Xiaomi Redmi AirDots: bom e barato

A Xiaomi lançou os fones sem fio Redmi Airdots no Brasil com o nome "Mi True Wireless Earbuds Basic", um básico bom e barato

Melissa Cruz Cossetti
Por
• Atualizado há 10 meses
Xiaomi Redmi AirDots

Embora fosse fácil encontrar o Redmi AirDots em qualquer importadora, a Xiaomi só trouxe os produtos de fones sem fio para o Brasil neste fim de 2019. No país, o Xiaomi Redmi AirDots foi batizado de Mi True Wireless Earbuds Basic e são vendidos na cor preta. Por aqui, fica fácil diferenciá-los do Xiaomi Mi AirDots ou Mi True Wireless Earbuds, a versão com área sensível ao toque vem em um estojo diferente e é vendida no país na cor branca.

Dito isso, estamos falando de um fone sem fio, com Bluetooth 5.0, redução inteligente de ruído, conexão automática desde que já pareado, consumo de energia ultrabaixo e super leve (4,2 g). Ideal para uso padrão: atender chamadas, ouvir mensagens de voz e músicas ou fazer videoconferência. Se vale a pena pagar R$ 200 por ele (preço de lançamento nacional) ou bem menos que isso (se importado online)? Eu conto abaixo. 

Design e conforto

O Redmi AirDots — vamos usar o nome global do produto porque é o mais conhecido, mas fique à vontade de chamá-lo de Mi True Wireless Earbuds Basic — vem em um estojo bem pequeno, que é carregável usando, ainda, um micro USB (não há versão com USB-C). Um LED na parte externa indica para a bateria. O cabo de conexão não acompanha o produto e você precisa usar algum cabo que já tenha em casa.

Já sobre o fone, trata-se de um intra-auricular sem fios e bastante confortável. O acessório é todo construído em plástico preto com acabamento fosco (o mesmo vale para o estojo). Um led também informa o estado da bateria de ambos buds.

Fica evidente que o preço baixo tem seu custo, se comparado ao modelo Mi AirDots (no Brasil, o que não traz “Basic” no nome). Por ser mais barato, o Redmi AirDot usa botões físicos em vez sensores de toque capacitivos, e quando você precisa dar um comando, é necessário apertar esses botões, o que faz enterrá-los nas suas orelhas. Portanto, segure firme. Além disso, toda vez que tocá-los ouvirá um “click” lá dentro do ouvido.

Contudo, se a intenção não é ficar controlando os fones neles mesmos, você nem se lembra de que está com eles nas orelhas. Encaixam muito bem nas curvas e a caixa inclui outras borrachinhas de tamanhos diferentes, caso precise fazer um ajuste.

A tampa do estojo tem fechamento magnético. Começou a fechar, atrai a outra parte e fecha totalmente. Contudo, nem o case, nem os fones, tem proteção contra líquidos.

Ok?

Recursos e Conectividade

Por ser Bluetooth 5.0, o Redmi AirDots se conecta com praticamente qualquer coisa que suporte um fone sem fio — seja Android ou iOS, sua smart TV, computadores e etc — mas experimentei problemas de “despareamento” do lado esquerdo (largamente citados por usuários na internet). Um fato curioso é que, quando isso acontece a primeira reação é tentar conectar novamente o Redmi AirDots_L (left).

Depois de muita procura, entendi que o fone do lado direito é o “principal” e faz a conexão com o dispositivo pareado. O Redmi AirDots_R (right) se conecta com o lado esquerdo e aí sim os dois funcionam juntos. Nas configurações do lado esquerdo, por exemplo, só é possível ativar ou desativar o Bluetooth no Android para o compartilhamento de dados com o outro lado, nunca dele apenas com o celular.

Isso também significa que não dá para ficar só com o fone do lado esquerdo no ouvido e o lado direito carregando no estojo. Eles desligam. Se precisar, use só o lado direito.

Há relatos de interferência em ambientes com muitos aparelhos conectados como academias (local que não frequento, não posso opinar). Porém, em transportes públicos cheios não tive essa sensação. Discreto, chegaram a conversar comigo sem ver o fone. Também não experimentei lags de áudio usando jogos, filmes por streaming ou música.

Qualidade sonora

Vamos ao que importa…

A qualidade sonora do Redmi AirDots é a esperada para um produto de entrada: digna. Ouvidos exigentes vão perceber que ele dá umas derrapadas ou uma leve distorcida quando o volume está mais alto, comum a maioria dos fones de ouvido baratos. 

