Hotfile fecha as portas e concorda em pagar indenização de US$ 80 milhões

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 semanas

A MPAA, aquela associação que defende os interesses dos estúdios de cinema norte-americanos, acaba de vencer mais uma batalha na sua interminável guerra contra os downloads ilegais: o Hotfile, serviço de compartilhamento de arquivos quase tão popular quanto o Megaupload, fechou as portas de vez e os seus responsáveis terão que pagar à entidade US$ 80 milhões de indenização.

Este é o tipo de situação que nos faz dizer “ainda bem que não é comigo”, mas poderia ter sido muito pior. O julgamento do processo contra o Hotfile, que havia sido aberto em fevereiro de 2011, iria acontecer na próxima segunda-feira e, se a empresa não tivesse se antecipado e fechado um acordo judicial com a MPAA, poderia ter que desembolsar algo próximo de US$ 500 milhões.

A derrota nos tribunais, se o julgamento tivesse ocorrido, é tida como praticamente certa: em agosto deste ano, a juíza Kathleen Williams já havia concluído que o Hotfile era responsável pelo conteúdo compartilhado por seus usuários, uma vez que a empresa mantinha um programa que dava incentivos para as contas que gerassem mais downloads.

Aviso no site da Hotfile

Aviso exibido site do Hotfile: “Devido ao fato de um tribunal federal dos Estados Unidos ter encontrado violação da lei de direitos autorais no Hotfile.com, o site foi fechado permanentemente. Se você está à procura de seus filmes favoritos ou de programas de TV online, nunca houve como hoje tantas maneiras de obter acesso de alta qualidade a esse conteúdo em plataformas legais.”

Para piorar, a MPAA argumentou que, embora o Hotfile oferecesse um canal para comunicação de violação de direitos autorais, o serviço havia eliminado apenas 43 perfis de mais de 5,3 milhões que foram denunciados.

Pagando a indenização de US$ 80 milhões, o Hotfile até poderia continuar funcionando, desde que cumprisse outra condição: implementar um sistema de identificação e filtragem que impedisse o compartilhamento indevido do conteúdo de Hollywood.

Na prática, esta medida faria com que a empresa se transformasse em serviços como o Dropbox ou, mais precisamente, o Mega, sucessor do Megaupload. É a decisão que foi tomada pelo MediaFire, por exemplo, mas não há, pelo menos até agora, qualquer indício de que o Hotfile seguirá por este caminho: o aviso exibido em seu site, assim como os pagamentos ainda pendentes para alguns de seus antigos afiliados, deixam claro que este é mesmo o fim.

Com informações: Ars Technica

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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