Realme C11: o básico para cotidiano

Realme C11 (2021) é um smartphone popular com design robusto, bateria de 5.000 mAh e câmera única para quem precisa do básico

Darlan Helder
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• Atualizado há 10 meses
Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O Realme C11 (2021) é o segundo celular de baixo custo da empresa a desembarcar no mercado brasileiro. Equipado com o processador Unisoc SC9863A, também encontrado em outros aparelhos populares no país, o C11 chega para disputar espaço com o Moto E6i, Philco Hit P10 e com o TCL L10 Lite. Com uma ficha técnica simples, o modelo estreia com a promessa de atender usuários básicos que precisam do essencial para o dia a dia.

Ele tem tela LCD de 6,5 polegadas, câmera única de 8 megapixels, bateria de 5.000 mAh e design robusto e resistente a respingos. Nas últimas semanas, eu usei o Realme C11 como o meu celular principal e compartilho todos os seus pontos positivos e negativos neste review.

Análise do Realme C11 em vídeo

Aviso de ética

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O Realme C11 foi fornecido pela Realme por empréstimo e será devolvido à empresa após os testes. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.

Design

Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O Realme C11 tem o mesmo design do C25, que já testamos aqui no Tecnoblog. A principal diferença está na traseira: por ser mais básico, o C11 perde o leitor de impressões digitais e o módulo das câmeras abriga apenas uma lente. Na construção, ambos são parecidos, apostando num corpo de plástico simples e um acabamento áspero que ajuda na aderência. Além disso, o smartphone não é tão pesado como o irmão que tem 209 gramas com a bateria de 6.000 mAh. O C11 pesa 190 g, o que já favorece a usabilidade com uma mão.

Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Ele está disponível nas cores azul e preto. Eu gostei bastante da primeira opção por ser brilhante e, consequentemente, ajudou a realçar mais o visual. No entanto, a posição do alto-falante, que foi colocado na traseira, prejudica o consumo de filmes e a reprodução de músicas. A Realme ainda insiste em dizer que o dispositivo é resistente, inclusive a respingos. Mas faltam informações objetivas sobre os tipos de proteção, como as certificações.

As laterais do aparelho concentram os botões de volume, liga/desliga e a gaveta de chip e cartão de memória. Na parte inferior, a chinesa fez bonito ao adicionar a entrada padrão para fones de ouvido de 3,5 mm. Mas, ali do lado, ela colocou uma conexão microUSB em vez do USB tipo C. Um celular que tem como sobrenome “2021” com microUSB parece ser um tanto contraditório, não é?

Tela e som

Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A tela do Realme C11 é do tipo IPS LCD de 6,5 polegadas com resolução HD+ (1600 x 720 pixels), proporção 20:9 e, segundo a empresa, ele tem um aproveitamento frontal de 89,5%. É uma configuração básica parecida com a do recém-lançado Galaxy A03s e com a do Moto E7 Power. Eles ainda têm em comum o queixo ressaltado e o notch em forma de gota para esconder a câmera de selfie.

A qualidade do painel do C11 é bem interessante para a categoria. O brilho tem uma boa intensidade, os ícones apresentam definição satisfatória e o contraste é ok. Assim como o C25, o Realme C11 tem um painel que deve agradar usuários menos exigentes e esse público não encontrará limitações para navegar pelas redes sociais e jogar alguns títulos simples.

Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Já o sistema de som do aparelho é sofrível. O alto-falante traseiro é baixo, ao mesmo tempo, estridente e gera ruídos, como se o componente estivesse conflitando com outras peças internas. Não é um defeito; dá para perceber que a Realme economizou ao máximo por aqui. Não deixe de usar um fone de ouvido.

Software

Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O software do Realme C11 é o mesmo dos outros aparelhos da marca. Ele já vem com o Android 11 de fábrica acompanhado do Realme Go UI. Em outras análises, eu já elogiei a interface da empresa por ser minimalista e organizada, e chama a nossa atenção a semelhança com a MIUI, da Xiaomi, principalmente pelos ícones redondos.

Diferente de outros aparelhos da chinesa que eu já testei, o C11 vem bem limpo, sem muitos aplicativos de terceiros, o que é ótimo já que o dispositivo tem apenas 32 GB de armazenamento interno e muitos usuários básicos acabam deixando esses apps ali parados. E, por falar nisso, aquelas pessoas que nunca tiveram a experiência de mexer num Realme não deverão encontrar empecilhos para usar o sistema deles. É tudo muito bem organizado e fácil de navegar.

Câmeras

Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

De longe, o módulo na traseira pode enganar, mas o Realme C11 tem apenas uma lente — sim, ainda fabricam celulares com câmera única. Ela produz fotografias de 8 megapixels de resolução e há alguns recursos de software, tais como modo HDR e Inteligência Artificial, para o usuário obter registros mais interessantes. Já a câmera frontal do C11 pode produzir imagens de 5 megapixels.

Com relação à qualidade, ela entrega aquilo que já esperamos em um smartphone dessa categoria. Quando o ambiente está bem iluminado, as selfies têm nitidez satisfatória, mas dá para notar que o software tenta suavizar a pele, criando aquele efeito “boneco de cera”. O modo retrato da frontal desfoca bem o fundo, mas é possível notar um recorte malfeito e artificial no sujeito ou objeto que está em primeiro plano.

