Mais um desafio para o Google X: descobrir como a esclerose múltipla progride

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 semanas
neurônios

Os laboratórios do Google X se envolvem, cada vez mais, em pesquisas relacionadas à saúde. Depois de criar lentes que medem glicose e anunciar um projeto que visa detectar câncer precocemente, a divisão se juntou ao laboratório farmacêutico Biogen Idec para investigar a progressão da esclerose múltipla.

Sem causa exata conhecida e de caráter inflamatório, a doença faz com que o sistema imunológico da pessoa comece a combater a chamada bainha de mielina, uma espécie de capa que protege os axônios, partes dos neurônios que atuam como condutores de impulsos elétricos.

A condição normalmente afeta as células do cérebro e da medula espinhal, não sendo raros os casos em que os nervos ópticos também são atingidos.

Na maior parte das vezes, a esclerose múltipla se manifesta em indivíduos dentro da faixa que vai dos 20 a 50 anos, tendo maior prevalência entre os mais jovens deste grupo.

Os sintomas iniciais mais comuns são transitórios e incluem formigamentos, leves turvações da visão e perda discreta do controle da bexiga. Nos casos mais graves, a pessoa pode apresentar fraqueza nos membros, falta de coordenação motora, dificuldades de fala, entre outros sintomas debilitantes.

A evolução da doença ainda intriga a comunidade médica. Muitos pacientes convivem pelo resto da vida com crises administráveis apenas com remédios e terapias menos complexas. Outros acabam dependendo de cadeira de rodas ou de cuidados permanentes de outras pessoas, por exemplo.

Este é o ponto de interesse do Google X. A companhia quer ajudar a descobrir o que faz com que a progressão da esclerose múltipla varie tanto de indivíduo para indivíduo.

Rick Rudick, vice-presidente de pesquisas científicas da Biogen Idec, relata como exemplo os casos de duas mulheres diagnosticadas com esclerose múltipla que, na fase inicial, apresentavam sintomas muito parecidos. Após dez anos de acompanhamento, uma delas até consegue participar de campeonatos de tênis, mas a outra acabou parando em uma casa de repouso. “Nunca entendi isso”, afirma.

Google

Para ajudar na pesquisa, o Google atuará em várias frentes, mas fará principalmente aquilo que sabe executar com maestria: análise de grandes volumes de dados. Os algoritmos da companhia processarão as informações coletadas para, quem sabe, identificar padrões que ajudem os cientistas a entender quais fatores influenciam no agravamento da esclerose múltipla.

Andrew Conrad, chefe do Google X, ressaltou que, com a pesquisa, a companhia não tem intenção de explorar o ramo farmacêutico – esta parte cabe à Biogen, certamente.

Mas o executivo tampouco esclareceu quais são os objetivos do Google. Fato é que a companhia está cada vez mais interessada em entender o corpo humano. Não é por menos que entre os engenheiros, físicos e matemáticos que fazem parte da equipe de 150 cientistas do Google X, há também oncologistas, imunologistas e outros pesquisadores ligados à área da saúde.

Com informações: Bloomberg Business

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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