Review Huawei Band 3: uma smartband que vai direto ao assunto
Com visor AMOLED e medidor de frequência cardíaca, Huawei Band 3 entrega o essencial para quem faz exercícios
Com visor AMOLED e medidor de frequência cardíaca, Huawei Band 3 entrega o essencial para quem faz exercícios
Fazer exercícios é preciso. Para quem leva esse lema a sério, mensurar a atividade física pode ser um ótimo jeito de se manter firme nessa missão. A Huawei Band 3 é uma smartband que aparece como opção para quem tem essa ideia em mente, mas não está disposto a pagar uma pequena fortuna por um smartwatch.
É claro que, por ser barata, essa pulseira tem uma quantidade bastante limitada de recursos. Mas o básico ela promete entregar, sem rodeios: medição de batimentos cardíacos, monitor de sono, contagem de passos e registros de atividades esportivas comuns (como corrida e natação) estão entre os principais recursos.
A questão é: a Huawei Band 3 funciona bem ou é o típico barato que cai caro? Eu usei o dispositivo por duas semanas e conto o que eu descobri nos próximos minutos.
Como toda smartband tem que ser, a Huawei Band 3 é leve (pesa 24 g) e compacta. O efeito direto disso é que o visor acaba sendo minúsculo. Mesmo assim, ele agrada: o painel tem 0,95 polegada, mas traz uma resolução de 240×120 pixels que permite que as informações sejam exibidas com bastante nitidez.
Além disso, o display é do tipo AMOLED, o que garante boa visualização do conteúdo mesmo quando houver incidência direta de luz solar sobre o painel. O único porém é que você precisa fazer o ajuste de brilho manualmente, quando for o caso.
A tela é sensível a toques, até porque não há botões ou outras formas de controlar a pulseira. Às vezes, a resposta a determinado comando atrasa um pouco, mas isso não chega a atrapalhar.
Você pode “acordar” a Band 3 fazendo aquele movimento típico de levantar o braço para conferir as horas ou simplesmente passando o dedo sobre o sensor logo abaixo do visor.
A pulseira é compatível com celulares Android e iPhone. Tudo o que você precisa fazer para iniciar a sincronização com o smartphone é procurar o aplicativo Huawei Health na Google Play Store ou App Store e seguir a orientação do dispositivo para fazer o pareamento — você vai precisar criar uma Huawei ID, mas isso é rápido.
O processo é simples e imprescindível. Sem sincronização, você não vai ter acesso às estatísticas completas das suas atividades. Além disso, é pelo Huawei Health que eventuais atualizações de softwares são instaladas — foi graças a um update que a Huawei Band 3 testada no review passou a funcionar em português.
As funções do gadget são estas: contar passos diários, medir frequência cardíaca, monitorar sono e mensurar treinos, que podem ser corrida ao ar livre, corrida em lugar fechado (esteira), caminhada, bicicleta ergométrica, natação (a pulseira é resistente à água em profundidades de até 50 m) e atividade aeróbica.
Os resultados dessas medições não apresentaram distorções. A Band 3 detectou com alguma precisão as atividades de caminhada e corrida que eu executei, as estimativas de distância percorridas foram certeiras, os batimentos cardíacos praticamente bateram com as medições manuais que eu fiz e o monitoramento de sono me pareceu coerente.
Entre as funções adicionais, está a de mensagens. No Huawei Health, você pode configurar a Band 3 para emitir notificações vindas de praticamente qualquer aplicativo instalado em seu smartphone. Nos meus testes, essa função funcionou perfeitamente para alertar sobre novas mensagens no Gmail (mas não dá para respondê-las por ali).
Uma função legal (ou inconveniente, dependendo de quão bom estiver sendo o seu dia) são as notificações automáticas: após algum tempo sem registro de atividade, o dispositivo vibra para te lembrar que você deve fazer exercícios.
Entre as funções complementares estão temporizador, cronômetro e a “encontrar telefone” que, como o nome sugere, faz seu smartphone tocar para que você possa localizá-lo.
Também dá para usar a Huawei Band 3 como despertador (o gadget vibra, já que não emite som), mas essa função só pode ser configurada via Huawei Health.
Ah, a fabricante chinesa fala em bateria com autonomia de até 12 dias. Não é exagero. A duração vai depender dos recursos ativados (o monitoramento automático da frequência cardíaca vai consumir mais energia, por exemplo), mas eu só precisei recarregar a pulseira lá pelo décimo dia de uso.
Para quem faz uso muito frequente do gadget, dá para esperar não mais que uma recarga por uma semana.
É curioso que as partes negativas da Huawei Band 3 estão mais relacionadas ao aplicativo Huawei Health do que ao dispositivo em si. Neste, a única característica negativa que me incomodou é a disponibilidade de apenas três mostradores, mas esse é um detalhe tão pequeno que talvez seja exagero dar bola para isso.
GPS é um recurso que também faz falta, mas essa é uma característica que a Huawei inclui em uma pulseira mais avançada, a Band 3 Pro.
Sobra mesmo para o app. Na verdade, o Huawei Health é bastante funcional. Ele é capaz de fornecer estatísticas de fácil compreensão sobre suas atividades físicas, seu histórico de batimentos cardíacos, a qualidade do seu sono e assim por diante.
Mas alguns detalhes causam uma pontada de decepção. Para começar, há falhas de tradução. Poucas, mas há. O app exibe a palavra “etapas” no lugar de “passos” e, no relatório sobre sono, mostra avisos como “você só dormiu às 6 h 23 min ontem à noite” — o que ele quer dizer aí é que 6h23min foi o tempo total em que eu dormi.
Até aí, dá para relevar. O que é imperdoável é a perda de dados. Em um dos dias em que eu dormi com a pulseira, ela registrou devidamente as minhas horas de sono. Porém, à tarde, eu dei um cochilo. Para o meu espanto, os dados desse cochilo acabaram sobrescrevendo as estatísticas de sono da noite anterior ou fizeram eles sumir de alguma forma.
Felizmente, esses são problemas que podem (e espero que sejam) corrigidos com atualizações de software.
Depende do que você espera de um dispositivo como esse. Para quem quer apenas manter uma rotina de exercícios físicos simples e acompanhar parâmetros de saúde sem muito detalhamento, certamente a Huawei Band 3 é uma boa opção.
Ela tem um visor que, apesar de diminuto, é legível, a pulseira é confortável, as medições me pareceram precisas (ou perto disso), a autonomia da bateria é decente e a interface é intuitiva.
O preço também é um bom atrativo. A Huawei não lançou a Band 3 no Brasil, mas, via importação ou compra internacional, o valor fica na casa dos US$ 40 (dependendo da loja, até por menos). O fato de a Huawei ter anunciado recentemente a Band 4 deve fazer esse valor cair ainda mais.
Para quem estiver disposto a gastar um pouquinho mais, a dica é levar a Huawei Band 3 Pro. Esse modelo traz GPS, portanto, tem tudo para ser uma mão na roda para quem faz caminhadas ou corridas ao ar livre.
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