Quando eu penso na Lenovo, imediatamente duas coisas me vêm à mente: ThinkPad e Fórmula 1. A primeira por se tratar de um modelo clássico de notebook que resiste ao tempo como poucos e que hoje é fabricado pela empresa; a segunda porque… bem, eu gosto muito de Fórmula 1 e a empresa patrocina a categoria, portanto acabo sempre associando uma coisa à outra. 😛
Assim que fiquei sabendo que um novo modelo do ThinkPad seria apresentado à imprensa em uma pista de kart, achei que foi uma grande sacada. Ainda mais se tratando do ThinkPad Edge, cuja promessa é apresentar “sob o capô” a mesma tecnologia eficiente e confiável pelo qual o ThinkPad é conhecido, mas dessa vez com contornos bem mais “aerodinâmicos” que o visual quadradão que sempre caracterizou a linha.
O Edge tem como público alvo os pequenos e médios negócios, aqueles que querem mais do que simplesmente um notebook que agüenta o tranco, só pra fazer o trabalho. O objetivo dele é ser também um notebook que o profissional liberal pode mostrar para seu cliente e causar uma boa impressão também pela estética.
De fato, há vários detalhes no ThinkPad Edge que estão lá apenas para deixá-lo mais atraente visualmente. Além das bordas arredondadas e acabamento glossy temos, por exemplo o detalhe do botão Enter. Tradicionalmente azul, essa acabou virando uma das marcas registradas da linha ThikPad. No Edge, ela foi “sacrificada” e todos os botões do teclado são pretos. Porque mudaram algo tão característico da linha? “Apenas pela estética,” me respondeu Luciano Beraldo, gerente de produto da Lenovo.
Mas o ThinkPad Edge não quer ser só um rostinho bonito, ele tem conteúdo também. Equipado com processadores Intel Core i3 e Core i5 e com memória RAM DDR3 variando de 2 a 4 GB , a promessa é de um ótimo desempenho.
Um recurso interessante desses processadores é o Turbo Boost, um sistema em que o processador, quando precisa de melhor desempenho, entra automaticamente em um tipo de overclock sob demanda, que dura apenas enquanto as tarefas mais complexas estiverem exigindo o máximo do computador. Ao fim delas o processador retorna à sua frequência normal, para não gastar bateria à toa. O processo todo é automático e controlado pelo sistema operacional de forma transparente ao usuário.
Outra novidade é o trackpad multitouch. Muito mais amplo que o padrão nos outros modelos da linha, o trackpad do Edge oferece bem mais espaço para navegação e os gestos com dois dedos. Para quem está acostumado com os MacBooks, os gestos são os mesmos: rolagem de página com dois dedos, movimento de pinça para controlar o zoom e movimento de “compasso” para rotacionar uma imagem (por exemplo). Ah sim, o clássico trackpoint vermelho dos ThinkPads também continua lá no meio do teclado, para quem preferir.
A idéia de ter gestos multitouch é bem interessante, só que, durante os breves momentos em que testei o trackpad, os gestos de zoom e de rotação não foram nem um pouco fáceis de realizar — de início eu havia até pensado que estavam desabilitados. Mas não é muito justo julgar essa interface baseada na experiência breve que tive com ela (sem contar que nem cheguei a verificar se havia alguma opção de ajuste de sensibilidade ou algo assim). Até mesmo por isso estamos em contato com a Lenovo, que deve nos enviar uma unidade de testes para que possamos avaliar o novo ThinkPad Edge com mais detalhes.
Completam os destaques do modelo: o teclado resistente ao derramamento de líquidos, uma tela LCD de 14” retroiluminada por LEDs em proporção 16:9 (1366 x 768), saídas VGA e HDMI, Wi-Fi padrão N e o sinal verde dos padrões ambientais EPEAT Gold, Energy Star 5.0 e RoHS. O preço sugerido é de R$ 2.499,00 para o modelo equipado com processador Core i3 e R$ 2.999,00 para o modelo com Core i5.
Como um divertido bônus para os participantes do evento, logo após a apresentação do novo produto, vestimos nossos macacões e balaclavas e tivemos a oportunidade de participar de uma corrida de kart entre executivos e assessores da Lenovo, representantes da imprensa e o piloto profissional Thiago Camilo, vice-campeão da Stock Car em 2009. Ele foi tão gente fina que correu no nosso ritmo. Cheguei até a disputar uma curva com ele, o que, por um momento, me deu até a impressão de que eu estivesse correndo bem de verdade. Mas era só impressão. 😀