadoras ainda devem demorar um tempo para serem finalizados, mas a cláusula para limitar lançamentos a assinantes já está decidida, dizem FT e The Verge. Parece questão de tempo até isso ser posto em prática.