Telegram fica instável no Brasil em ataque DDoS; app não foi hackeado
Polícia Federal investiga vazamento de mensagens do Telegram entre Deltan Dallagnol, Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato
Polícia Federal investiga vazamento de mensagens do Telegram entre Deltan Dallagnol, Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato
O Telegram passou por um ataque DDoS na manhã desta quarta-feira (12), afetando usuários nas Américas e especialmente no Brasil, de acordo com o DownDetector. O aplicativo está no centro de uma controvérsia política no país, devido a um vazamento de mensagens trocadas pelo aplicativo entre o ministro da Justiça Sérgio Moro, o procurador Deltan Dallagnol e membros da força-tarefa da Lava Jato.
“No momento, estamos enfrentando um poderoso ataque DDoS e usuários do Telegram nas Américas e alguns usuários de outros países podem enfrentar problemas de conexão”, explicou a empresa em sua conta oficial do Twitter às 8h20. A situação parece ter se normalizado às 9h15.
O que é um ataque DDoS? O Telegram oferece uma analogia muito boa para leigos usando lêmingues, pequenos roedores da família dos hamsters e camundongos:
Imagine que um exército de lemingues acabou de furar a fila do McDonald’s na frente de você, e cada um está pedindo um Whopper [do Burger King]. O servidor está ocupado dizendo para os lemingues que eles vieram para o lugar errado, mas eles são tantos que o servidor nem sequer vê você tentando fazer seu pedido.
O Telegram lembra que ataques DDoS utilizam botnets compostas por computadores infectados por malware. No entanto, essa torrente de tráfego ruim apenas sobrecarrega os servidores, sem comprometer os dados dos usuários.
Mapa de problemas relatados no DownDetector mostra falhas concentradas no Brasil:
Sobre os vazamentos da Lava Jato, o Telegram explica que não encontrou evidências de invasão hacker a seus servidores. “Muito provavelmente foi malware, ou alguém que não usou uma senha de autenticação em dois fatores”, explicou a empresa no Twitter.
Por isso, o Telegram publicou um texto com três dicas de segurança para os usuários:
O MPF/PR (Ministério Público Federal no Paraná) explicou em comunicado que os procuradores da força-tarefa da Lava Jato vêm sendo alvo de ataques desde abril, com invasores “invadindo e clonando aparelhos celulares e contas em aplicativos de comunicação instantânea”.
Moro diz no Twitter que, “além de juízes e procuradores, jornalistas também tiveram celulares hackeados pelo mesmo grupo criminoso”. Ele se refere ao caso de Gabriel Mascarenhas, do jornal O Globo, cuja conta do Telegram foi comprometida em 11 de maio: o invasor enviou mensagens a um procurador dizendo que precisava falar com Dallagnol.
A Polícia Federal está investigando a invasão em quatro cidades diferentes. Em Curitiba, ela vai se concentrar nos procuradores do MPF, incluindo Dallagnol. Em Brasília, o foco estará no caso envolvendo Moro na semana passada. No Rio de Janeiro, o juiz federal Abel Gomes, relator na 2ª instância da Lava Jato, foi vítima. E em São Paulo, um hacker obteve acesso a contas de delegados da própria PF.