Yahoo quer voltar a ser um nome forte das buscas
O Yahoo já teve seu próprio mecanismo de pesquisa e, por algum tempo, conseguiu ter participação expressiva nesse mercado. Agora, a companhia entende que está na hora de voltar, mas não como antes: Marissa Mayer, a chefona do Yahoo, vê grande potencial no segmento de buscas móveis.
Falando assim, a impressão é a de que o Yahoo abandonou de vez as pesquisas na web. Na verdade, a empresa continua no ramo, mas, desde 2009, mantém uma parceria com a Microsoft para exibir resultados do Bing (de 2000 a 2004, a empresa usou o motor do Google).
Em abril, o acordo foi renegociado. Assim, o Yahoo se comprometeu a oferecer dados do Bing em pelo menos 51% dos resultados. Para o restante, a companhia ficou livre para prover links do seu próprio buscador ou mesmo de outras companhias. Há até rumores de que o Yahoo estaria fazendo testes com resultados do Google.
Fato é que a maior autonomia está permitindo ao Yahoo compreender melhor os rumos do mercado. Além disso, as parcerias que a companhia fechou para prover recursos de busca têm servido de estímulo.
A parceria mais notória é com a Mozilla. Em novembro de 2014, o Yahoo passou a ser o motor de busca padrão do Firefox nos Estados Unidos. Também houve acordo com a Oracle para distribuição daquelas (irritantes) barras de busca com o Java.
Essas parcerias estão dando resultado. Só no segundo trimestre, o Yahoo viu a quantidade de cliques em links patrocinados nas buscas aumentar 13%. Isso é bom. Mas o Yahoo quer mais, é claro.
“Nós acreditamos que toda a inovação interessante acontecerá no lado das buscas móveis”
Para Mayer, as buscas para desktops já têm boas soluções. Em mobilidade, porém, há muito o que ser feito. “Nós acreditamos que toda a inovação interessante acontecerá no lado das buscas móveis”, ressaltou. Ela fala com a experiência de quem conhece bem o ramo: antes de assumir o Yahoo, Mayer fez parte do alto escalão do Google.
É difícil, para não dizer impossível, fazer frente ao Google (a companhia também vem investindo pesado em mobilidade), mas o Yahoo acredita que, além do foco em tecnologia própria, as parcerias continuarão sendo uma boa estratégia. Atualmente, a companhia está de olho na Apple: o acordo para uso do Google como buscador padrão do Safari termina neste ano.
Se as buscas têm potencial, é natural seguir por esse caminho. E necessário. O Yahoo não está em crise, mas os resultados do segundo semestre acabaram de ser apresentados e não são animadores: a empresa obteve prejuízo líquido de US$ 21,6 milhões contra lucro líquido de US$ 269,7 milhões no mesmo período de 2014.