Elden Ring: o ápice da FromSoftware é majestoso, apesar de falhas técnicas [Review]

Com vasto mundo aberto e gameplay diverso, Elden Ring entrega experiência épica e desafiadora; FromSoftware, porém, repete erros de má otimização e falta de acessibilidade

Murilo Tunholi
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• Atualizado há 3 meses
Elden Ring (Imagem: Divulgação/Bandai Namco)

Boas-vindas às Terras Intermédias. Sua jornada em busca do Anel Prístino está prestes a começar. Com vasto mundo aberto e diversas possibilidades de gameplay, Elden Ring é o ápice da FromSoftware e entrega uma experiência “Souls-like” majestosa e épica. Há, porém, algumas falhas técnicas que podem comprometer a aventura dos futuros Lordes Prístinos. Vem comigo neste review para saber todos os detalhes do jogo, que é um dos mais aguardados de 2022.

Antes de tudo, vale avisar: em nossa análise, não comentamos spoilers sobre o enredo de Elden Ring. Todas as informações e imagens presentes aqui englobam somente as duas primeiras regiões do jogo — Limgrave e Liurnia dos Lagos —, e elementos de gameplay mostrados em trailers. Neste texto, compartilho apenas minhas experiências pessoais como jogador ávido por RPGs de ação.

Elden Ring estreia no dia 25 de fevereiro de 2022 para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC, com opção de textos em português do Brasil — sem dublagem nacional, infelizmente. Para produzir este review, o Tecnoblog testou a versão final do game para PS5 no patch 1.01, por meio de uma chave cedida antecipadamente pela Bandai Namco.

Sem mais delongas, vamos ao que interessa.

Elden Ring inova, sem abandonar a receita da série Souls

Elden Ring é o ápice da FromSoftware (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)
Elden Ring é o ápice da FromSoftware (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)

Se você é fã dos jogos da FromSoftware, não deve demorar para se familiarizar com Elden Ring. Por mais que o jogo tenha diversas mecânicas inéditas e melhorias em sistemas clássicos, ele ainda é baseado na receita Souls. Há ainda algumas inspirações trazidas de Bloodborne e até mesmo de Sekiro: Shadows Die Twice, além de Souls-like de outras desenvolvedoras, como Nioh.

Elden Ring coloca em prática, de maneira polida, todo o conhecimento acumulado pela FromSoftware ao longo dos anos. As características clássicas da franquia Souls, como dificuldade alta, evolução e customização do personagem, masmorras com atalhos, penalidades ao morrer, loot e barra de energia, estão todas aqui, sem tirar nem pôr.

A grande evolução de Elden Ring é a sua intensidade, herdada principalmente de Sekiro: Shadows Die Twice. Apesar de não ser considerado um jogo da série Souls, Sekiro serve como inspiração para o ritmo dos confrontos, cujo foco é mais em ação do que em parar para ficar evoluindo o personagem por meio de grinds longos e tediosos.

Você ainda pode parar entre uma luta e outra para acumular recursos sem problema algum. Porém, com a quantidade de conteúdos adicionais para fazer além da campanha principal, dificilmente será necessário grindar experiência entre chefes.

Entre outras características herdadas de Sekiro e Nioh estão chefes com poucas aberturas, os quais precisam ter o Equilíbrio quebrado com golpes específicos. Além disso, há foco maior em bloquear ataques no tempo certo em vez de só sair rolando pelo campo de batalha igual a uma bola de futebol desgovernada.

Também percebi que a barra de energia é maior e carrega rápido desde o início do jogo. Com isso, dá para encaixar combos longos de golpes, usar várias magias em sequência e ainda se manter em segurança, sem se preocupar em esgotar o recurso com dois rolamentos e um ataque simples, por exemplo.

Por ser mais frenético, Elden Ring tem um ritmo de combate rápido e intenso que me agradou demais, em especial por ser fã da franquia Nioh. No meu personagem, priorizei os atributos de Inteligência e Mente para usar muitas magias. Mesmo atacando de longe, não conseguia ficar muito tempo parado conjurando habilidades, senão os inimigos vinham sem dó para cima de mim.

