Review: Kit Kat capricha no design, mas peca no conteúdo pré-instalado

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 semanas
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O Kit Kat se tornou muito importante para o mercado de dispositivos móveis desde outubro de 2013. A versão 4.4 do sistema operacional do Google em parceria com a Nestlé está presente em diversos gadgets, como smartphones, tablets e barrinhas de chocolate. A novidade que está abalando o momento é o ovo de páscoa Kit Kat: será que ele é bom? O que compensa comprar, ovo de páscoa ou Moto G? Resolvemos colocar o tal do Kit Kat à prova.

Design, pegada e acabamento

Frente aos seus concorrentes, o Kit Kat é apresentado de forma bastante diferente. Começando que não se trata da embalagem convencional de um ovo de páscoa: por fora, uma embalagem de papelão (bem reforçado, por sinal) protege o Kit Kat contra as intempéries do tempo. Esse papelão forma uma espécie de caixa, isolando até mesmo a parte inferior do ovo.

Por causa dessa embalagem, é raro encontrar o Kit Kat junto dos seus concorrentes pendurados em varais – o acabamento premium faz com que o produto se encontre ao lado de concorrentes de ecossistemas mais fechados, como Ferrero Rocher e Kinder Ovo. Isso pode ser bom, já que melhora o posicionamento da marca, mas pode prejudicar as vendas, uma vez que o produto está distante do restante do mercado.

frente_principal

A caixinha de papelão ajuda e muito na pegada do ovo de páscoa. Além de proteger o ovo, como disse anteriormente, ele evita a transmissão de calor da mão do usuário para o produto. No próprio papelão, existe também uma excelente feature que ajuda na hora de presentear: um campo de/para, que se encontra na parte traseira do produto. Me senti um pouco oprimido em relação a isso, uma vez que comprei o ovo de páscoa para mim mesmo.

traseira_detalhe

Unboxing

Dá para perceber os pequenos cuidados logo ao abrir o ovo: em vez de uma fita sem graça com o nome do fabricante, um laço cinza é responsável por selar o contato do ovo com o consumidor pela primeira vez. O mais legal de tudo é que o laço pode ser reaproveitado como uma gravata borboleta.

gravata_borboleta

Aberta a caixa, retirado o laço, hora de retirar o embrulho plástico. Na primeira abertura já é possível encontrar um objeto oval embalado em papel alumínio acima de uma base plástica similar a um copo para tomar canjica em festa junina de escola. Faltou aí o mesmo acabamento premium da embalagem: enquanto concorrentes como o iPhone até ostentam um acabamento metálico, fiquei decepcionado com o plástico barato adotado pela Nestlé.

ovo_aberto_aluminio

Retirado o papel alumínio, finalmente você encontra o produto.

ovo_aberto_estrias

Conteúdo pré-instalado

Com acabamento em pequenas estrias, a primeira vontade é largar logo a câmera, esquecer as fotos e comer logo o chocolate. Após as fotos, abri o ovo para finalmente descobrir o que vem dentro do ovo de páscoa.

ovo_interior

Eis aí a maior decepção até agora: a Nestlé só colocou um mísero Kit Kat minúsculo dentro do ovo!!! Desculpem-me, pessoal, mas cabiam confortavelmente mais duas barrinhas ou algum jogo ali dentro.

A segunda decepção surgiu logo depois: o preenchimento de Kit Kat na casca do ovo era extremamente deficiente e desigual: uma das cascas mal tinha qualquer calombinho de Kit Kat, como imaginava vendo a foto de divulgação. É um ovo que segue a experiência pure Google, mantendo o produto bem livre e permitindo que o consumidor recheie-o como preferir.

Desempenho

Peguei uma parte com os calombinhos de Kit Kat e comi. Gostei bastante do chocolate, embora tenha achado doce demais – pode ser porque prefiro chocolate mais amargo. A parte com o recheio é bem crocante, e a textura e sabor da parte bege do wafer balancearam um pouco o excesso de açúcar do chocolate.

pedaço

Comer a parte lisa é extremamente deprimente – se eu quisesse apenas chocolate ao leite, teria comprado um ovo de páscoa de chocolate ao leite. Com apenas um pequeno pedaço é possível se satisfazer de qualquer vontade de comer doce, já que tudo é doce demais.

Realizei todos os testes em um ambiente climatizado, com temperatura média de 20º. O chocolate não estava derretendo, mas estava longe de estar quebradiço – talvez a espessura do chocolate não ajudasse também.

É importante ressaltar o grande aroma de chocolate que começou a se exalar após a abertura. Meu quarto ficou parecendo uma loja da Cacau Show, de tanto cheiro de chocolate exalado no ambiente. Pelo menos o chocolate não é tão hidrogenado e gorduroso como o da loja.

Outro fator importantíssimo é que o Kit Kat roda com agilidade em dispositivos iOS. Veja o teste que fiz com meu iPhone 6 Plus:

kitkat

Considerações finais

Não está sendo fácil para o Google concorrer num mercado tão abrangente como os ovos de páscoa. Dado que estamos vivenciando uma crise econômica no nosso país, as fabricantes precisam convencer o consumidor de que aquele produto é ideal para ela. A embalagem do Kit Kat é extremamente chamativa, mas a localização no supermercado pode deixar a desejar.

traseira

Mesmo considerando todos os problemas de falta de uniformidade na distribuição de pedaços de Kit Kat, não posso negar que gostei do produto. Ao contrário de um chocolate ao leite convencional, a textura crocante coloca o Kit Kat em um patamar completamente diferente.

No mercado, a versão de 400 gramas é encontrada entre R$ 40 e R$ 50, valor bastante salgado para um simples doce. Se for para comparar o valor da barra com o ovo de páscoa, é óbvio que vale muito mais a pena comprar apenas as barras, já que elas entregam a melhor relação custo-benefício. No entanto, a barra não gera o mesmo efeito caso você resolva presentear alguém – é capaz do seu sobrinho não querer olhar na sua cara nunca mais.

Review

Prós

  • Embalagem bem desenhada
  • Textura crocante e deliciosa
  • Vem com uma gravata borboleta

Contras

  • Chocolate doce demais
  • Veio apenas um Kit Kat dentro do ovo
  • Pouco recheio
Nota Final 7.3
Bateria
10
Câmera
6
Conectividade
6
Desempenho
9
Design
9
Software
4
Tela
7

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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