Vendas de PCs crescem no mundo com aumento do home office
HP, Lenovo, Apple e Acer vendem mais notebooks e desktops após queda no primeiro trimestre; Dell sofre com estagnação
HP, Lenovo, Apple e Acer vendem mais notebooks e desktops após queda no primeiro trimestre; Dell sofre com estagnação
O mercado de PCs cresceu no mundo todo no segundo trimestre em meio à demanda gerada pelo aumento do trabalho remoto. Depois de um período de queda nas vendas devido à paralisação das fábricas na pandemia de coronavírus, as gigantes HP, Lenovo, Apple e Acer produziram até 36% mais computadores em relação ao mesmo período de 2019.
Duas consultorias registraram o crescimento, ainda que em proporções distintas. Para a IDC, a indústria vendeu 72,26 milhões de PCs entre abril e junho, uma alta de 11,2% em base anual, enquanto o Gartner registra 64,8 milhões de unidades, um crescimento de 2,8% em relação ao segundo trimestre de 2019.
A diferença nos números é causada pela metodologia de cada consultoria: a IDC contabiliza “desktops, notebooks e workstations, mas não tablets e servidores x86”, enquanto o Gartner leva em conta “PCs de mesa, notebooks e ultraportáteis premium, mas não Chromebooks ou iPads”.
Estas foram as maiores fabricantes de PCs no mundo no segundo trimestre de 2020, segundo o IDC:
Fabricante | Unidades | Fatia de mercado | Crescimento anual |
HP | 18,082 milhões | 25,0% | 17,7% |
Lenovo | 17,411 milhões | 24,1% | 7,4% |
Dell | 12,010 milhões | 16,6% | 3,5% |
Apple | 5,594 milhões | 7,7% | 36,0% |
Acer | 4,828 milhões | 6,7% | 12,7% |
O resto | 14,337 milhões | 19,8% | 6,8% |
Total | 72,261 milhões | 100% | 11,2% |
E estes são os números do Gartner para o mesmo período:
Fabricante | Unidades | Fatia de mercado | Crescimento anual |
Lenovo | 16,197 milhões | 25,0% | 4,2% |
HP | 16,165 milhões | 24,9% | 17,1% |
Dell | 10,648 milhões | 16,4% | -0,3% |
Apple | 4,368 milhões | 6,7% | 5,1% |
Acer | 4,007 milhões | 6,2% | 23,6% |
Asus | 3,593 milhões | 5,5% | 21,4% |
O resto | 9,829 milhões | 15,2% | -22,4% |
Total | 64,808 milhões | 100% | 2,8% |
Segundo a IDC, tanto a frequência quanto o custo dos fretes aéreos e marítimos retornaram aos níveis próximos de antes da pandemia. A produção de PCs também subiu, “em alguns casos ultrapassando os níveis anteriores”, permitindo que os varejistas e distribuidores consigam atender à demanda. Na América Latina, mesmo com uma queda contínua no mercado de computadores, os laptops cresceram 10%.
“Apesar da queda de 4% no mercado de PCs em base anual, os envios de notebooks cresceram 10%, o melhor resultado dos últimos dois anos para essa categoria. Mobilidade se tornou uma prioridade em todos os países da região, o que causou uma redução significativa nos desktops. Trabalho remoto, ensino à distância e entretenimento impactaram positivamente o mercado de notebooks para consumidores e empresas”, diz a IDC sobre a América Latina.
A queda da Dell, de acordo com os números do Gartner, ocorreu na maior parte do mundo. Segundo a consultoria, a fabricante enviou mais PCs para o Japão, Europa, Oriente Médio e África, mas perdeu espaço em todas as outras regiões, com o maior declínio, de 20%, sendo registrado na América Latina. Trata-se da primeira queda anual nas vendas da Dell desde o início de 2016.
A dose de fôlego no mercado de PCs, no entanto, não deverá durar muito tempo: segundo a IDC, o movimento de alta continuará em julho, com pedidos em atraso ainda na fila, mas deverá reduzir à medida que a recessão econômica global se aprofundar.