Review Headset Sony Série Ouro: é bom, mas poderia ser melhor
Headset sem fio é um bom acessório para usar com o PS4, mas um tanto limitado em outros aparelhos
Headset sem fio é um bom acessório para usar com o PS4, mas um tanto limitado em outros aparelhos
Encontrar um bom headset gamer é quase sempre um desafio. Com centenas de opções no mercado, no final das contas, o quanto você pode investir aliado ao que este item entrega (pelo preço pago) são decisivos. A Sony entra nessa briga com o headset Série Ouro sem fio, projetado para o PS4. Com design repensado, em relação ao modelo Platinum, o acessório que custa em torno de R$ 430 pode ser usado sem fio no console e no PC.
Normalmente, quando se busca por um headset gamer é natural encontrar vários modelos robustos, com conchas auriculares enormes e quase parecendo um capacete. Ponto positivo para a Sony, neste quesito. O Série Ouro tem um design elegante e até consegue se passar por um “fone comum”. Ele não pesa na cabeça (tem 230 g) e a haste é bem flexível, além de acolchoada por dentro.
O que também recebeu um tratamento especial foram as almofadas externas dos auriculares, que se ajustam bem às orelhas e são confortáveis de usar. É possível regular a altura das conchas, para cima ou para baixo, com um leve movimento. Ambas deslizam, mas não muito, pela parte interna da haste. Inclusive, esse arco está mais fino e durável em relação ao modelo Platinum (também da Sony), por exemplo.
Você pode até mesmo esticar bem o arco, além do recomendável para a maioria dos headsets, com facilidade. Acredito que para alguém conseguir quebrar essa haste ou está com a real intenção de fazer isso ou usa fones de ouvido com a sutileza de um trator.
Em contrapartida, usar o Série Ouro por várias horas seguidas pode esquentar um bocado suas orelhas. Não chega ao ponto de fazer nenhuma queimadura, ou ficar extremamente vermelho, mas você sentirá que precisa dar um tempo e usar outro headset por enquanto, se for o caso.
Pessoas que usam óculos, brincos e/ou piercings (ou as três opções, no meu caso) podem sentir algum desconforto com o uso prolongado do fone, e este parece ser um desafio para todos os headsets gamer. No caso do Série Ouro, isso acontece até menos pela haste – que fica um pouco afastada das laterais da cabeça (até para facilitar o seu uso com o PlayStation VR) – mas por conta das conchas que apertam um pouco brincos e apoio dos óculos.
Por se tratar de um headset sem fio, todos os controles e conectores estão alocados no próprio auricular. Os botões e entradas do Série Ouro se encontram na concha esquerda (L) e, após um breve período para memorizar onde está o que, é bem intuitivo trocar entre as funções – que não são muitas.
O Série Ouro traz na caixa um dongle USB para conectar ou no PS4 (na entrada para carregar os controles) ou no computador, que é só plugar e começar a usar. É por meio deste dongle, e somente dele, que você poderá usar a função wireless do headset. Em resumo: não o perca!
De conectores, na parte inferior do auricular, temos uma porta mini USB (para carregar o headset) e um conector de entrada de áudio. Ambos os cabos estão inclusos na caixa do produto. Com o cabo de áudio de 3,5 mm é possível, por exemplo, continuar jogando no PS4 mesmo depois do fone ter descarregado – basta plugar no controle.
Também é possível usar este cabo para conectar o headset ao celular, já que não tem como usar a função wireless em nenhum aparelho que não tenha entrada para o dongle.
Inclusive, dá para usar o headset pelo cabo de áudio enquanto o mesmo está carregando com o cabo USB. Até funciona, mas está longe de ser algo prático – especialmente porque o cabo USB, que vem na caixa, é bem curto. E, sinceramente, isso não faz muito sentido.
Sobre os controles, na parte inferior da concha esquerda estão alocados o “Mute” (que liga ou desliga o microfone) e um pequeno botão deslizante com a indicação “1, 2, OFF”. Primeiramente, você usará este botão para ligar e desligar o headset. As diferenças entre os modos 1 e 2 são em relação ao uso padrão (1) ou com aumento dos graves (2).
Na parte posterior da concha está o regulador de volume e, um pouco acima deste, está o botão VSS (Virtual Surround Sound). Ao mantê-lo pressionado, por alguns segundos, você liga ou desliga o som surround virtual 7.1.
