AOL demite 900 funcionários de uma só vez
200 jornalistas americanos perderam seus postos de trabalho.
Nem tudo são flores nesse bilionário mercado de internet. A AOL – nunca sei se devo escrever o nome todo em maiúsculas ou apenas com a primeira letra em maiúscula – anunciou na quinta-feira que vai demitir quase mil funcionários em suas bases nos Estados Unidos e na Índia. Tudo para conter despesas, segundo informou o presidente da companhia.
Esse anúncio é feito apenas um mês depois da AOL fechar um negócio milionário para comprar o site de notícias Huffington Post, um dos mais acessados dos Estados Unidos. Avaliado em US$ 315 milhões, o acordo é uma tentativa de trazer bom conteúdo para a AOL, que deixou de ser aquela empresinha de acesso à internet via dial-up faz algum tempo. Ironicamente, agora 200 jornalistas estão no olho da rua.
Enquanto Arianna Huffington, a editora-chefe da nova empresa Huffington Post Media Group, controlada pela AOL, senta em seu trono, do qual comanda centenas de blogueiros que escrevem de graça (muitos deles entraram em uma espécie de greve, esperando ser pagos pelo trabalho diário), os jornalistas que faziam parte da equipe da AOL simplesmente foram dispensados, sem qualquer consulta prévia sobre o assunto. Sem choro nem vela, como diz o ditado brasileiro.
Além desse pessoal, que está baseado nos Estados Unidos, os pobres indianos do setor de tecnologia da AOL também correm o risco de receber uma ligação do RH nos próximos dias. Nada menos que 700 empregados naquele país deixarão de receber seu salário a partir de agora, uma medida que tenta rebalancear as contas da AOL para continuar operando nesse mercado.
O pessoal do TechCrunch, que foi adquirido pela AOL no ano passado, não perdeu tempo. Eles se rebelaram contra a empresa-mãe desde que o Huffington Post foi comprado, e continua azucrinando as ideias de Tim Armstrong, o atual presidente da empresa. Sabe-se lá até quando a alta direção da AOL vai aturar Mike Arrington, o fundador e editor-chefe do TechCrunch, publicando artigos críticos à AOL. Eu aposto que essa situação não vai durar muito tempo mais.
Com informações: Wired.com.