Review Xbox Series X: o titã colossal da Microsoft
Confira o review completo do Xbox Series X: o novo console da Microsoft vale a pena, mesmo sendo mais caro?
Confira o review completo do Xbox Series X: o novo console da Microsoft vale a pena, mesmo sendo mais caro?
O Tecnoblog começou suas análises de consoles de nova geração com o Xbox Series S, o console menor e branco da Microsoft. Agora é a hora de você conferir o que achamos do Xbox Series X, seu irmão maior, mais poderoso e com uma proposta totalmente diferente: a de ser a opção para quem quer performance de ponta, não importando o preço do aparelho.
Com lançamento em 10 de novembro no mundo todo, incluindo Brasil, o Series X custa US$ 499 no mercado internacional e R$ 4.599 por aqui. Ele não é barato nem lá fora, por isso é realmente um console que preza pela tecnologia de ponta. Se vale a pena pegar agora? Acompanhe nosso review e descubra.
O Tecnoblog é um veículo jornalístico independente de tecnologia que ajuda as pessoas a tomarem sua próxima decisão de compra desde 2005. Nossas análises de produtos são opinativas e não possuem nenhuma intenção publicitária. Por isso, sempre destacamos de forma transparente os pontos positivos e negativos de cada produto.
Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. O Xbox Series X foi fornecido pela Microsoft por empréstimo por tempo indeterminado. O produto será usado em conteúdos futuros.
Vamos ao básico, as apresentações iniciais. O Xbox Series X é o console de nova geração da Microsoft que faz par com o Xbox Series S. Ele foi anunciado na E3 de 2019, com o codinome de Project Scarlett, para depois ser oficializado com seu nome definitivo no The Game Awards do mesmo ano, em dezembro.
Inicialmente todos achávamos que a Microsoft entraria na nova geração apenas com este modelo. Após inúmeros vazamentos a empresa confirmou, somente em setembro de 2020, que o Xbox Series S também estava em produção, com lançamento agendado para a mesma data, 10 de novembro.
Mas o Xbox Series X é calçado em três pilares muito importantes, hoje, para a empresa: poder, serviço e retrocompatibilidade. A empresa resolveu abraçar de vez o conceito de “família Xbox” e instaurar uma nova geração que não se diferencia tanto da anterior, por mais que tenhamos um console muito mais poderoso.
Este foi um ponto que debatemos no review do Xbox Series S. Aliás, várias das críticas que fizemos por lá, como o menu no mesmo formato do Xbox One ou a ausência de grandes exclusivos para inaugurar a geração, também valem para este conteúdo sobre o Series X. Ainda assim, o console preto tem a enorme vantagem de ser também mais poderoso, se distanciando com este diferencial.
O preço de R$ 4.599 no Brasil não é dos mais atrativos. Originalmente ele custaria ainda mais caro, R$ 4.999, mas teve um corte neste valor, após o governo brasileiro anunciar a redução do IPI, Imposto sobre Produtos Industrializados. Ainda assim, quem quiser investir talvez tenha boas notícias para seguir este caminho.
Aqui, no Tecnoblog, já fizemos um unboxing com o Xbox Series X. Para quem perdeu, aqui está:
Da mesma forma que o Series S, o Series X acompanha em sua caixa:
Não deixe de conferir o vídeo do unboxing para saber mais sobre nossa primeira impressão, quando os dois consoles chegaram da Microsoft.
O design do Xbox Series X é bem curioso. Ele foi feito para funcionar nas duas posições: deitado ou de pé. Porém é ideal que ele fique em pé, seja em uma mesa, na estante ou em um “rack” para TV em sua sala.
Ele tanto foi feito para ficar na vertical que acompanha uma base, que não pode ser removida, para melhor alinhar e dar segurança na hora de posicionar o console. Ao deitar, a base fica à mostra, o que pode ser meio feio ou, no mínimo, estranho.
Estranho também é o visual do console, mas não em um sentido ruim. Quando foi anunciado, o Xbox Series X gerou piadas envolvendo o monólito negro do filme 2001: Uma Odisseia no Espaço. E não é para menos, lembra mesmo.
Na verdade ele também lembra uma outra coisa: uma torre de computador, ainda que mais compacto. Seu corpo é retangular, com as seguintes dimensões: 15,1 cm x 15,1 cm x 30,1 cm. O Series X pesa 4,4 kg, que é um peso bem leve até, considerando seu porte maior e a exemplo de outros consoles mais recentes da Microsoft, como o Xbox One X.
Em suas entranhas, o Series X carrega uma série de novas tecnologias. Sua placa-mãe é posiciona de forma dividida, até por conta do espaço peculiar que o formato proporciona, mas a ventilação parece funcionar e não dar brecha para superaquecimento ou qualquer outro problema relacionado.