O fone chinês tem bons e bem definidos graves, que não chegam a sobressair a ponto de “invadir” toda a música, mas garantem faixas dançantes com todas as batidas no seu devido lugar. Os grooves do contrabaixo estão todos lá, modestos. A combinação com médios e agudos é satisfatória, mas se você trocar por outro fone mais robusto e ouvir as mesmas músicas vai perceber depois um som mais encorpado e cheio de detalhes.

Os agudos são o ponto mais fraco pois são meio descompensados. Dependendo da música, do volume e do tempo que isso dura, pode incomodar. Mas é algo que pode ser melhorado usando um equalizador. Com médios equilibrados, vozes ganham um tom limpo. Ou seja, não podemos esperar a qualidade de som dos tops de linha entre os melhores fones sem fio do mercado, nem comparar a headsets. Mas, no conjunto, perde-se pouco. 

Para ouvir música eu sigo usando meu Marshall Major II em casa, mas na rua o Redmi AirDots é suficiente. Capaz de isolar o burburinho de conversas do metrô, mas não a ponto de ficar totalmente fora do ar como acontece com cancelamentos de ruído.

Contudo, é digno. 

Botões

O que fazem os botões? Pouca coisa.

Se você apertar uma vez, enquanto estiver ouvindo música, pausa a música. Aperta de novo, volta a tocar. Isso em qualquer um dos lados. Se você pressionar ou apertar duas vezes, ele ativa a assistente que estiver instalada no seu celular, no caso, o Google Assistente. Também é possível atender e recusar as chamadas.

Atividade dos Botoes - Xiaomi Redmi AirDots

Bateria

Os earbuds foram feitos para durar até 4 horas de reprodução contínua com uma única carga e atendem a isso. Contudo, se você pretende usar durante um expediente de oito horas no escritório, por exemplo, não esqueça de deixá-los carregando na hora do almoço dentro do case. O estojo pode oferecer até 12 horas de energia (ou três cargas). 

Para recarregar o fone é preciso colocar os buds dentro do case. Para carregar o case, basta conectá-lo à tomada por fio. Eles demoram cerca de uma hora para carregar completamente, um intervalo de almoço. O estojo demora um pouco mais, duas horas.

Vale a pena?

Sem dúvida.

Pelo precinho camarada é muito atrativo. Eu tinha muita desconfiança de fones neste design (soltos desse jeito). Além de não cair com facilidade e conseguir me adaptar, são pequenos, leves, versáteis e baratos. Mas, repito, é um fone sem fio de entrada. 

Se comparado aos AirPods, da Apple, por exemplo, perdem em autonomia de bateria e controles por voz (em que você ativa sem tocar no smartphone) assim como a qualidade sonora. Você encontra o Redmi AirDots por cerca de R$ 100 em lojas que o importam da China ou até menos. Não tem como jogar contra esse preço por aqui. 

O Xiaomi Redmi AirDots é um fone sem fio barato de marca popular que pode substituir, sem grandes perdas, o seu fone com fio, que você já usa no dia a dia. 

Claro, se você estiver com um pouco mais de dinheiro no bolso, pode buscar soluções melhores, resistentes à água, com qualidade sonora melhor e bloqueio total de ruídos externos. Por que não? Se a sua ideia é experimentar um true wireless razoável, atende.

Especificações técnicas

  • Conectividade: Bluetooth 5.0 nos perfis HFP, A2DP, HSP e AVRCP;
    Alcance de até 10 metros;
  • Áudio: driver dinâmico de 7,2 mm,
    resposta de frequência entre 20 Hz e 20 KHz, redução inteligente de ruído;
  • Microfone: sim, com suporte a comando de voz para Siri ou Google Assistente;
  • Controle: botão físico;
  • Bateria:
    • p/fone: 43 mAh, até 4 horas de uso, carregamento magnético em 1,5 hora;
    • estojo: 300 mAh, até 12 horas em carga, carregamento via microUSB;
  • Mais: 3 pares de ponteiras de silicone (P, M, G) ajustáveis por tamanho.
Xiaomi Redmi AirDots

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Melissa Cruz Cossetti

Melissa Cruz Cossetti

Ex-editora

Melissa Cruz Cossetti é jornalista formada pela UERJ, professora de marketing digital e especialista em SEO. Em 2016 recebeu o prêmio de Segurança da Informação da ESET, em 2017 foi vencedora do prêmio Comunique-se de Tecnologia. No Tecnoblog, foi editora do TB Responde entre 2018 e 2021, orientando a produção de conteúdo e coordenando a equipe de analistas, autores e colaboradores.

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