Mundo aberto e masmorras parecem dois jogos distintos

Mundo aberto de Elden Ring tem eventos aleatórios (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)

Apesar das mudanças mais que bem-vindas no combate, a maior inovação de Elden Ring é o mundo aberto. Ao lado do seu fiel corcel espectral Torrente, é possível explorar áreas gigantes dos mapas do jogo livremente. Porém, para avançar até outra região, ainda é necessário enfrentar masmorras tradicionais no estilo clássico de Dark Souls, chamadas “Masmorras de Legado”.

A transição entre o mundo aberto e as Masmorras de Legado acontece de forma sutil, com ajuda de cenas cinematográficas, na maioria dos casos. Por essas áreas oferecerem experiências bastante diferentes umas das outras, fica a impressão que Elden Ring é resultado da união de dois jogos distintos.

Na minha visão, é como se houvesse um diretor responsável pelo mundo aberto e outro profissional da equipe a cargo das masmorras, no lugar de Hidetaka Miyazaki. Isso não acontece de verdade, nem é necessariamente ruim, sendo somente minha impressão pessoal. Explico a seguir de onde vem essa percepção.

O mundo aberto de Elden Ring é vivo e interativo. Há diversas cavernas escondidas com tesouros valiosos para explorar, NPCs (personagens não jogáveis) para conhecer, além de encontros aleatórios e inesperados com chefes que te fazem pensar duas vezes antes de desbravar uma área desconhecida.

Chefes aparecem do nada no meio do mundo aberto de Elden Ring (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)

Na jornada pelas Terras Intermédias, você é guiado pelo mapa, que precisa ser construído aos poucos com pedaços encontrados ao longo do caminho, e pelos Locais de Graça — os pontos de controle do jogo. Também é possível fazer viagens rápidas entre Locais de Graça enquanto estiver fora de combate e montar em Torrente a qualquer momento.

A experiência de explorar o mundo aberto é muito parecida com a de The Legend of Zelda: Breath of the Wild. Sei que essa comparação se tornou meme na internet, mas ainda é a melhor forma de descrever o mundo de Elden Ring. Você nunca sabe o que vai encontrar ao explorar além da névoa que esconde o mapa, e isso é ótimo.

Já as Masmorras de Legado são até bem feitas e desafiadoras, mas não trazem muitas novidades em relação a outros jogos da série Souls. Nelas dá para encontrar atalhos entre pontos de controle, inimigos que saem de cantos obscuros, elevadores, salas de chefes bloqueadas por névoa e caminhos oblíquos que só são óbvios para pessoas que se jogam em todas as bordas bizarras que veem pela frente.

Se você gosta da experiência clássica de Demon’s Souls, Dark Souls ou Bloodborne, vai se sentir em casa nas Masmorras de Legado. Por outro lado, quem espera alguma inovação pode se decepcionar. O lado bom é que as Masmorras de Legado são curtas (pelo menos até onde eu joguei) e acabam sempre após uma luta contra um chefe da campanha.

Acessibilidade não é prioridade em Elden Ring

Acessibilidade não é o ponto forte de Elden Ring (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)

Por falar em chefes, as batalhas em Elden Ring são bastante desafiadoras. Contudo, o game oferece inúmeras possibilidades no combate, facilitando a vida dos jogadores, principalmente de iniciantes, sem desapontar a galera hardcore.

Apesar de estar no grupo de pessoas que gosta de desafios, ainda defendo que incluir formas de ajustar a dificuldade do jogo não machucaria ninguém, nem afetaria a experiência geral de Elden Ring. A FromSoftware não costuma pensar em acessibilidade, e isso é visível logo nas configurações do jogo, onde não há sequer opção de filtro de cor para pessoas com deficiência visual em pleno 2022.

Destaco ainda que “incluir formas de ajustar a dificuldade do jogo” não é só colocar um “modo fácil” e lançar o game. O correto é permitir que cada jogador adapte os desafios de forma flexível conforme suas preferências pessoais, ajustando controles, inteligência artificial, números de dano, entre outras opções. Dá para ser acessível e desafiador ao mesmo tempo.

Se a tal “visão do diretor” limita o público alvo de uma mídia, então há um problema. Investir em acessibilidade permite que mais pessoas se divirtam com o jogo (e gastem mais dinheiro!). Discursos elitistas como “você precisa aceitar que certos games não foram feitos para você” só mostram como a comunidade gamer pode ter ego inflado e frágil.

