Intel receberá quase US$ 20 bilhões do governo dos EUA para expandir produção

Programa do governo dos Estados Unidos incentiva fabricação local de semicondutores para que país dependa menos de China e Taiwan

Giovanni Santa Rosa
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Intel
Ao contrário de concorrentes, Intel projeta e também fabrica seus produtos (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Intel vai receber US$ 8,5 bilhões em doações e US$ 11 bilhões em empréstimos de programas de incentivo do governo dos Estados Unidos à produção de chips. Parte dos recursos será usada para construir e modernizar fábricas nos estados do Arizona, Novo México, Ohio e Oregon. Ao todo, a Intel planeja investir US$ 100 bilhões ao longo dos próximos cinco anos.

Como observa a CNBC, a empresa perdeu um pouco de seu brilho e foi ultrapassada em receita pela Nvidia, bem como em valor de mercado pela AMD e pela Qualcomm. Por outro lado, a Intel tem uma situação única, já que é responsável por projetar e fabricar seus produtos. Já AMD, Nvidia e Qualcomm são empresas “fabless”, que projetam os chips e terceirizam a fabricação para outras companhias, como a TSMC, de Taiwan, e a Samsung, da Coreia do Sul.

Chips Core Ultra para notebooks de alto desempenho (imagem: divulgação/Intel)
Chips Core Ultra para notebooks de alto desempenho (Imagem: Divulgação / Intel)

EUA temem dependência de China e Taiwan em chips

O financiamento faz parte de uma iniciativa da administração do presidente Joe Biden. Conhecido como Chips Act, o programa visa aumentar a produção de semicondutores em território americano. Como observa a agência de notícias Reuters, os EUA respondiam por 37% da produção global de chips em 1990; em 2020, esta fatia era de apenas 12%.

No período, China e Taiwan avançaram muito na produção de componentes deste tipo. Os incentivos são uma forma de diminuir a dependência dos EUA em relação ao mercado externo. Políticos americanos temem que um conflito na região cause problemas no fornecimento de semicondutores.

Pat Gelsinger, CEO da Intel, disse que sua meta é que, daqui a uma década, 50% da produção global de semicondutores, somando todas as empresas, venham dos EUA e da Europa.

A Intel não foi a única beneficiada por incentivos do governo americano: GlobalFoundries, Microchip e BAE Systems já receberam financiamento. Existe a expectativa de que a TSMC também seja contemplada pelo programa, destinando recursos para uma fábrica no Arizona, que produziria chips para Apple e AMD.

Com informações: CNBC, Reuters, Financial Times

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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