Em outubro passado, contamos aqui a história de um bebê que foi salvo com o auxílio de uma réplica de seu coração feita em impressora 3D. Um novo caso surgiu recentemente, desta vez para tratar de uma menina de quatro anos diagnosticada com “Conexão Venosa Pulmonar Anômala”.
Trata-se de uma malformação congênita rara, mas potencialmente grave. Nela, as veias pulmonares conduzem sangue para a parte incorreta do coração. Entre as consequências da anomalia estão dificuldade para respirar, fadiga intensa e imunidade baixa.
A menina, Adaenelie Gonzalez, já passou por duas cirurgias para tratar o problema, mas ambas lhe trouxeram apenas alívio temporário. Uma equipe médica do Hospital Infantil de Miami concluiu que, se a garota não passasse por um procedimento definitivo logo, não teria muito tempo de vida.
Cirurgias como esta são extremamente delicadas. O coração é um órgão complexo, logo, o menor dos erros pode ser fatal. Para afastar ao máximo esta possibilidade, os médicos necessitavam conhecer com precisão as características do coração da garotinha.
É aí que a impressora 3D aparece. Usando exames de imagens, o hospital criou um modelo fiel do órgão e, na sequência, o imprimiu utilizando um material flexível. Esta última etapa levou praticamente um dia inteiro, mas a espera valeu a pena.
Com a réplica, os médicos puderam estudar toda a anatomia do órgão, assim, souberam exatamente o que fazer. “Imaginei que segurar e manipular uma réplica 3D flexível do coração desta criança me permitiria planejar uma operação que não tinha sido feita antes”, explicou o Dr. Redmond Burke, chefe da equipe.
Se deu certo? Adaenelie Gonzalez segue hospitalizada para recuperação, mas o fato de já estar brincando e andando pelo hospital nos parece um sonoro “sim”.
O uso de impressoras 3D para a criação de próteses e modelos que ajudam a planejar cirurgias ainda não é realidade para a maioria dos hospitais e laboratórios. Mas a ideia vem sendo cada vez mais explorada.
Além do caso de Adaenelie, nesta semana surgiu a história de uma mulher que foi operada para retirar um complexo tumor cerebral. O procedimento só foi possível por causa da impressão de uma réplica de seu crânio – ideia de seu marido, dono, justamente, de uma empresa de impressoras 3D.
A expectativa é a de que estes equipamentos se tornem comuns nos próximos anos, não só em hospitais como também em escolas de medicina.
Com informações: 3DPrint.com