E, convenhamos, a FromSoftware não é mais um estúdio pequeno com cinco funcionários funcionando na garagem da casa dos pais do Miyazaki. Hoje, a empresa tem recursos suficientes para incluir opções mínimas de acessibilidade, como um simples filtro de cor. Não dá mais para entregar um jogo restritivo com a desculpa de ser um “projeto pequeno feito para uma comunidade apaixonada”. Enfim.

Combate oferece possibilidades quase infinitas

Personagens de Elden Ring tem possibilidades quase infinitas no combate (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)

De qualquer forma, Elden Ring oferece uma variedade enorme de estilos de luta. Você pode se especializar em combates corpo a corpo — com espada e escudo, espadas grandes, lanças, machados, maças, entre outras armas — manter a distância com arcos ou magias, invocar espíritos aliados, focar em encantamentos de suporte e até ser furtivo para eliminar inimigos pelas costas.

No início da minha aventura, comecei usando uma espada de perfuração, cujos golpes pareciam manobras de esgrima, porém não me adaptei ao estilo da lâmina. Em seguida, encontrei uma espada reta tradicional que permitia cortes horizontais, combinando bem mais com a minha gameplay. Por ser uma arma de apenas uma mão, ainda conseguia equipar um cajado do outro lado para conjurar magias.

Depois de um tempo usando a espada reta, achei as Lâminas-Gêmeas — duas lâminas conectadas por um bastão — em um baú de tesouro na região de Limgrave. Não pensei duas vezes em trocar o equipamento, pois as Lâminas-Gêmeas eram não só mais divertidas que a espada reta tradicional, como tinham dano que escalava com Destreza, meu segundo maior atributo depois de Inteligência.

É importante ter em mente que, em Elden Ring, o desempenho de uma arma não é definido apenas pelo seu dano físico bruto. Você precisa considerar os atributos que aumentam o dano de cada equipamento na hora de montar a sua build. Não adianta querer equipar uma lança pesada que escala com Força em um personagem que foca em Destreza, por exemplo.

Caso encontre uma arma bacana, mas que não escala com o seu atributo principal, não será o fim do mundo. Todas as armas de Elden Ring podem ser aprimoradas com melhoramentos chamados “Cinzas da Guerra”. Esses itens garantem não só uma habilidade adicional ao equipamento, que pode ser ativada a qualquer momento, como também podem mudar o atributo com qual o dano do armamento escala.

Godrick, o Enxertado, é um dos chefes de Elden Ring (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)

Na hora de lutar contra chefes, é provável que você morra várias vezes. Eu mesmo morri mais de 10 vezes antes de entender o que o primeiro chefe do jogo fazia. No entanto, com tantas opções disponíveis no arsenal, é possível planejar estratégias únicas para derrubar os inimigos mais fortes.

O único problema dessa variedade enorme de estilos de luta é o balanceamento. Como escolhi me especializar em magia, tive muita dificuldade ao enfrentar inimigos com resistência mágica alta. Apesar de ter uma espada comigo, o dano que eu causava era tão baixo quanto o das minhas habilidades.

Isso só mudou após muitas horas de jogo, quando encontrei uma Cinza da Guerra com aprimoramento mágico. Assim, minhas Lâminas-Gêmeas passaram a ficar mais fortes de acordo com a Inteligência do meu personagem em vez da Destreza.

Sua classe inicial importa mais do que deveria

Classe inicial de Elden Ring já vem com equipamentos (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)

Elden Ring é um ótimo RPG de ação, mas não é perfeito. Seu maior problema é a progressão excessivamente lenta, dependendo da classe que você escolher ao criar um personagem. Segundo a própria FromSoftware, a escolha da classe só deveria importar no início da campanha, mas não é bem assim que funciona.

Eu iniciei a aventura como Prisioneiro, por ele ter mais pontos em Inteligência e Destreza, além de começar com uma espada, um cajado e um escudo no arsenal. Porém, não senti nenhuma evolução no meu personagem durante as primeiras 12 horas de jogo, até alcançar o nível 35. Em outros títulos da série Souls, você começa a montar sua build específica e causar mais dano a inimigos a partir do nível 30, em média.

Para subir de nível em Elden Ring, você precisa acumular Runas — recebidas ao derrotar inimigos ou vender equipamentos. Além de servirem para evoluir o personagem, as Runas são usadas como moeda de troca para comprar itens de NPCs, aprender habilidades e refinar armas. Então, nem sempre vão sobrar recursos para upar.

