A popularidade da Netflix tem um efeito colateral sério: boa parte dos dados que circulam na internet vem do serviço. Só nos Estados Unidos, a empresa responde por pelo menos 30% do tráfego online. É muita coisa, não? Para lidar com os custos provenientes dessa situação, a Netflix está prestes a recorrer ao “inimigo”: o protocolo BitTorrent.

Não é uma ideia recente. A Netflix vem cogitando aderir a um sistema Peer-to-Peer (P2P) há mais de um ano. Mas o assunto ganhou foco outra vez com uma oferta de emprego divulgada recentemente no site da companhia.

O cargo é para engenheiro de software sênior. Até aí, nada de incomum. Mas se você acessar os requisitos para a vaga, verá exigências como “você deve ter experiência com protocolos Peer-to-Peer, como o BitTorrent”.

Ali mesmo a Netflix já revela o plano: “a nossa equipe está avaliando tecnologias de distribuição de conteúdo. Estamos buscando um engenheiro sênior de grande talento para aumentar nossos conhecimentos na área de Peer-to-Peer e liderar os esforços de design de tecnologia e prototipagem”.

Uma vaga similar já havia sido divulgada em 2014. Só não ficou claro se o cargo não foi preenchido ou se o engenheiro anterior não deu conta do recado.

Seja como for, não é difícil entender a ideia, a despeito da complexidade envolvida. Hoje, as transmissões da Netflix são feitas de modo centralizado, a partir de servidores. Com uma arquitetura P2P, os clientes que já possuem dados de determinados vídeos enviariam essas informações para outros dispositivos em sua rede ou mesmo para outros usuários.

Além de reduzir custos com tráfego, a tecnologia poderia, por exemplo, ajudar a evitar congestionamentos que, vez ou outra, interferem ou mesmo interrompem o streaming e combater o traffic shaping.

Pode dar certo? O Popcorn Time está aí dizendo que sim. Mas não devemos esperar novidades no curto prazo. A Netflix precisa tratar o assunto com bastante cuidado para, entre outros pormenores, evitar que as transmissões P2P deixem a conexão do usuário lenta ou aumentem os seus gastos com planos móveis.

Com informações: TorrentFreak

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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