Na parte superior do console, como já apontamos no unboxing, o Xbox Series X possui uma enorme abertura com grades decoradas com tinta verde de maneira interna. O efeito visual é bacana, mas a grade é funcional: é ali que sai todo o ar emitido pelo gigantesco cooler que fica dentro do console, principal responsável por manter o aparelho bem refrigerado.
Na parte traseira do console temos um design bem compacto e quase minimalista para as entradas e saídas. O Series X apresenta, basicamente, as mesmas conexões do Series S: duas portas USB 3.0, entrada de cabo de rede, entrada de cabo de força, saída HDMI 2.1 e um espaço para o cartão de armazenamento expansível, oficial e proprietário da Microsoft.
Juntamente com as conexões temos ainda outras pequenas saídas de ar, menores que as de cima, mas que completam o esquema de refrigeração do Series X – que parece funcionar muito bem, a propósito.
O Xbox Series X tem um monte de elementos em comum com o Series S, por isso quero evitar me tornar repetitivo nesta análise. O controle, por exemplo, em nada muda, a não ser pela cor – é preto nesta versão.
De resto ele tem as mesmas melhorias e adições do modelo que já cobrimos no review completo do Xbox Series S. Se você não viu, corre para ver, mas eu dou uma ligeira recapitulada por aqui.
O que tem de novo no controle é:
A mesma reclamação que fiz no outro conteúdo também vale para cá: o novo controle é barulhento no D-Pad. Bastante. Às vezes até mais que o barulho do menu do Xbox. Vale lembrar que o controle ainda usa pilhas, por padrão, com carregadores e baterias internas vendidos separadamente.
Além disso, este controle funciona na antiga geração e o joystick do Xbox One também funciona aqui. Por isso mesmo ele mudou pouco. E quem está migrando de um aparelho para o outro tem a opção de continuar usando o mesmo acessório.
Assim como no Series S, também a velocidade é um ponto importante no Series X. Aqui ela não é fruto apenas do armazenamento de memória sólida, o SSD, mas também pelo imenso poder de processamento que o console carrega.
São 12 teraflops só para o processamento gráfico, número superior a qualquer outro console, incluindo o PS5. O Series X também tem um processador de oito núcleos e memória GDDR6 de 16GB de altíssima velocidade.
Tudo isso é somado à arquitetura Xbox Velocity, que é o conjunto de tecnologias por trás dos novos aparelhos da Microsoft, focada em dar uma grande experiência ao consumidor, baseada em velocidade, como sugere o nome.
E a velocidade não está focada apenas em carregamento mais rápido dos jogos, entre um menu e outro. Ela é vista ao navegar no menu do próprio aparelho, ao ligar o console, ao acessar um game do zero, abrindo o jogo fechado, entrando no menu inicial e começando sua sessão. Tudo é muito rápido e pouca coisa vai durar mais de um minuto, se muito.
O SSD de alta velocidade de nova geração é um dos pontos principais. Ele também influencia o download dos jogos. Ainda que dependa da conexão do usuário, é possível baixar games de maneira ligeiramente mais rápida, graças à taxa de transferência de 2.4GB por segundo.
O mesmo acontece quando se transfere conteúdo de um console para o outro, pela rede com cabo ou via Wi-Fi. Foi o que fiz na hora de iniciar os testes no Xbox Series X sem perder meus conteúdos do Xbox One S, que já possuía, e também do Series S. Games com mais de 80GB, por exemplo, foram transferidos de um aparelho para o outro em menos de 20 minutos.
Fosse um download diretamente da loja online da Microsoft, levaria mais tempo, mas não tanto tempo também. O SSD é o responsável por otimizar boa parte do que o Xbox Series X representa de velocidade, tornando a experiência de mexer no videogame, e jogar seus jogos, muito mais agradável.
Por falar nele, aliás, o Series X tem 1TB de armazenamento em seu SSD, sendo que apenas 802GB estão disponíveis para jogos. O tamanho é bem maior que o do Series S, que disponibiliza pouco mais de 300GB, mas ainda pode ser pequeno. Um game como Call of Duty Warzone pesa mais de 100GB, assim como Halo The Masterchief Collection.
Ainda assim, foi possível testar o Series X com uma grande quantidade de jogos, entre alguns que eu já jogava no Xbox One S e outros que baixei exclusivamente para conferir o poder gráfico e rapidez do aparelho.
Um ponto importante que muitos lembraram na ocasião do review Xbox Series S é que sua memória pode ser expandida com acessórios e o próprio cartão de expansão da Microsoft. Mas eu lembro de volta que o ideal é que os usuários possam aproveitar o aparelho ao máximo sem precisar ficar comprando mais acessórios. Por isso a análise é sobre o console por ele mesmo, desconsiderando a existência de facilidades vendidas separadamente.
