Google Wave em obras

Confesso que não entendi o Google Wave quando ouvi falar dele pela primeira vez. Me pareceu um misto de cliente de e-mail com chat online, e só consegui visualizar seu verdadeiro potencial quando assisti a uma apresentação de Stepnahie Hannon, gerente de produto do Google no Developer Day de São Paulo.

Mas ainda faltava alguma coisa, acredito. O Google, que inventou a moda de convites para serviços na web, desta vez resolveu manter as expectativas baixas, pelo menos por enquanto. Deu acesso aos seus funcionários, distribuiu senhas para desenvolvedores, e só para eles.

O Google tem um bom motivo para manter o Wave fechado: ele é um produto em mutação. Quem trabalha lá afirma, sem sombra de dúvida, que a ferramenta já mudou bastante graças ao feedback dos Googlers. Eu consegui acesso ao Wave num ato de sorte, acredito, e confirmo: é um produto que tem algo diferente, novo, pelo menos a cada duas semanas.

O choque inicial de usar o Wave é inevitável. Para quem passou a vida toda usando clientes de e-mail, webmails e programas de mensagens instantâneas em instâncias separadas, o Wave confunde no começo. Ainda mais para quem tem a conta de developer, já que automaticamente você recebe uma tonelada de mensagens antigas com conversação em vários idiomas e com gente tão perdida quanto eu chegando ao mesmo tempo.

Aos poucos, descobre-se os pequenos prazeres do Wave. Mudar o ícone do seu perfil é um avanço enorme (veja na tela acima que tem um monte de perfis genéricos, sem imagem). Adicionar a Rosy, tradutora, e o Settie, robô de aplicativos, já ajuda um pouco.

Além de ser um produto em mutação, o Wave tem uma rede a crescer. Não conheço quase ninguém que está lá (ei, não sou desenvolvedor, afinal), tenho dois contatos que nunca estão online ao mesmo tempo que eu. O Wave é algo para acompanhar sem pressa. Quando abrir para um teste aberto maior, previsto para setembro, muita coisa será diferente e melhor. Pode apostar.

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Escrito por

Henrique Martin

Henrique Martin

Henrique Martin, Jornalista formado pela PUC-SP, tem 11 anos de experiência com comunicação e internet. Cobre a área de tecnologia desde 1999, quando foi repórter na Folha de S.Paulo. Desde então, passou por veículos como PC Magazine, Macworld, PC World, The Industry Standard e Folha Online, entre outros. Hoje é dono do Zumo.

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