Starlink terá nova antena de internet para aguentar calor e frio intensos

Em pedido de homologação nos EUA, Starlink diz que nova antena a ser instalada em prédios vai aguentar ambientes com temperaturas extremas

Pedro Knoth
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Antena da Starlink (Imagem: divulgação/SpaceX)

Para impedir que o calor extremo ou o frio congelante prejudiquem o sinal de internet de seus clientes, a Starlink vai criar uma nova antena capaz de aguentar oscilações térmicas intensas. Desta forma, o equipamento deve ser usado no que a empresa chama de “ambientes severos”. No momento, a subsidiária de rede via satélite da SpaceX tem dois modelos de antenas — uma delas, em formato retangular, já pode ser vendida no Brasil.

Nova antena vai aguentar frio e calor intensos

A companhia de Elon Musk entrou com um pedido para a Federal Communications Commission (FCC) — órgão federal que regula o mercado de comunicação e dispositivos nos Estados Unidos — para a aprovação de um novo protótipo de antena de “alta performance”.

Na solicitação feita na sexta-feira passada (21), a Starlink comentou que o novo modelo de antena tem recursos que o tornam “resistente contra ambientes severos”. A Starlink disse à FCC:

“Comparado com os outros terminais que a SpaceX Services foi autorizada a lançar no mercado, o modelo de alta performance foi projetado para resistir a ambientes mais duros. o novo aparelho deve continuar a operar mesmo com temperaturas de calor e frio extremos, e terá recursos extras para derreter neve e gelo, além de persistir por mais ciclos termais.”

A Starlink já tem duas antenas que podem ser obtidas por usuários nos EUA. Uma vem em um formato redondo, de disco, parecido com os dispositivos “convencional”. A outra tem uma forma retangular e consegue ser mais leve que o primeiro modelo.

Mas os usuários inscritos na fase de beta dos equipamentos — fase de testes da empresa — tiveram uma descoberta desagradável: no calor de mais de 50ºC de estados como o Arizona, os dispositivos entravam em pane. A solução encontrada por um cliente foi de regar o dispositivo com água para resfriá-lo, e fazer com que o sinal voltasse ao normal.

A única diferença entre esses dois modelos, conta a Starlink, está no programa que é usado para determinar o ciclo de funcionamento. Quanto menos acessível o ponto de instalação da antena for ao público, maior o ciclo, diz a empresa — ou seja, ela depende menos de interferência humana.

Contudo, nenhum dos dois equipamentos consegue funcionar em temperaturas acima de 50ºC ou -30ºC. Claro, no Brasil não há nenhuma região que já registrou um frio tão forte, mas somente nesse ano o Rio de Janeiro registrou dois dias com sensação térmica que ultrapassa o limite da antena da Starlink.

A primeira e a segunda antena Starlink (imagem: divulgação/SpaceX)
A primeira e a segunda antena Starlink (imagem: divulgação/SpaceX)

O terceiro modelo da antena será instalado principalmente em “estações terrestres fixas”, ou seja, no topo de instalações como prédios.

A empresa de Elon Musk está interessada em atrair grandes negócios com as novas antenas fixadas em prédios, como indicou em sua nota à agência de Comunicação dos EUA. A Starlink quer primeiro testar esses equipamentos em ambientes controlados e usados para trabalhar. “Muitas desses pontos de instalação serão fechados ao acesso de pessoas”, comentou companhia.

Entretanto, essas antenas também terão de ser instaladas em pontos populares de grandes centros urbanos, em que variáveis podem entrar em jogo para interromper com o sinal da Starlink.

Por fim, a operadora de internet via satélite disse em nota à FCC que a instalação das antenas teria de ser feita por “funcionários capacitados”, e pediu autorização para atuar em locais com temperaturas extremas, como Alaska, Havaí, Porto Rico e as Ilhas Virgem americanas.

Em agosto de 2021, a Starlink pediu à FCC para usar essa mesma antena mais resistente às oscilações térmicas, todavia em bases móveis, como carros, caminhões, aviões e barcos. O pedido ainda aguarda a aprovação da agência.

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Pedro Knoth

Pedro Knoth

Ex-autor

Pedro Knoth é jornalista e cursa pós-graduação em jornalismo investigativo pelo IDP, de Brasília. Foi autor no Tecnoblog cobrindo assuntos relacionados à legislação, empresas de tecnologia, dados e finanças entre 2021 e 2022. É usuário ávido de iPhone e Mac, e também estuda Python.

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