Uber dobra receita com alta em corridas, mas fecha trimestre no prejuízo

Uber apresenta prejuízo de US$ 2,6 bilhões, mas receita mais que dobra ano a ano, superando os US$ 8 bilhões; a maioria das perdas está relacionada a investimentos

Bruno Ignacio
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Logotipo da Uber

Nesta terça-feira (2), a Uber divulgou seus resultados financeiros referentes ao segundo trimestre de 2022. A empresa de viagens registrou um prejuízo líquido de US$ 2,6 bilhões, mas sua receita mais que dobrou em relação ao mesmo período de 2021, crescendo para US$ 8 bilhões. De maneira geral, todos os serviços da companhia geraram mais retorno no comparativo anual.

Ainda que a empresa siga não sendo lucrativa, os resultados superaram as expectativas, com uma receita de US$ 8,07 bilhões. Em relação ao segundo trimestre de 2021, o aumento foi de 105%. Além disso, a companhia registrou, pela primeira vez, US$ 382 milhões em fluxo de caixa livre.

Mais uma vez, a Uber atribuiu a maior parte do seu prejuízo trimestral, de US$ 2,6 bilhões, a investimentos e a uma reavaliação de participações nas empresas Aurora, Grab e Zomato, resultando em perdas que somaram US$ 1,7 bilhão.

No relatório, o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, afirmou que a companhia continua crescendo no setor de transporte sob demanda, complementando que os usuários agora estão dispostos a gastar mais com esses serviços.

Em relação ao primeiro trimestre de 2022, os resultados apresentados hoje pela Uber também foram melhores. Nos primeiros três meses deste ano, a empresa apresentou uma receita líquida de US$ 6,9 bilhões e registrou um prejuízo de US$ 5,6 bilhões, também atribuído a investimentos em outras empresas.

Uber vê aumento de 120% na receita de corridas

Uber
Uber (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Ainda no comparativo anual, todos os serviços da Uber apresentaram um crescimento significativo. No setor de mobilidade (corridas), a empresa apresentou uma receita de US$ 3,55 bilhões, um aumento de 120% em relação ao mesmo trimestre de 2021. Isso significa que a companhia segue se recuperando dos efeitos negativos da pandemia de COVID-19, que afetou fortemente seus serviços.

No setor de entregas (delivery), a Uber cresceu 37% em comparação com o mesmo período do ano passado, registrando uma receita de US$ 2,68 bilhões. Complementando os números, os serviços de frete geraram US$ 1,83 bilhão, incluindo contribuições da Transplace, empresa adquirida pela Uber em novembro de 2021.

Vale lembrar que o Uber Eats foi a principal fonte de receita da Uber durante a pandemia, mas seu negócio principal de corridas finalmente voltou a crescer e superou a receita gerada pelo seu serviço de entregas no primeiro trimestre de 2022.

Uber tem mais motoristas e tempo de espera caiu

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Uber (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Mesmo com o drástico aumento nos preços dos combustíveis nos últimos meses, a Uber afirmou que conta agora com mais entregadores e motoristas ativos, registrando também uma aceleração no crescimento do número de novos parceiros.

Segundo Khosrowshahi, “o engajamento dos motoristas atingiu outra alta pós-pandemia no segundo trimestre”. Ele acrescentou que, com mais parceiros ativos na plataforma, o tempo de espera médio para se conseguir uma corrida no app da Uber caiu drasticamente.

Segundo o CEO, o mês de julho de 2022 apresentou o nível mais baixo no tempo de espera desde o segundo trimestre de 2021. Além disso, a posição do serviço de mobilidade da Uber está próxima de uma alta após vários anos, principalmente em regiões como nos Estados Unidos, Canadá, Brasil e Austrália.

O número de viagens também aumentou nesse último trimestre. Foram registradas 1,87 bilhão de corridas na plataforma, representando um aumento de 9% em relação ao trimestre anterior e de 24% em comparação com o mesmo período de 2021. O número de usuários ativos no app também saltou 21% ano a ano, atingindo o total de 122 milhões de pessoas.

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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