Quanto maior for o nível do seu personagem, maior será a quantidade de Runas necessária para evoluir. Com o tempo, você passa a ganhar mais Runas ao derrotar monstros, porém há uma espécie de “zona morta” entre os níveis 30 e 40 em que não só demora para upar, como também subir de nível não deixa o personagem muito mais forte do que ele já está.

Gerenciar o gasto das Runas não é muito simples, porque é preciso saber quando e como gastá-las de maneira otimizada. Muitas vezes, vale mais a pena fortalecer uma arma do que subir de nível, já que um ponto a mais em qualquer atributo não faz tanta diferença no dano do personagem. Os atributos servem mais como requisitos para equipar certos itens. O problema é que pode demorar até conseguir equipamentos decentes.

Em Limgrave, enfrentei todos os inimigos, incluindo os dois primeiros chefes da campanha, usando os mesmos equipamentos iniciais. Não aguentava mais olhar para o meu personagem usando aquele capacete redondo horrendo da classe — até porque gastei muito tempo customizando o visual do meu Maculado do jeito que eu queria.

Por muito tempo, pensei que só estava sendo azarado demais por não dropar equipamentos decentes dos inimigos. Percebi que algo estava errado quando comecei a fazer vários conteúdos secundários em busca de itens, mas não ganhava nada de interessante para a minha classe, mesmo derrotando chefes opcionais no mundo aberto.

Em um ponto, meu inventário estava cheio de armas pesadas para classes focadas em Força e encantamentos usáveis apenas por personagens com Fé alta — dois atributos pouco importantes para o meu Maculado. Somente após fuçar todos os cantos de Limgrave é que descobri uma única NPC escondida em uma caverna que vendia pergaminhos mágicos.

Derrotar o Sentinela da Árvore me garantiu uma lança que nunca vou usar (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)

Inclusive, há diversos desafios em que as recompensas são inúteis para qualquer classe. Em alguns casos, há batalhas muito difíceis contra chefes no mundo aberto cujos prêmios não valem a pena em nenhuma situação. Seria trágico, se não fosse cômico.

Em vez de espalhar missões frustrantes e sem propósito pelo mapa, seria muito mais valioso balancear as recompensas para que todas as classes pudessem brilhar ao mesmo tempo. Só senti uma leve progressão na minha classe a partir da região de Liurnia dos Lagos, depois de 15 horas de jogo. Desafios só são legais quando são bem programados, FromSoftware.

Se for criar um Prisioneiro como eu, tenha em mente que seus primeiros passos serão complicados. Recomendo buscar um detonado para ir atrás da tal NPC que vende pergaminhos de magia em Limgrave. Se for começar um com personagem de Força, é só rolar a testa no controle de qualquer jeito que vai dar tudo certo no final. Confia.

FromSoftware insiste nos mesmos erros de sempre

Elden Ring poderia ter gráficos melhores (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)

Apesar de ter mais de 30 anos de experiência em desenvolvimento de jogos, a FromSoftware repete as mesmas falhas técnicas de sempre. Elden Ring, cujo desenvolvimento começou em 2017, tem problemas que vão desde taxa de quadros por segundo instável até texturas em baixa qualidade e inteligência artificial mal feita em NPCs.

Nos testes realizados em um PS5, sofri diversas vezes com a taxa de quadros caindo de 60 FPS para quase 30 FPS rapidamente, mesmo em “modo de desempenho”. Na maioria dos casos, as quedas aconteceram em momentos sem muita importância, como após viagens rápidas entre Locais de Graça. Contudo, tive vários problemas em lutas contra chefes devido à má otimização.

Ao cavalgar pelo mundo aberto em Torrente, também percebi objetos e modelos aparecendo do nada, assim como texturas de baixa qualidade em montanhas e terrenos. Para mim, problemas assim são inadmissíveis em consoles da nova geração, até porque o PS5 e o Xbox Series X rodam jogos muito mais complexos que Elden Ring sem essas dificuldades.

Além disso, para um jogo que ficou cinco anos em desenvolvimento, eu esperava gráficos um pouco melhores. Elden Ring não é um jogo feio, tanto que achei a direção de arte incrível. Algumas paisagens são de tirar o fôlego. Mas, ao analisar de perto com um olhar mais crítico, não dá para ver muita evolução em relação aos jogos da geração anterior.

