Por fora o novo iPad Air é basicamente o mesmo iPad Air da geração passada, com o mesmo visual extremamente fino e com pouquíssimo peso. Ele tem corpo em peça metálica e um recurso que eu não esperava que a Apple utilizaria em pleno 2019: um botão home físico, daquele que afunda e que já deu bastante dor de cabeça em iPhones no passado.
Tudo isso com preço que começa em R$ 4,5 mil e vai até a bagatela de R$ 6,8 mil. Será que vale a pena e, melhor ainda, será que finalmente temos um iPad que pode deixar seu notebook de lado? Vem comigo que eu te conto nos próximos parágrafos.
Em vídeo
Design
Olhando de frente o iPad Air de terceira geração é quase que idêntico ao da geração anterior, lançado em 2014 – além de também ser idêntico ao iPad Pro de 2017. Sim, o iPad Air 2 teve sua vida marcada por quase cinco anos de mercado. Nesta terceira geração ele continua com o básico, ou seja: entrada para fone de ouvido, dois falantes na parte inferior e uma porta Lightning.
A maior alteração é a presença de pequenos pontos na lateral, que fazem a conexão deste iPad com o teclado que a Apple vende e que funciona como uma capa. Eu já tenho um antigo e que eu utilizo no meu iPad Pro de 2017 e funciona perfeitamente por aqui.
O suporte ao Apple Pencil também é novidade, mas só se você tiver uma de primeira geração, que é a que eu tenho aqui. O acessório funciona com todos os recursos que você espera de uma caneta stylus super cara e completa. Só perde para a segunda geração, que recarrega a pequena bateria via indução, enquanto essa aqui fica no formato pirulito, momento em que você espera que ninguém esbarre nela.
Tela
Na tela fica uma das maiores mudanças nesta geração. Agora o display ocupa mais da frente do iPad, com 10,5 polegadas em um corpo que é basicamente do mesmo tamanho do iPad Air de 9,7 polegadas da geração anterior. Ela tem painel IPS LCD laminado e isso significa que há uma camada a menos entre os pixels e seu dedo.
Ela tem o modo true-tone, que ajusta a temperatura de cor ao ambiente, mas ainda continua com a proporção de 4:3 – o que está longe de ser ruim. Há uma gama maior de cores exibidas e proteção interessante pra evitar reflexos exagerados.
A tela não tem a fluidez dos 120 hertz dos modelos Pro, mas este iPad custa R$ 2,3 mil a menos do que o iPad Pro menos caro. Então o corte de custos faz sentido e, sinceramente, pra ver vídeos, jogar alguma coisa, ler sites como o Tecnoblog ou escutar o Tecnocast, não é um problema.
Hardware e desempenho
Por dentro o mesmo processador dos iPhones mais potentes do mundo, ao menos até junho de 2019, tá aqui. Isso significa que este iPad Air utiliza um A12 Bionic, que roda seis núcleos e trabalha com 3 GB de RAM, o que é 1 GB extra quando comparado com o modelo anterior. Ter o mesmo processador e placa gráfica que os mais caros e recentes iPhones, significa automaticamente que este iPad pode viver tranquilo por uns cinco anos na sua mão.
Hoje, como é um lançamento, ele não travou em momento algum. Nenhuma quantidade de apps abertos no fundo, nenhum jogo pesado e nem qualquer app mais intenso fez o iPad Air soluçar. Mesmo quando utilizei dois deles ao mesmo tempo, lado a lado e um terceiro por cima. Nada, nada foi um problema.
Software
Mudando pro software, temos o iOS 12 enquanto eu escrevo este review e que é idêntico, em todos os pontos, ao iPad Mini que o Higa falou faz pouco tempo por aqui. Em resumo: é um iPhonão, mas que tem apps dedicados para o tamanho maior de tela e que deixa clara a diferença entre tablets Android e os iPads.
Na verdade existe sim uma diferença, que é o suporte para o teclado da Apple. Enquanto no iPad Mini você é obrigado a utilizar um teclado Bluetooth, neste já dá pra usar o Smart Keyboard. Ele é uma adição interessante se você quiser escrever e só pra isso, que é mais ou menos o meu uso, mas que funciona assim apenas durante o trabalho.
