Beeple fatura US$ 69 milhões vendendo arte digital como NFT

Obra de arte digital de Beeple é registrada como NFT e vendida por US$ 69 milhões; token se torna o mais caro da história

Bruno Ignacio
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• Atualizado há 8 meses
Obra NFT de Beeple: "Everydays: The first 5000 days", vendida por US$ 69 milhões (Imagem: Reprodução)
Obra NFT de Beeple: "Everydays: The first 5000 days" (Imagem: Reprodução)

O artista digital Mike Winkelmann, mais conhecido por seu pseudônimo Beeple, vendeu uma obra registrada como um token não fungível, ou NFT, por mais de US$ 69 milhões. A peça “Everydays — The First 5000 Days” compilou anos de desenhos diários do designer em uma única colagem e foi a leilão nesta última quinta-feira (11).

Trata-se da primeira peça completamente digital vendida pela famosa casa de leilões Christie´s em mais de 250 anos de história. A colagem de Beeple também é gigantesca, de 21.069 x 21.069 pixels. As primeiras ilustrações foram feitas em maio de 2007, desde então o designer alimentou esta obra aos poucos, se estendendo por 14 anos de produção. Como seu próprio nome já diz, trata-se de uma compilação de 5 mil dias de trabalho.

Arte digital mais cara da história

Beeple registrou a obra como um token não fungível na rede blockchain da ethereum no dia 16 de fevereiro. Sua venda ocorreu no dia 11 de março, pelo preço recorde de US$ 69 milhões. A peça então se tornou a mais cara arte digital da história a ser leiloada. Além disso, o artista vem sendo cada vez mais reconhecido, fechando recentemente parcerias com grandes marcas como Luis Vuitton e Nike.

Por mais que a febre dos NFTs nas últimas semanas tenham demonstrado que a tecnologia realmente pode valorizar tremendamente trabalhos autorais e até mesmo as coisas mais inusitadas como um tuíte, Beeple acabou de abrir um precedente para o crescente mercado de arte digital. Até a venda da Christie’s, o token não fungível mais caro já vendido foi também uma obra de Mike Winkelmann, que foi comprada por US$ 6,6 milhões.

NFTs atualizando o mercado de arte

“O artista costurou temas recorrentes e esquemas de cores para criar uma estética completa. Organizado sem uma ordem cronológica, o zoom em peças individuais revela imagens abstratas, fantásticas, grotescas e absurdas, ao lado de eventos atuais e momentos profundamente pessoais. A obsessão e medo da sociedade diante da tecnologia, o desejo e o ressentimento pela riqueza, e a recente turbulência política da América aparecem com frequência ao longo da obra”, afirmou uma breve resenha da Christie’s.

Artistas agora percebem que um trabalho completamente digital pode sim ter o mesmo valor que uma obra de arte física, com sua exclusividade e autenticidade resguardadas por uma rede blockchain. Mas, mais importante que isso é que o metódico mercado de arte contemporânea passa a reconhecer cada vez mais criações registradas como NFTs.

Com informações: CNBC

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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