Foto tirada com a câmera frontal + modo retrato do Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera frontal + modo retrato do Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A principal do C11 tem um desempenho similar à do Philco Hit P10. O pós-processamento faz com que a fotografia fique mais saturada (céu azul, árvores e outros pontos coloridos tendem a ficar vibrantes), a definição nem sempre é ótima e dá para visualizar alguns granulados nos cantos da imagem. Já em dias nublados, o Realme C11 não lida bem com o céu branco e, nesse cenário, a exposição fica prejudicada.

Foto tirada com a câmera traseira do Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera traseira do Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera traseira do Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera traseira do Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera traseira do Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera traseira do Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Mesmo com Inteligência Artificial, o app de câmera não tem Modo Noite e produz imagens ruins quando o ambiente carece de iluminação. Os ruídos tomam conta da foto e as sombras ficam muito intensas.

Foto tirada com a câmera traseira do Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera traseira do Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera traseira do Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera traseira do Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Hardware e bateria

Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Octa-core e rodando a até 1,6 GHz, o Unisoc SC9863A é o processador que equipa o Realme C11. Trata-se de um chipset básico encontrado em outros celulares de entrada e, embora não seja tão famoso como os Helios, Dimensitys e Snapdragons da vida, ele apareceu bastante este ano em vários lançamentos, como o Moto E6i, Nokia C20 Plus, TCL L10 Lite, L10+, L10 Pro, entre outros. Ele tem 2 GB de RAM e 32 GB de espaço interno, que é pouco para os dias de hoje, mas felizmente o dispositivo suporta cartão microSD de até 256 GB.

Sobre a performance, eu já testei esse Unisoc e gostei da atuação dele para a categoria. É claro que não dá para esperar muito de um processador como esse, mas o básico você vai conseguir rodar sem muitos gargalos. O Realme C11 lida bem com os principais aplicativos do dia a dia, rodando Facebook, Twitter, Instagram e YouTube sem dificuldades. Além disso, a abertura não demora e apenas aqueles pesados precisam de mais tempo para inicializar. Nos games, Asphalt 8 é executado sem problemas ou engasgos com os gráficos reduzidos; Asphalt 9 não é suportado.

Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Na bateria, o C11 está equipado com uma célula de 5.000 mAh. Eu não cheguei a ficar tanto tempo com o dispositivo para fazer esse tipo de teste, mas diz a empresa que ele pode ficar ligado por até 43 dias em standby, o que é bem interessante. Por aqui, eu cheguei a consumir 2 horas de Netflix, 1 hora de YouTube, mais 1 hora navegando pelas redes sociais e encerrei com 15 minutos de Asphalt 8. O aparelho estava com o brilho da tela no máximo e conectado ao Wi-Fi. Após essas atividades, ainda tinham 45% de carga, o que é suficiente para mais um dia de uso menos intenso. Um carregador de apenas 10 watts acompanha o smartphone e faz a bateria sair do zero e chegar aos 100% em 3h05min, bem lerdo, não?

Realme C11: vale a pena?

Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O Realme C11 é um bom celular de entrada e pode valer a pena para muitas pessoas. Eu digo isso não só pela configuração básica que consegue atender o público menos exigente, mas é também pelo custo-benefício. A Realme trabalha com o preço sugerido de R$ 999, porém eu encontrei o aparelho à venda por cerca de R$ 630, que é um valor bem simpático para um dispositivo dessa categoria. E, considerando que logo menos teremos a Black Friday, o modelo pode ficar mais atraente no fim do ano.

Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Realme C11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O C11 2021 se destaca pelo design robusto e resistente — ótimas características para quem trabalha na rua e precisa de um aparelho firme. O software da Realme não é o meu preferido, mas ele é simples e minimalista, enquanto o desempenho, com o Unisoc SC9863A, é satisfatório, já que executa os principais apps sem problemas. Entre os pontos negativos, eu acredito que a decisão da empresa de colocar a conexão microUSB em vez do USB tipo C foi um erro e o alto-falante na traseira compromete a experiência de uso.

Em conclusão, o Realme C11 é um produto interessante, mas eu recomendo ficar de olho em alguns concorrentes. O Galaxy A02, que tem configuração similar, pode ser encontrado por menos de R$ 630 e o Xiaomi Redmi 9A, que também está na mesma faixa de preço, entrega câmera principal de 13 megapixels e processador MediaTek Helio G25.

Realme C11

Prós

  • Aparelho tem design firme e robusto
  • Custo-benefício é interessante
  • Dispositivo roda os principais apps do dia a dia sem muitos problemas

Contras

  • Entrada microUSB num aparelho 2021?
  • Câmera poderia ter modo noite
  • Alto-falante é horrível
Nota Final 7.7
Bateria
8
Câmera
7
Conectividade
7
Desempenho
8
Design
8
Software
8
Tela
8

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Darlan Helder

Ex-autor

Darlan Helder é jornalista e escreve sobre tecnologia desde 2019. Já analisou mais de 200 produtos, de smartphones e TVs a fones de ouvido e lâmpadas inteligentes. Também cobriu eventos de gigantes do setor, como Apple, Samsung, Motorola, LG, Xiaomi, Google, MediaTek, dentre outras. No Tecnoblog, foi autor entre 2020 e 2022. Ganhou menção honrosa no 15º Prêmio SAE de Jornalismo 2021 com a reportagem "Onde estão os carros autônomos que nos prometeram?", publicada no Tecnoblog. 

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