Exclusivo: conhecemos a central de super-banda larga da Telefônica na Campus Party

Lucas Braga
Por
• Atualizado há 6 dias
Ovni da Telefônica/Vivo

Direto da Campus Party, São Paulo — Sete mil campuseiros. Mais de sete mil cabos de rede. Por trás de tudo isso, existe uma enorme infraestrutura. O Tecnoblog entrou no centro de operações (apelidado de “Ovni”) da Telefônica/Vivo na Campus Party para te mostrar como funciona a infra que atende aos milhares de campuserios.

A visita foi guiada por Nilson Conegundes Pereira, gerente de operações da Telefônica/Vivo.

Ovni: switch da HP

Para atender a demanda de acesso simultâneo de vários campuseiros, a Telefônica disponibilizou dois links simétricos de 20 Gbps. Cada link utiliza fibra óptica com a tecnologia DWDM, e está ligado a um centro de gerência de redes diferente: um deles está na central do bairro Ibirapuera e outro na central do bairro Conceição, ambos na capital. Eles estão em contingência — se um falhar, o outro assume imediatamente. Até o momento, não foi necessário utilizar em nenhum momento da Campus Party o link de contingência. “É como seguro de carro:  melhor nem usar”, brinca Pereira.

A Telefônica assume apenas a parte de WAN, ou seja, saída de internet. Todo o cabeamento das bancadas é de responsabilidade da Futura Networks, a entidade que organiza a Campus Party. Para cada bancada há um switch capaz de transmitir o máximo de 10 Gbps até o Ovni da Telefônica. Contando que cada bancada comporta aproximadamente 40 pessoas, pode-se dizer que é impossível atingir algo superior a 350 Mbps (eu consegui em 270 Mbps). Pereira afirma que a rede não utiliza traffic shaping para limitar os protocolos de download e upload. Ele ressalta que também é assim no serviço de banda larga da Telefônica, o Speedy.

Ovni: roteador

Mesmo com esse tanto de campuseiros acessando a internet, a rede ainda não atingiu nem a metade da velocidade máxima de download. Até o momento, a maior taxa de download atingida foi de 8 Gbps — 3 Gbps a mais do que a média da Campus anterior.

Pereira diz que a latência até o centro de gestão de redes era inferior a 1 milissegundo na terça-feira (07 /02). Nada mau.

A rede da Campus Party está operando tanto no padrão IPv4 quanto no padrão IPv6. A infreaestrutura pra isso depende principalmente de softwares e roteadores compatíveis com o novo protocolo. Em 2013 o protocolo IPv6 será disponibilizado para todos os clientes da Telefônica sem custo adicional. Entretanto, a Telefônica deverá adequar alguns equipamentos de sua infraestrutura e de seus clientes para possibilitar o acesso.

HSPA+ da Vivo

BTS da Vivo

Além da rede de cabos, há outro fator especial: a Vivo montou em pleno Anhembi uma estação rádio-base com a mesma capacidade de uma antena utilizada para cobrir alguma região da cidade.

São duas antenas, que operam na tecnologia WCDMA, e contam com a capacidade de transmissão de até 6 Mbps de downstream e 1 Mbps de upstream por usuário, configurando-a uma estação apta a operar com o Vivo 3G+. Testamos ontem a rede e o resultado decepcionou.

Infraestrutura

Os equipamentos são fornecidos por diversas empresas. A empresa responsável pelas fibras ópticas é a Padtec, que também atende a Oi. Os switches que levam os cabos até as bancadas são de responsabilidade da HP e a fornecedora do equipamento móvel é a Ericsson.

Todos esses equipamentos foram montados em uma sala no centro da arena. Essa sala possui um gerador diferente do restante da Campus para o caso de falta de energia. E, diferentemente do restante da Campus, a sala de equipamentos tem temperatura controlada sempre na casa dos 19 graus. Bem melhor do que do lado de fora.

A montagem da infra começou em 31 de janeiro. Os testes se iniciaram no final de semana anterior à Campus Party.

Speedy Fibra

Conhecemos também a infraestrutura do Speedy Fibra, serviço de banda larga da Telefônica para prédios e residências. O serviço provê banda larga para os estandes da área de exposição da Campus Party.

PON da Speedy Fibra

A tecnologia utilizada no Speedy Fibra é a GPON, que permite ligar dois pontos em alta velocidade sem limitações de distâncias. Como a tecnologia é passiva (vai da operadora até o cliente), não há necessidade de repetidores de sinal para a fibra óptica.

A operadora oferta a fibra óptica para velocidades superiores a 8 Mbps, chegando até 100 Mbps para pessoa física e 300 Mbps para pessoa jurídica. De acordo com Pereira, na cidade de São Paulo há mais de 1 milhão de assinantes do Speedy Fibra.

Diferentemente de conexões ADSL, com a fibra não há problemas quanto a limitação da banda para clientes que estejam longe do centro de gestão de redes. Pereira afirmou que a rede precisa ser apenas bem planejada, para possuir a capacidade de atender todos os clientes de determinada região.

Cada cabo de fibra óptica possui, na verdade, mais de uma fibra óptica. Na verdade são várias delas: um dos cabos mais comuns que chegam até os postes possui, em média, 72 fibras ópticas. Na rede atual, cada fibra tem capacidade para até 1 Gbps, entretanto, por se tratar de uma fibra óptica, basta trocar o equipamento das duas pontas da fibra e a capacidade aumenta.

Na teoria, a tecnologia funciona perfeitamente. Se todos os equipamentos das centrais forem como os daqui, o Speedy tem tudo para ser um serviço perfeito. Entretanto, não podemos afirmar nada – como só tivemos acesso a internet da Campus Party, que é bem rápida, é impossível manter a mesma opinião para um serviço comercializado no ambiente doméstico.

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

Canal Exclusivo

Relacionados