Produção de chips em Taiwan corre risco de ser afetada por mudança climática

Maior seca em 56 anos faz governo de Taiwan garantir oferta regular de água somente até maio

Victor Hugo Silva
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Huawei Kirin 990 5G

A produção de semicondutores em Taiwan, onde está a maior empresa do segmento, está ameaçada por conta de mudanças climáticas. O país convive com a maior seca dos últimos 56 anos e o governo afirma que a água será suficiente para manter a produção somente até maio, quando o volume de chuva deve aumentar.

O prazo foi anunciado pela ministra da Economia de Taiwan, Wang Mei-hua. Segundo ela, mesmo com o volume de chuva abaixo da média histórica, o país conseguirá garantir água para a população e as empresas. As empresas taiwanesas, incluindo a TSMC, principal fabricante de semicondutores do mundo, mantém suas produções.

A situação climática se tornou alarmante no país em 2020. Em Hsinchu, cidade onde estão TSMC e MediaTek, o volume de chuva caiu pela metade na comparação com 2019. Para evitar falta de água, o país planeja investir 17 bilhões de novo dólar taiwanês (cerca de R$ 3,3 bilhões) para construir 11 estações de reaproveitamento até 2026.

Para o curto prazo, o governo de Taiwan adotou medidas de racionamento que ajudaram a economizar 701 bilhões de litros de água. O consumo anual no país é de cerca de 16 trilhões de litros de água por ano.

TSMC faz racionamento de água

A falta de água poderá impactar diversos setores, como a indústria têxtil e a agricultura. No mercado de semicondutores, que já lida com queda na oferta, a pausa na produção poderá impactar empresas de diversos ramos. Pensando nisso, a TSMC adotou um racionamento em suas fábricas e encomendou água de caminhões-pipa.

A fabricante, que chega a consumir 34 milhões de litros de água em um dia, adota nos últimos anos uma série de medidas para otimizar o consumo. Isso inclui reaproveitamento de água em algumas unidades da empresa. Segundo um estudo da Harvard Business School, os indíces de reutilização de água na companhia em 2016 chegavam a 90%.

Com informações: Bloomberg, TechCrunch.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

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