Uma olhada de perto no Asha 501, o celular de R$ 329 da Nokia que quer ser um smartphone

Enquanto o Lumia 925 e o Lumia 1020 não chegam ao país, a Nokia traz aparelhos mais simples para o Brasil. No final de julho, a empresa lançou o Asha 501, um celular basicão com suporte a dois SIM cards e um pequeno touchscreen de 3 polegadas. Ele está sendo vendido por 329 reais, o que o coloca para brigar com os Androids mais baratos do mercado.
Nos últimos dias, tive a oportunidade de brincar um pouco com o Asha 501. O modelo que a Nokia nos enviou é internacional e possui apenas interface e teclado em inglês, chinês e outras línguas faladas do outro lado do mundo – mas a versão vendida no Brasil suporta português e não possui outras grandes diferenças no software.
Apesar de fazer parte da família Asha, o Asha 501 é mais parecido com os smartphones Lumia. Ele tem uma capa traseira removível de policarbonato que também abriga o botão Power e o controle de volume, como o Lumia 620. E as curvas características da Nokia deixam ele semelhante ao Lumia 820, por exemplo.
Mas isso só de longe, claro. O Asha 501 é bastante compacto, possuindo um touchscreen capacitivo de 3 polegadas, com resolução de 320×240 pixels, que responde bem aos toques. A definição da tela é baixa, o ângulo de visão é limitado e os pixels individuais ficam bem perceptíveis, mas nada abaixo do esperado para um celular barato.
Ao remover a capa traseira, há acesso direto à bateria e aos slots do SIM card secundário e do cartão de memória. Para substituir o chip primário, é necessário desligar o celular. Ambos os slots para SIM cards são no formato microSIM, então ele pode servir facilmente como “segundo aparelho” de quem já possui um smartphone e tem receio de usá-lo em um local mais movimentado (como no meio da multidão de um show, por exemplo).
O Asha 501 roda um sistema operacional chamado Nokia Asha Platform 1.0, que é baseado no S40, mas evoluiu para ficar mais amigável a telas sensíveis ao toque. Assim como o falecido MeeGo, a interface é totalmente baseada em gestos – de qualquer forma, a Nokia decidiu colocar um botão voltar na parte frontal, provavelmente para tornar o uso mais fácil.
O sistema possui duas características interessantes.
A primeira é que a tela fica sempre ligada, mesmo no modo de espera, exibindo a hora e um ícone de chamadas perdidas. Toque duas vezes e o Asha 501 acordará. Isso existia no Symbian e está chegando ao Windows Phone 8 por meio da atualização Amber. Um protótipo do Lumia 925, que testamos em maio, já funcionava assim.
A segunda é uma tela adicional chamada Fastlane, que está disponível a um swipe de distância. Ela reúne atalhos para aplicativos e algumas informações em apenas um local. No meu caso, neste exato momento o Fastlane está exibindo as últimas chamadas que fiz e recebi, um SMS ainda não lido, um aplicativo instalado recentemente por meio da loja e atalhos para alguns aplicativos, como Twitter, Facebook e Vídeos.
Deslizando o dedo do topo da tela para baixo, temos acesso à central de notificações e botões rápidos para ativar e desativar conexões Wi-Fi, Bluetooth e dados. Fazendo o movimento contrário (do rodapé da tela para cima), um menu de opções é exibido em alguns aplicativos, como no navegador e no player de música.
E falando em aplicativos, aqui não há muitos deles. A loja do Asha 501 está bem abaixo, tanto em quantidade quanto em qualidade, da Windows Phone Store ou do Google Play. Mas as principais redes sociais (Twitter, Facebook e Foursquare) são suportadas, e há até alguns joguinhos simples para passar o tempo, então ele deve suprir as necessidades básicas de quem está começando agora.
O Asha 501 tem hardware inferior a qualquer Android do mercado, mesmo os mais baratos. A RAM é de apenas 64 MB, e o processador é tão simples que a Nokia não divulga maiores detalhes. Mesmo assim, ele roda muito bem o sistema operacional e os aplicativos – apesar de demorar vários segundos para carregar o Facebook ou a loja de aplicativos, por exemplo.
O armazenamento interno é limitado: são apenas 66,7 MB disponíveis para o usuário. Felizmente, a Nokia envia um cartão de memória de 4 GB na caixa, então é possível guardar centenas de músicas em MP3 e alguns vídeos também. O som dos alto-falantes é bem barulhento e não distorce facilmente em volumes altos.
Quanto às conexões, há Bluetooth, Wi-Fi 802.11n e EDGE. Nada de 3G. O aplicativo Counters ajuda você a controlar o uso de dados, mas, considerando a baixa velocidade do 2G, é pouco provável que qualquer limite das promoções de planos pré-pagos (internet por R$ 0,50 ao dia) seja atingido. Mesmo se atingir, a velocidade já estará naturalmente reduzida, certo?
Custando 329 reais, o Asha 501 é um aparelho extremamente simples. Ele não foi feito para mim e, se você lê o Tecnoblog regularmente, provavelmente também não foi feito para você. Não tem 3G, não tem muitos aplicativos e o hardware é bem inferior aos smartphones de baixo custo. O sistema operacional possui bem menos funcionalidades em relação ao Android. Mas o básico está lá: redes sociais, emails, calendário, joguinhos simples e chamadas telefônicas (e tudo de uma maneira rápida).
Então, o Asha 501 não é um celular ruim e cumpre muito bem o que promete. Entretanto, com a competição dos Androids, ele parece estar com um preço acima do que deveria para um aparelho que não possui 3G e roda apenas um sistema operacional de feature phone melhorado.
Se o dinheiro é curto, tudo é uma questão de escolha: ou você pega o Asha 501, que não faz muita coisa, mas faz bem o que se propõe a fazer, ou um Android de baixo custo, que possui várias possibilidades e milhares de aplicativos bacanas na Play Store, mas pode sofrer com travamentos e lentidões constantes.
Qual você prefere?