Vem aí a Newkia, ou pelo menos é o que promete este ex-executivo da Nokia
Se teve alguém que não gostou nada dos rumos da Nokia nos últimos anos, esta pessoa é Thomas Zilliacus, ex-CEO da divisão asiática da companhia. Prova disso é que o executivo anunciou a criação de uma empresa que visa reunir ex-talentos da companhia finlandesa. Seu nome? “Newkia”, acredite.
Com sede em Singapura, a Newkia surgiu no mesmo dia em que a Microsoft oficializou a compra da divisão de dispositivos e serviços da Nokia (coincidência?). Este negócio, aliás, parece não ter sido surpresa para Zilliacus: em entrevista à ZDNet, o executivo disse “que o acordo reflete o fracasso completo da estratégia de Stephen Elop de adotar o Windows Phone”.
Thomas Zilliacus fala com a propriedade de quem foi funcionário da Nokia por mais de 15 anos, sete deles como CEO da divisão asiática, como já informado. O executivo saiu da companhia em 1993, embora tenha trabalhado para a empresa pelos três anos seguintes como consultor regional.
Mesmo depois de tanto anos e vindo, desde então, dirigindo seus próprios empreendimentos (o mais atual deles é a firma de investimentos Mobile FutureWorks), Zilliacus nunca se afastou totalmente da Nokia, tanto é que tentou comprá-la em 2012.
A ideia era fazer com que a Nokia se tornasse mais uma fabricante adepta da plataforma Android, mas Zilliacus não conseguiu reunir capital suficiente para fechar o negócio (naquela época, provavelmente não seria possível adquirir a Nokia por “apenas” 3,75 bilhões de euros, tal como fez a Microsoft).
Com a Newkia, Zilliacus espera justamente isso, ter uma Nokia que lança aparelhos com Android. Na sua concepção, o ecossistema do Windows Phone não atende às expectativas dos usuários em termos de aplicativos e serviços, além de não haver uma boa percepção de imagem em relação à Microsoft.
Esta também é vista por ele como a oportunidade perfeita para corrigir o histórico de erros da Nokia. Quando questionado, o executivo disse que a derrocada da empresa se deve à sua arrogância: “eles pensaram que poderiam ganhar sempre e não perceberam que o mercado mudou e os consumidores queriam coisas diferentes”, citando como exemplo um protótipo de celular criado em 2003 que poderia ter tido o mesmo impacto que o iPhone. “A Nokia o rejeitou porque achava que o mercado não estava interessado em um produto como este”.
Para conseguir ser uma nova Nokia, Thomas afirma estar não só convidando ex-funcionários da companhia, como também já ter uma equipe formada por alguns deles, com especializações indo de design até logística de fabricação.
Será? Bom, Thomas Zilliacus espera que o primeiro aparelho Newkia seja lançado dentro de um ano. Somente como este lançamento é que a gente vai saber se há mesmo potencial em seus planos ou se tudo não passa de uma ideia megalomaníaca de um fã decepcionado com a Nokia.
Os desafios da proposta são grandes e, até agora, não há nada que comprove que o nome “Newkia” será oficial. E, se for, pode ter certeza que este será o tema de uma das primeiras disputas judiciais da companhia.