Google revela mais detalhes do smartphone modular Ara: três tamanhos, múltiplas baterias e visual personalizado

Paulo Higa
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• Atualizado há 3 semanas

Alguns eram céticos quanto a possibilidade do Google tornar comercial o Project Ara, smartphone modular com blocos que o próprio usuário pode montar e atualizar, mudando componentes como câmera, tela e bateria. Mas ele está caminhando rápido para se tornar real: depois de convidar desenvolvedores para uma conferência que acontece na próxima semana, o Google liberou um documento técnico que revela mais alguns detalhes do aparelho.

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O Ara possui três tamanhos diferentes: mini, médio e grande, sendo que este último será apresentado futuramente. O tamanho é definido pela carcaça principal, chamada Endo, onde os vários módulos são conectados eletricamente, com a ajuda de ímãs. Naturalmente, quanto maior o Endo, mais módulos você poderá incluir no smartphone.

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O tamanho dos módulos é limitado pela linha vertical (espinha) e pelas linhas horizontais (costelas) do Endo. Nem todos os módulos serão compatíveis com todos os tamanhos de Endo. O quadrado 2×2, por exemplo, não cabe em uma carcaça do tipo mini: como ele possui uma espinha no meio, só é possível encaixar módulos 1×1 e 1×2. Já o menor módulo, 1×1, não pode ser usado no Endo grande.

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Será possível encaixar vários tipos de módulos, incluindo componentes que encontramos em qualquer smartphone, como câmeras, baterias, telas e alto-falantes. Também dá para colocar peças para necessidades mais específicas, como um oxímero de pulso para medir a quantidade de oxigênio no sangue ou uma câmera térmica; esses componentes podem inclusive ficar para fora dos limites da carcaça ou formar um calombo.

Talvez o funcionamento dos módulos de bateria seja o mais interessante. Você não precisa se limitar a apenas uma bateria: o Google diz que os usuários do Ara poderão ligar o aparelho com várias baterias conectadas. Ou seja, será possível aumentar a autonomia e ainda trocar uma bateria descarregada por outra cheia sem desligar o aparelho — quando uma delas for removida, a outra trata de manter o smartphone funcionando.

A traseira dos módulos pode ser personalizada para o gosto de cada proprietário; anteriormente, o Google já havia mostrado peças com traseiras de diferentes cores e estampas. O Google afirma que os módulos serão vendidos em uma “loja online usando uma ferramenta que facilita as escolhas do usuário e auxilia no processo de configuração” — podemos imaginar algo como uma Play Store de câmeras, baterias, processadores e o que mais a tecnologia permitir.

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Se estiver interessado em conhecer mais sobre o Ara, o Google liberou um documento de 81 páginas com informações bastante técnicas sobre conexões, circuitos e outras especificações do aparelho. Uma conferência para desenvolvedores a ser realizada nos dias 15 e 16 de abril deve revelar mais detalhes sobre o smartphone, que pode ser lançado em 2015 custando a partir de US$ 50.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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