Depois, na imensa maioria do tempo que utilizo um tablet, ele vira uma tela grande pra assistir seriados, filmes, jogar e até acompanhar canais ao vivo que transmitem o conteúdo por seus apps. As limitações do iOS ainda impedem um uso mais profissional e eu tenho certa absoluta que este iPad Air ainda é só um tablet, não um computador – por mais poder de fogo que ele traga, que é maior que muito notebook.
No iPadOS, que deve ser lançado mais pra frente em 2019, o visual de iPhone enorme fica menos evidente e mais recursos de multitarefa são adicionados. Isso é pro futuro, então deixa lá.
Bateria
Com um software que é o mesmo de outros modelos, a autonomia de bateria não é afetada. A Apple promete 10 horas, número que existe na empresa desde que o primeiro iPad foi lançado, quase 10 anos atrás. Como um tablet não é o produto que eu mais utilizo no dia, tarefa que fica pro celular e o PC, as 10 horas se diluem na semana e fica fácil passar mais do que três dias sem plugar na tomada.
Reproduzindo vídeos do YouTube, eu consegui encostar nas 10 horas. Trabalhando, escrevendo textos e com algum podcast no fundo de tempos em tempos, eu passei das 10 horas, mas fiquei abaixo das 11. Então, é, funciona.
Câmera
Por fim, a câmera. Vamos começar pelo óbvio: ninguém deve utilizar a câmera traseira de um tablet, seja ele qual for, pra fotos das férias. Mas ela está lá, faz imagens de 8 megapixels, com abertura de f/2.4 e com boa qualidade de imagens para um tablet. Seu smartphone tá no bolso e faz fotos melhores, sempre.
A frontal recebeu uma atualização importante e agora deixa de ter 1,2 megapixel para 7 megapixels. Um pulo que não é só pra selfies ficarem melhores, mas pra chamadas de vídeo ganharem qualidade muito superior – muito mesmo.
Conclusão
O iPad Air de terceira geração é um tablet que encaixa no espaço entre o iPad Mini e o iPad Pro. Ele custa, hoje, R$ 1 mil mais caro que o Mini e R$ 2,3 mil mais barato do que o Pro. Ele ainda não é um tablet que pode substituir um computador, falta muita coisa e a ausência da entrada USB-C do Pro deixa claro isso, junto de limitações chatas do sistema operacional da Apple.
Então o uso seria para filmes, séries, jogos, ver redes sociais e responder e-mails. Neste cenário, com este tamanho de tela, eu fico dividido entre ele e o iPad do ano passado, que faz exatamente a mesma coisa e custa R$ 1,7 mil a menos. A densidade de pixels é basicamente a mesma, a tecnologia de tela IPS LCD também e ele só perde no processador, que é um A10 Fusion, com 2 GB de RAM.
Pra consumir mídia, jogos e redes sociais, ele pode ser uma boa e o valor extra só deve ser levado em conta se você quer ficar com o iPad por mais uns dois anos. Pensando no longo prazo, com uns cinco anos de uso, o investimento extra vale a pena. Somente neste caso.
Especificações técnicas
- Bateria: 8.134 mAh (até 10 horas de navegação ou reprodução de vídeo por Wi-Fi)
- Câmera frontal: 7 megapixels (f/2,2)
- Câmera traseira: 8 megapixels (f/2,4)
- Conexões: 3G, 4G, Wi-Fi 802.11a/b/g/n/ac dual-band, Bluetooth 5.0, Lightning
- Dimensões: 250x174x6,1 mm
- Memória interna: 64 ou 256 GB
- Peso: 456 gramas (Wi-Fi) ou 464 gramas (4G)
- Processador: Apple A12 Bionic hexa-core de 2,5 GHz
- Sensores: leitor de impressões digitais (Touch ID), giroscópio, acelerômetro, luz ambiente, barômetro
- Sistema operacional: iOS 12
- Tela: IPS LCD de 10,5 polegadas com resolução de 2224×1668 pixels
Review iPad Air (2019)
Prós
- Hardware da conta de tudo (e certamente dará por anos)
- Tela de ótima qualidade
- Autonomia de bateria ideal
- Suporte para o Smart Keyboard e Apple Pencil
Contras
- Faz quase que o mesmo do iPad (2018), custando mais
- Botão home físico em 2019, Apple?
Nota Final
9.4
Bateria
10
Câmera
8
Conectividade
10
Desempenho
10
Design
8
Software
10
Tela
10