O que os reviews dizem sobre o PlayStation Classic

Seguindo a onda dos lançamentos nostálgicos, Sony PlayStation Classic é uma versão em miniatura do PS1 e traz 20 jogos. Mas será que vale a pena?

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
PlayStation Classic

Quem teve acesso ao PlayStation de primeira geração (PS1) deve se lembrar com carinho do console. A Sony sabe do ar de nostalgia que o seu marcante videogame causa e, assim como a Nintendo com o NES Classic e o SNES Classic, decidiu lançar uma versão em miniatura do PS1: o PlayStation Classic.

O console é 45% menor em relação ao modelo original e, ao contrário deste, não traz compartimento para CD. Em contrapartida, na versão ocidental o PlayStation Classic vem com 20 jogos pré-instalados, entre eles, Final Fantasy VII, Grand Theft Auto, Metal Gear Solid e Resident Evil Director’s Cut. Além disso, dois joysticks em tamanho original foram incluídos no pacote.

Já não é novidade que nostalgia vende. A questão é: vale a pena? O PlayStation Classic vai ser lançado oficialmente em 3 de dezembro, mas alguns veículos internacionais já tiveram acesso ao console e publicaram reviews. O que será que eles dizem?

TechCrunch: pode não ser tão interessante para quem teve pouco contato com o PS1

Conduzido por Anthony Ha, o review do TechCrunch chama atenção por lembrar que, além dos nostálgicos de plantão, a Sony espera que o PlayStation Classic atraia um público que teve pouco ou nenhum contato com o PlayStation original — os adolescentes de hoje, por exemplo.

Ha foi taxativo: se você pôde aproveitar o auge do PS1, deve correr para as lojas e comprar o PlayStation Classic. Mas, se o que você quer é uma primeira oportunidade de ter contato com os games daquela época, precisa estar ciente de que a sua experiência vai variar muito de acordo com o jogo.

PS1 x PlayStation Classic

Títulos como Cool Boarders 2 agradaram por remeter aos anos 1990 de modo positivo. Em contrapartida, para quem já jogou as versões mais recentes da franquia, Grand Theft Auto vai parecer demasiado simplista, aponta Anthony Ha.

Outro exemplo dado por ele é o de Resident Evil Director’s Cut: a jogabilidade limitada e as edições de cena um tanto amadoras (para os padrões atuais) fazem o game não dar os sustos de outrora.

Polygon: o PlayStation Classic é legal, mas faltou cuidado com a seleção de jogos

Para Michael McWhertor, do Polygon, o PlayStation Classic agrada por ser uma reprodução fiel do console original e, assim, realmente criar um ar de nostalgia — até a tela de boot do PS1 é mostrada nele (vídeo abaixo). Além disso, o equipamento executa os jogos como deve executar, sem gargalos ou efeitos inesperados.

Mas, no entendimento de McWhertor, a seleção de títulos para o console merecia mais cuidado. Todos os 20 games incluídos fizeram parte da primeira geração, de fato, mas muitos deles podem ser baixados e jogados em outras plataformas com relativa facilidade, diminuindo o apelo da nostalgia.

Há um problema mais grave: vários jogos marcantes do primeiro PlayStation ficaram de fora, como Tomb Raider, Castlevania: Symphony of the Night, Silent Hill e Gran Turismo.

Não é um problema tão simples de resolver porque fatores como condições de licenciamento e elevação de custos podem acabar inviabilizando a proposta do PlayStation Classic. Mas McWhertor dá a entender que, para um console que tenta reavivar uma época marcante, a falta de títulos importantes acaba sendo um contrassenso.

The Verge: uma releitura honesta do que o PS1 foi um dia

No The Verge, Andrew Webster também destaca a ausência de jogos marcantes como um ponto negativo do diminuto console. Mas ele pareceu estar tão ou mais incomodado com aspectos funcionais. Um deles é a necessidade de ter que apertar o Reset do console se você estiver jogando e quiser trocar de game. Não há um botão nos joysticks ou recursos via software para mudança de jogo.

Meio que sem querer, Webster também chama atenção para as comodidades que temos hoje que, de tão triviais, só notamos quando faltam: os controles do PlayStation Classic são conectados por cabos, logo, estão longe de dar a liberdade de movimentos dos joysticks sem fio atuais — uma vez que você se acostuma com essa praticidade, é difícil voltar atrás.

PlayStation Classic (Foto: The Verge)

Essas e outras questões “fazem o PlayStation Classic parecer um produto de esforço mínimo da Sony”, nas palavras do autor. Apesar disso, ele vê a proposta do console com bons olhos por conta das boas recordações e da diversão que títulos como Tekken 3 e Rayman resgatam: “quando você realmente experimenta o dispositivo, percebe que ele é uma representação apropriada do final dos anos 1990”.

Motherboard: “eu não quero que esses jogos pareçam ser melhores do que foram”

Dos vários reviews do PlayStation Classic já publicados, o de Samantha Cole para o Motherboard é um dos mais entusiasmados. Para ela, as limitações funcionais como a do botão Reset para trocar de jogo e os fios nos controles fazem parte da diversão porque esses detalhes remetem às características do PS1.

Cole relata certa empolgação com o fato de o fio do joystick do PlayStation Classic ser relativamente curto e, por conta disso, a obrigar a se sentar a um metro da TV, tal como muita gente fazia com o PS1 (e outros consoles antigos).

(Twisted Metal é um dos jogos incluídos no PlayStatio Classic)

Ainda no entendimento de Samantha Cole, não faz sentido esperar que jogos antigos ofereçam uma experiência mais atual com relação a gráficos e jogabilidade. “É como ler um bom livro e sentir repugnância pelo filme. Isso [as adaptações para aproximar games antigos dos atuais] nunca vai corresponder às lembranças que você tem em sua mente”.

PlayStation Classic: quando e quanto?

Como já dito, o pequeno console da Sony vai ser lançado oficialmente em 3 de dezembro, data que marca os 24 anos do PlayStation original. O preço não é necessariamente ruim, mas também não é convidativo (pelo menos se considerarmos a quantidade de jogos disponíveis): US$ 99,99.

Como você já deve ter imaginado, não há previsão para disponibilização no Brasil.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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