Provavelmente, vão surgir desculpas aceitáveis do tipo “Elden Ring não poderia ter gráficos melhores, porque não iria rodar nos consoles antigos e em computadores mais fracos”. Eu até entenderia isso, se o jogo não exigisse placas de vídeo GeForce GTX 1060 ou Radeon RX 580 nos requisitos mínimos para PC.

No final das contas, é só má otimização. Pelo menos dá para consertar isso com um patch, no futuro.

Quedas de quadros por segundo são comuns em locais com muitos efeitos (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)

Outra questão que é figurinha repetida nos jogos da FromSoftware é a inteligência artificial de NPCs e invocações (que de inteligentes não têm nada). Dá para contar nos dedos das mãos a quantidade de vezes em que algo controlado pelo próprio jogo me ajudou de verdade em combates.

Por exemplo, em todas as lutas contra chefes da campanha principal, é possível invocar uma pessoa controlada pela máquina. Esses “ajudantes” foram ótimos sacos de pancada. Fora distrair inimigos enquanto eu respirava ou recuperava vida, eles eram inúteis. Se precisar de ajuda de verdade, chame um amigo para entrar no seu mundo pelo multiplayer online.

Apesar das falhas, Elden Ring é épico e majestoso

Elden Ring entrega uma experiência épica (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)

Mesmo com problemas — alguns mais chatos que outros — Elden Ring ainda entrega uma experiência épica, sendo o ápice de tudo o que a FromSoftware já produziu até hoje. O jogo é completo, desafiador, cheio de possibilidades e ainda conta com um vasto e belíssimo mundo aberto que dá vontade de passar horas explorando.

Se você é fã da franquia Souls e de outros jogos da FromSoftware, Elden Ring é, sem dúvidas, uma compra obrigatória. Caso esse seja o seu primeiro “Souls-like”, recomendo ter cautela, pois o game pode ser um pouco intimidador, devido à abundância de coisas para fazer e prestar atenção ao mesmo tempo.

Elden Ring é difícil por natureza, mas há menos chances de você se frustrar, caso fique preso em um chefe específico. Em vez de repetir o mesmo caminho várias vezes para subir de nível, como acontece em Dark Souls, é possível sair pelo mundo aberto atrás de objetivos secundários para completar a qualquer momento.

Lembre-se: jogue para se divertir

Quando tudo estiver dando errado, pare e respire (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)

Por fim, quero deixar uma dica importante: jogue no seu ritmo e não se preocupe em parar por um tempo, se as coisas ficarem complicadas demais. Assim como qualquer videogame, Elden Ring precisa ser divertido acima de tudo. Não adianta ficar estressado a ponto de querer jogar o controle na parede — acredite, eu já estive nesse lugar.

Tente ver cada “game over” como uma chance de mudar o seu estilo de jogo. Nem sempre ir para cima só com uma espada na mão é a melhor escolha. Aproveite as várias possibilidades no combate e tente inovar. Os recursos estarão lá para serem usados a vontade.

Ah! Aproveite a opção de jogar em grupo no multiplayer. Não tive a oportunidade testar as partidas online, porque poucas pessoas puderam jogar antes do lançamento. Contudo, meus momentos mais divertidos jogando games Souls-like foram ao lado de amigos.

Elden Ring

Prós

  • Inova a receita Souls;
  • Mundo aberto vasto e cheio de vida;
  • Inúmeras possibilidades de combate;
  • Muito conteúdo para explorar além da campanha principal.

Contras

  • Má otimização;
  • Gráficos poderiam ser mais bonitos;
  • Falta inclusão e acessibilidade;
  • Progressão lenta no início do jogo.
Nota Final 9.6
Áudio
10
Desafio
10
Diversão
10
Inovação
9
Jogabilidade
10
Replay
10
Visual
8

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Murilo Tunholi

Murilo Tunholi

Ex-autor

Jornalista, atua como repórter de videogames e tecnologia desde 2018. Tem experiência em analisar jogos e hardware, assim como em cobrir eventos e torneios de esports. Passou pela Editora Globo (TechTudo), Mosaico (Buscapé/Zoom) e no Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. É apaixonado por gastronomia, informática, música e Pokémon. Já cursou Química, mas pendurou o jaleco para realizar o sonho de trabalhar com games.