Sem ansiedade com o Wave
Confesso que não entendi o Google Wave quando ouvi falar dele pela primeira vez. Me pareceu um misto de cliente de e-mail com chat online, e só consegui visualizar seu verdadeiro potencial quando assisti a uma apresentação de Stepnahie Hannon, gerente de produto do Google no Developer Day de São Paulo.
Mas ainda faltava alguma coisa, acredito. O Google, que inventou a moda de convites para serviços na web, desta vez resolveu manter as expectativas baixas, pelo menos por enquanto. Deu acesso aos seus funcionários, distribuiu senhas para desenvolvedores, e só para eles.
O Google tem um bom motivo para manter o Wave fechado: ele é um produto em mutação. Quem trabalha lá afirma, sem sombra de dúvida, que a ferramenta já mudou bastante graças ao feedback dos Googlers. Eu consegui acesso ao Wave num ato de sorte, acredito, e confirmo: é um produto que tem algo diferente, novo, pelo menos a cada duas semanas.
O choque inicial de usar o Wave é inevitável. Para quem passou a vida toda usando clientes de e-mail, webmails e programas de mensagens instantâneas em instâncias separadas, o Wave confunde no começo. Ainda mais para quem tem a conta de developer, já que automaticamente você recebe uma tonelada de mensagens antigas com conversação em vários idiomas e com gente tão perdida quanto eu chegando ao mesmo tempo.
Aos poucos, descobre-se os pequenos prazeres do Wave. Mudar o ícone do seu perfil é um avanço enorme (veja na tela acima que tem um monte de perfis genéricos, sem imagem). Adicionar a Rosy, tradutora, e o Settie, robô de aplicativos, já ajuda um pouco.
Além de ser um produto em mutação, o Wave tem uma rede a crescer. Não conheço quase ninguém que está lá (ei, não sou desenvolvedor, afinal), tenho dois contatos que nunca estão online ao mesmo tempo que eu. O Wave é algo para acompanhar sem pressa. Quando abrir para um teste aberto maior, previsto para setembro, muita coisa será diferente e melhor. Pode apostar.