Olhando o auricular esquerdo de frente é possível localizar um pequeno orifício, que é o microfone integrado. Logo acima está o botão Sound/Chat. Com ele você pode escolher qual áudio quer priorizar: o do jogo (Sound) ou da conversa (Chat).
A capacidade da bateria do Série Ouro é de 570 mAh e, na prática, eu consegui jogar intensamente por mais ou menos 5 horas (em volume quase máximo e com o VSS ligado) até ouvir alguns bips indicando que já estava na hora de recarregar. Até é possível continuar jogando, após o primeiro alerta, mas em menos de 1 hora você ouvirá um último bip e o headset vai desligar de vez.
Se, ao ligar o headset, você notar o indicador de status (uma luzinha entre o conector de entrada de áudio e o botão “1, 2, OFF”) vermelho é melhor já recarregar antes de começar a jogar. Se a luz estiver azul é sinal de que ainda está ok para usá-lo por mais tempo. Em média, o tempo para carregar totalmente o Série Ouro é de 02h30.
O alcance máximo de comunicação é de 10 m, aproximadamente. Claro que isso varia de acordo com alguns fatores, como obstáculos entre o headset e o receptor (o dongle), se existem campos magnéticos por perto, eletricidade estática, funcionamento de antenas e etc. Mas em situações habituais de uso, ou seja, de frente para a TV jogando no PS4 ou sentado na cadeira em frente ao PC, não notei nenhum problema de desconexão.
Do ponto de vista gamer, ou seja, analisando a experiência de áudio do Série Ouro exclusivamente jogando no PS4 ou no PC, o headset da Sony faz um bom trabalho. O som é limpo, sem chiados (o que é ótimo, já que é sem fio) e, principalmente, ativando o VSS é possível ter uma excelente noção espacial de onde está tudo no cenário do jogo.
O palco sonoro do acessório permite identificar bem passos vindos de diferentes direções, movimentação de folhagens ao vento, chuva e os efeitos de explosões ficam bem próximos da realidade. Usei o Série Ouro durante os testes para o review de Final Fantasy VII Remake e alguns outros jogos também.
Sobre as diferenças no áudio entre os modos 1 e 2 (padrão/aumento de graves) não notei uma diferença significativa que justificasse ficar trocando entre eles. Passei a deixar no modo padrão mesmo e, ocasionalmente, ligava o VSS para melhorar um pouco a sensação espacial do game.
O headset da Sony não é a melhor opção para se ouvir música, especialmente se você for do tipo audiófilo. Os graves são até decentes em jogos e os vários estímulos sonoros, acontecendo ao mesmo tempo, ajudam a “disfarçar” alguns tons mais abafados. Mas diferente dos games, em que sua atenção está dividida entre o visual e o sonoro, ao ouvir música seu estímulo principal é um só: o áudio.
Neste caso, há opções no mercado especializadas para este objetivo, mas também há de se entender que algumas pessoas, às vezes, queiram investir num fone ou headset “multiuso” para vários eletrônicos e situações. Bom, o Série Ouro é limitado nesse sentido. Usá-lo no celular é aceitável com o cabo, mas o som não é muito legal. Ele também não se conecta wireless sem o dongle e ainda tem mais um problema… O microfone é sofrível.
Inclusive, durante meus quase dois meses de uso deste headset, posso afirmar que o microfone integrado do Série Ouro é o ponto mais negativo deste acessório. Em algumas partidas online, quem me ouvia dizia que escutava um som muito abafado e até distante. Basicamente, aquela sensação de se estar falando com um balde na cabeça. É bem isso.
Não que o microfone precisasse ter uma qualidade de estúdio, mas pelo preço de R$ 430 (R$ 499, no lançamento) esperava-se minimamente um áudio mais aberto e claro deste recurso. Nem que fosse com um microfone externo (destacável ou retrátil).
O headset Sony Série Ouro, sem fio, faz um trabalho decente para usá-lo onde ele foi projetado: no PS4. Com um sistema de palco sonoro interessante, especialmente com o surround virtual 7.1 ligado, você conseguirá ter uma boa noção de tudo a volta.
A bateria poderia durar um pouco mais de 5 horas com uso intenso (dura, em média, 7 horas com volume médio) e, definitivamente, o microfone é terrível. Se precisar fazer algum streaming, você precisará usar um mic à parte.
O headset não é ruim e, a não ser que faça muita questão do fato dele ser sem fio, eu recomendaria pesquisar por algum outro (também gamer), até mesmo com fio, por um valor similar. Afinal, é só conectar um cabo no controle do PS4 e ser feliz.
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