Como é de grande conhecimento, o Xbox Series X aposta na retrocompatibilidade de maneira pesada. Qualquer jogo que rode no Xbox One, incluindo títulos retrocompatíveis de Xbox 360 e Xbox original, rodam também no novo aparelho. A exceção, claro, está em títulos que usam o Kinect de maneira obrigatória.
Isso foi uma grande vantagem na hora de testar os mais diversos jogos, disponíveis entre os que já estavam em minha conta da Xbox Live, por meio da assinatura do Game Pass ou do EA Play.
Não tive acesso a nenhum game em disco, mas fiz questão de verificar como se comportava o drive de Blu-ray do Series X, utilizando-o para testar alguns de meus DVDs e BDs de filmes e séries. Todos foram executados sem problemas, como em um Blu-ray Player comum. Foi possível escolher cenas, trocar idiomas, avançar ou parar e, depois, remover o disco. Logo, o Series X também é uma opção para quem ainda coleciona mídias físicas de produções audiovisuais.
Já sobre os jogos, entre os títulos que testamos estão:
Em sua maioria, todos se comportaram bem. Jogos mais antigos, que não receberam otimização além do melhor tempo de carregamento, rodaram bem na medida do possível. Alguns não tiveram acesso a uma maior taxa de quadros por segundo (os prometidos 60 ou 120FPS), entre eles Brutal Legend e Alice Madness Returns, ambos de Xbox 360, mas ficaram mais bonitos, graças ao efeito HDR, que melhora as cores.
Já jogos mais modernos e atuais, como Gears 5, Forza Horizon 4, Fortnite e Assassin’s Creed Valhalla, estes sim, tiram bom proveito do poder do Xbox Series X.
O Xbox Series X foi feito para ser poderoso e mostrar isso por meio de resoluções e taxas de quadro é fundamental. O aparelho suporta ate 120FPS e 8K de resolução em alguns casos mais extremos, caso o usuário tenha o jogo e a TV adequada para estas configurações. Mas estes são os parâmetros mais extremos! O normal do Series X é alcançar 4K e 60FPS, que já é algo enorme e muito maior do que qualquer outro console da atualidade.
O Ray-tracing é um show à parte. É realmente impressionante que a gente tenha chegado em um ponto onde é possível ter este tipo de efeito em um console, sem que ocorra perda de performance no jogo. Para quem não sabe, se trata de efeitos de luz mais realistas, com reflexos em uma poça de água, por exemplo, ou em um vidro espelhado.
O que importa no Xbox Series X é que ele é um console capaz de fazer tudo isso sem deixar a peteca cair. Você não ouve um barulho enorme do cooler tendo que refrigerar o videogame enquanto ele se esforça para gerar estes efeitos e nem mesmo sente perda de performance em nenhum momento. O Series X é poderoso. Muito poderoso.
O enorme problema é que ainda não há um jogo feito exclusivamente para esta arquitetura, o que deixa a experiência com o Series X ótima, mas com aquele gostinho de “incompleta”. O console, com toda a certeza, tem um longo caminho pela frente, mas no momento a gente fica com aquela sensação de potencial ainda não explorado.
Mesmo por R$ 4.599, um preço que ainda é considerado elevado, o Xbox Series X vale o investimento – mas apenas se você fizer questão de entrar na nova geração de consoles agora, assim que ela é lançada.
Há uma série de poréns: não existe nenhum jogo realmente novo e que seja estritamente exclusivo, o menu do console não mostra que ele é de uma nova geração e a grande impressão é de que o Series X é apenas uma nova versão, bem mais poderosa, da linha do Xbox One.
Por outro lado temos um aparelho com drive de discos, acesso ao Game Pass, mediante assinatura, boa e confiável estrutura, além de outras qualidades.
Quem procura poder vai achar. O aparelho é literalmente o mais potente do mercado, se seguirmos suas configurações à risca, e tem potencial para expandir seus horizontes ainda mais, conforme a geração se desenvolve e recebe novos jogos.
É claro que o preço não é exatamente barato e por isso mesmo muita gente talvez espere um pouco. Leve em conta ainda que a própria Microsoft se comprometeu a lançar games para a linha Series X e S e também para o Xbox One por, pelo menos, dois anos. Assim, ninguém é obrigado a atualizar seu videogame em casa de maneira imediata.
Se não quiser gastar muito, e não fizer questão do enorme poder e ainda levar alguns benefícios para casa, o Xbox Series S pode ser uma opção bem mais barata e acessível. Mesmo assim, quem preferir pelo aparelho mais caro e for fã da linha da Microsoft, não vai se arrepender e vai poder conferir todas as melhorias de perto.