Review: Monitor 4K Samsung UE590 – pixels mais acessíveis

Os conteúdos em 4K estão se tornando populares, os smartphones possuem telas com resoluções cada vez maiores e os televisores 4K de entrada não custam mais os olhos da cara. Parece que os computadores não seguiram esse avanço: ainda é extremamente comum encontrar notebooks com telas de 1366×768 pixels no mercado brasileiro.

Por isso, muita gente acaba optando pela combinação de notebook com monitor externo (eu incluso). Uma das opções de alta resolução é o Samsung UE590, um monitor de 28 polegadas que também é o modelo 4K mais acessível da empresa — ele pode ser encontrado por cerca de R$ 1,5 mil, bem menos que os três ou quatro mil reais dos modelos voltados para o público mais profissional.

Mas como o monitor 4K mais barato da Samsung se comporta? A imagem é boa mesmo? No que a fabricante economizou para chegar a esse valor? Eu usei o UE590 nas últimas semanas e conto minhas impressões neste breve review.

Em vídeo

Design e conexões

O UE590 é um produto de entrada, e isso fica bem claro na primeira olhada: o design do monitor é simples, com plástico por todos os lugares e um acabamento preto brilhante — que já estava bem maltratado na minha unidade de testes, com riscos bastante visíveis. Também não espere a flexibilidade de monitores gamer ou modelos mais premium: dá para virar a tela um pouco para cima, um pouco para baixo e… só.

A traseira, que possui um acabamento texturizado e fosco, me agradou pela sobriedade. Nela você encontra todas as conexões necessárias: a entrada da fonte de alimentação de 45 watts, uma entrada de vídeo DisplayPort e duas portas HDMI. Dá para exibir duas fontes de vídeo simultaneamente, seja dividindo a tela ou deixando uma das imagens em algum dos cantos.

A Samsung optou por deixar apenas uma entrada de fone de ouvido em vez de colocar alto-falantes embutidos. Eu gosto da ideia de monitores com som integrado, porque eles trazem uma utilidade maior para quem usa desktop ou tem um notebook com qualidade de áudio ruim. Algumas concorrentes, como a Philips, já trazem esse recurso em produtos da mesma faixa de preço, então fica a sensação de que a Samsung poderia ter caprichado mais nesse ponto.

Qualidade de imagem

Mas vamos para o que interessa: a qualidade de imagem do Samsung UE590 fica dentro do que espero para um monitor mais simples.

Nas configurações padrão, o nível de preto é razoável, dentro das limitações técnicas de um painel LCD do tipo TN. Na minha unidade de teste, o backlight apresentou uma inconsistência no canto inferior esquerdo, que mostrava um tom um pouco mais claro — mas eu só consegui notar esse problema em um teste mais sintético.

O brilho máximo é forte o suficiente para oferecer uma boa experiência de uso em ambientes mais claros. Em conjunto com os pretos satisfatórios, o resultado é um contraste que não deixa a desejar para uso geral, como tarefas de escritório, navegação na web e até games, desde que você não seja muito exigente.

A reprodução de cores foi muito boa nos meus testes, com um gradiente praticamente perfeito, sem nenhum tipo de color banding ou efeito de tela suja. Já o ângulo de visão é notavelmente limitado, mas não deve ser um problema em condições normais, em que a tela é visualizada de frente e centralizada.

Por fim, a definição é um dos destaques do UE590. A resolução de 3840×2160 pixels em um painel de 28 polegadas resulta em uma definição de aproximadamente 157 pixels por polegada. Isso gerou uma boa experiência de uso para os meus padrões, com a tela a cerca de 50 centímetros dos meus olhos, sem ser incomodado por fontes ou imagens serrilhadas.

Recursos adicionais

Vale um comentário rápido sobre duas funções do UE590.

A primeira é o modo de proteção ocular. Como o brilho do monitor é relativamente forte nas configurações padrão, a imagem chega a me incomodar quando eu estou em um ambiente mais escuro. Dá para reduzir o brilho, mas o recurso de proteção ocular me agradou mais: além de não ofuscar minha visão, ele filtra a cor azul, o que é interessante especialmente para quem trabalha à noite.

O outro recurso, este não muito bom, é o contraste dinâmico. Claro que, por ser um monitor mais simples, o UE590 não tem local dimming para melhorar o contraste da imagem. Normalmente, para resolver o problema dos pretos não tão pretos, as fabricantes, incluindo a Samsung, trazem o modo de contraste dinâmico, que basicamente reduz o brilho em cenas mais escuras.

Só que o contraste dinâmico do UE590 foi muito agressivo nos meus testes — ele tentava forçar demais o preto e acabava removendo os detalhes das imagens. Não é um recurso que eu recomendaria ativar.

Vale a pena?

O monitor Samsung UE590 de 28 polegadas é um modelo 4K de entrada, e deixa isso claro em todos os momentos. Ele não oferece uma qualidade de imagem impressionante, mas atende bem a maioria dos usuários: a reprodução de cores é boa, o brilho é forte e, principalmente, a resolução é mais do que suficiente para quase todo mundo.

Para mim, a melhor parte de testar o UE590 foi ter muito espaço para trabalhar. A vantagem é que dá para manter diversas janelas visíveis no desktop, sem ter que sofrer com tamanhos de fonte muito pequenos ou ficar alternando entre duas ou mais telas — embora ele não seja um ultrawide, a resolução e o tamanho generoso deixam a área de trabalho bem ampla.

Quem é mais exigente ou trabalha com edição de imagem precisa gastar mais dinheiro com um modelo melhor — ou desistir de uma tela 4K por enquanto. Para todo o resto, o Samsung UE590 é uma opção a se considerar.

Especificações técnicas

• Tamanho: 28 polegadas
• Resolução: 3840×2160 pixels
• Taxa de atualização: 60 Hz
• Tipo de painel: LCD (TN)
• Brilho: 370 nits (típico); 310 bits (mínimo)
• Taxa de contraste estático: 1.000:1 (típico); 700:1 (mínimo)
• Ângulo de visão: 170 graus horizontal e 160 graus vertical
• Tempo de resposta: 1 ms
• Conexões: 2 HDMI, 1 DisplayPort, 1 saída de áudio (3,5 mm)
• Dimensões: 66,1×46,9×18,7 cm (com a base); 66,1×38,1×7,35 cm (sem a base)
• Peso: 5,3 kg (com a base); 4,7 kg (sem a base)

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